Motor Espacial Usa Criptônio Como Combustível

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada dia (17/10) no site “Inovação Tecnológica” destacando que cientistas poloneses criam motor espacial que usa criptônio como combustível.

Duda Falcão

Espaço

Motor Espacial Usa Criptônio
Como Combustível

Redação do Site Inovação Tecnológica
17/10/2011

O novo motor iônico usa gás criptônio, que custa
10 vezes menos do que o gás que vinha sendo
usado como combustível até agora
[Imagem: IFPiLM/Grzegorz Krzyewski]
Criptônio

A propulsão elétrica está literalmente ganhando espaço, conforme a tecnologia é aprimorada e ganha em confiabilidade.

E cientistas poloneses acabam de dar um novo impulso a esses chamados motores iônicos.

A maior parte dos motores iônicos usa gás xenônio, que é muito eficiente, mas extremamente caro.

O Dr. Jacek Kurzyna e seus colegas agora conseguiram substituir o xenônio pelo muito mais abundante e barato gás criptônio.

Motor Iônico

Para tirar um foguete da superfície e levá-lo ao espaço, a propulsão química ainda não tem rivais.

No espaço, porém, onde o arrasto aerodinâmico é desprezível, é possível usar tecnologias que geram um impulso muito menor, mas que pode se manter em funcionamento por meses ou anos.

É por isso que os motores iônicos estão sendo cada vez mais usados para o controle de altitude, a transferência de órbitas ou mesmo como sistema principal de propulsão, como foi o caso da sonda lunar SMART-1, da ESA, e da sonda Dawn, da NASA, que recentemente sobrevoou o asteróide Vesta.

Há várias tecnologias de propulsão elétrica, tanto iônica como baseada em nanopartículas.

Motor Elétrico de Efeito Hall

O motor iônico dos pesquisadores poloneses é baseado no chamado efeito Hall, que converte o gás em um plasma e produz impulso usando uma fonte externa de eletricidade, tipicamente painéis solares.

Em um motor de efeito Hall, as partículas de plasma - íons e elétrons - são carregadas eletricamente, podendo então ser aceleradas por um campo elétrico até altas velocidades, da ordem de 15 a 30 quilômetros por segundo (km/s).

Para comparação, os gases expelidos por um foguete químico tradicional, seja de combustível sólido ou líquido, não passam dos 4 km/s.

E, como o motor iônico pode funcionar por períodos muito maiores, por exigir uma quantidade pequena de combustível, a espaçonave pode ser acelerada continuamente, atingindo velocidades muito elevadas.

Motor de Criptônio

O novo motor iônico usa o gás criptônio como propelente, que custa cerca de 10 vezes menos do que o xenônio, tradicionalmente usado.

O novo motor iônico usa o gás criptônio como propelente, que custa cerca de 10 vezes menos do que o xenônio, tradicionalmente usado.

Embora sejam necessárias energias mais altas para produzir íons de criptônio, eles são mais leves do que os íons de xenônio, o que exige menores tensões de aceleração para atingir a mesma velocidade.

"Nós tivemos que reprojetar a configuração do campo magnético e o circuito magnético apropriado. Alguns elementos tiveram que ser reconstruídos para poder suportar o calor mais elevado," explica Dariusz Daniko, membro da equipe.

A nova tecnologia deverá ter ainda outras aplicações, uma vez que aceleradores de plasma são usados rotineiramente em muitos processos industriais, por exemplo, para a limpeza de superfícies ou para a aplicação de filmes finos, uma técnica necessária para a fabricação de painéis solares.


Fonte: Site Inovação Tecnológica

Comentário: Pois é leitor, resolvi trazer essa nota para demonstrar que até países como a Polônia já buscam alternativas para a propulsão química, que em nossa opinião começam a ter seus dias contados. Outro dia um amigo meu me perguntou por que então eu achava que a tecnologia de propulsão líquida era essencial para o Brasil? Ora, como está na matéria ainda não existe uma tecnologia que rivalize com a propulsão química que possibilite tirar um foguete da superfície e levá-lo ao espaço, e ainda levará pelo menos uns 60 anos para que se possa fazer isso de forma eficiente e segura. Entretanto, no vácuo do espaço, isso já começa a mudar, sendo a propulsão iônica (a plasma ou elétrica se preferem assim) e a nuclear as mais promissoras. A propulsão Iônica sai na frente com projetos de motores que já estão sendo utilizados em sondas espaciais e deverá avançar muito nos próximos anos. Felizmente (mesmo com poucos recursos) o Brasil vem tentando acompanhar essa tendência com projetos de motores iônicos que estão sendo desenvolvidos por visionários da UnB (Motor Phall-02) e do LAP/INPE (Motor PION III) que deverão ser usados no projeto da primeira sonda brasileira de espaço profundo (Projeto ASTER), caso a mesma saia do papel. Apesar disso, é extremamente importante para o Brasil o domínio da tecnologia de propulsão líquida pelo que já foi colocado acima, mas isso não significa que a mesma seja uma tecnologia inovadora, muito pelo contrario, na realidade é uma tecnologia que já tem mais de 60 anos e se ainda não dominamos é por exclusiva falta de vontade do governo. Veja o recente exemplo dos ensaios de qualificação do motor-foguete L5 que foram interrompidos em 2005 e só retornaram agora em agosto passado, devendo ser finalizado em dezembro. Ou seja, levou 6 anos parado, mesmo o humorista Lula dizendo em grande parte do seu governo que o PEB era estratégico para o país, caminho este que a Dilma e seu ministro menestrel estão seguindo a risca. O que dizer então do L15 e do ainda mais significativo L75? É por essas e outras leitor que estou farto dessa gente, acompanho o PEB desde o meus sete anos de idade (tenho 47) ouvindo promessas de mudanças de diversos governos e seus menestréis de carreira. Que me desculpem os otimistas de plantão, mas tudo na vida tem limite.

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