A China Pretende Usar 'Railguns' em Lançamentos Espaciais

Caros leitores e leitoras do BS,
 
No dia 26 de março, uma reportagem do site Meio Bit destacou que a China planeja implementar o uso de Railguns em lançamentos aeroespaciais. Diferentemente dos Estados Unidos, que diminuíram seus investimentos nessa tecnologia, a China continuou a avançar em seus estudos sobre Railguns, inicialmente concebidas como armas navais, mas agora direcionando seu uso para lançamentos espaciais.
 
(Crédito: Reprodução/Weibo)
Governo chinês estaria voltada a aplicar o conceito de railgun à indústria aeroespacial.
 
Engenheiros chineses estão atualmente construindo uma pista de proporções gigantescas para acelerar veículos espaciais, comparáveis em tamanho aos shuttles, que se aproximam das dimensões de um Boeing 737. Essa iniciativa visa alcançar objetivos além das órbitas baixas, e a um custo significativamente inferior se comparado às missões com foguetes, mesmo aqueles reutilizáveis desenvolvidos pela SpaceX.
 
O Que é um Raigun?
 
O Railgun, também conhecida como canhão elétrico ou eletromagnético, foi concebida para resolver os problemas associados ao uso de artilharia explosiva, especialmente em navios. O conceito substitui a pólvora por trilhos e eletricidade para acelerar projéteis a velocidades hipersônicas, variando de Mach 4 a Mach 7, conforme testes realizados pela Marinha dos Estados Unidos. A destruição causada por um projétil acelerado a essas velocidades é resultado puramente da energia cinética, que pode ser bastante devastadora.
 
 
 
Entretanto, o processo de aceleração demanda uma quantidade extremamente elevada de energia, e o equipamento de suporte necessário ocupa um espaço considerável. Esse foi um dos desafios enfrentados pela Marinha dos EUA durante seus testes com Railguns. Embora os testes tenham sido impressionantes, o Congresso acabou cortando o financiamento, alegando falta de justificativa para os custos envolvidos.
 
Enquanto os EUA enfrentavam obstáculos, a China também explorava o potencial das railguns, com menos restrições orçamentárias. Testes iniciais teriam sido conduzidos em navios de carga, e em 2023, a China apresentou um projeto para um "super porta-aviões" que poderia ser equipado com essa tecnologia. Além disso, a China está construindo uma pista eletromagnética extensa na província de Shanxi, como parte do Projeto Tengyun, que visa acelerar veículos espaciais a uma velocidade considerável, reduzindo significativamente a necessidade de combustível e, consequentemente, os custos das missões.
 
No entanto, existem desafios significativos a serem superados, incluindo a demanda por uma quantidade massiva de energia, que provavelmente seria suprida por um reator nuclear. Além disso, avanços tecnológicos em supercapacitores e conversores seriam necessários para controlar e direcionar eficientemente a energia necessária para os lançamentos.
 
Se a China conseguir implementar com sucesso essa tecnologia, isso pode revolucionar o mercado aeroespacial, reduzindo drasticamente os custos de lançamento para cerca de US$ 60 por quilo, em comparação com os atuais US$ 3 mil/kg praticados pela SpaceX de Elon Musk. Essa potencial mudança pode desestabilizar o mercado e causar preocupações para empresas que investem na exploração espacial comercial, caso a China ofereça seus serviços a preços muito mais competitivos.
 
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