Saibam Quais Foram o '10 Nanossatélites' Que Seguiram Para Lua Com a 'Missão Artemis'
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma interessante matéria postada ontem (17/11), no site ‘Inovação Tecnológica’, tendo como destaque uma lista com os
10 nanossatélites (alguns deles já abordados aqui no BS) que seguiram para
a Lua com a ‘Missão Artemis 1’.
Brazilian Space
ESPAÇO
Conheça os 10 Nanossatélites Que Seguiram Para a Lua Com a Artemis
Redação do Site Inovação Tecnológica
17/11/2022
[Imagem: Cory
Huston/NASA]
Carona Para Cubesats
O superfoguete
SLS, que a NASA acaba de lançar em uma viagem de teste até a Lua, não servirá
apenas para levar naves tripuladas.
Uma das
possibilidades de carga também está sendo demonstrada neste voo: O grande anel
adaptador, que liga a espaçonave Órion ao foguete SLS, pode levar até 17
pequenos satélites, conhecidos como cubesats, ou nanossatélites.
Neste voo de
teste, a NASA está enviando 10 desses pequenos satélites, que estão despontando
como uma forma barata de fazer ciência espacial. Como são muito menores, os
nanossatélites podem ser fabricados mais rapidamente e a uma fração do custo de
um satélite de tamanho convencional.
Com pesos entre
1 e 10 quilogramas, e mais ou menos do tamanho de caixas de sapatos, esses
cubesats são medidos em unidades "U", sendo cada unidade U equivalente
a um cubo de 10 centímetros de aresta.
A maioria dos
satélites a bordo da missão Artemis é da classe 6U (20 cm × 10 cm × 34 cm), a
mesma do nanossatélite que tentará esclarecer os
erros do GPS no Brasil.
Veja abaixo a
lista dos nanossatélites que foram ao espaço, e que serão lançados
paulatinamente ao longo do percurso para a Lua, dependendo da missão de cada
um.
[Imagem: Argotec]
ArgoMoon
O objetivo
desta missão da Agência Espacial Italiana é verificar se um nanossatélite
consegue funcionar perto do Estágio Interino de Propulsão Criogênica (ICPS) do
foguete SLS.
E ele fará isso
monitorando o próprio sistema de lançamentos de nanossatélites da missão
Artemis 1, além de observar a desconexão da Órion de seu sistema de propulsão.
Ao documentar o
sistema em ação, serão coletados dados sobre os outros nanossatélites sendo
lançados, o que pode ser útil para planejar futuras missões.
[Imagem: NASA/Daniel
Rutter]
BioSentinel
Esta sentinela
da vida tem como objetivo estudar como os organismos vivos são afetados pela
radiação do "espaço profundo" - além da magnetosfera planetária.
Esta missão de
18 meses, que utilizará levedura para avaliar os efeitos da radiação espacial,
marca a primeira vez em mais de 40 anos que organismos vivos são enviados para
tão longe. Serão usadas duas cepas de Saccharomyces cerevisiae, uma com
maior capacidade de reparação a danos do DNA do que outra, para avaliar a
capacidade dos organismos de se defenderem dos danos da radiação cósmica.
As descobertas
deste experimento poderão ajudar proteger os humanos em futuras missões de
exploração.
[Imagem: NASA]
CuSP
A proposta do
CuSP, sigla em inglês para "Cubesat de estudo das Partículas Solares"
é estabelecer aquela que será a primeira estação meteorológica espacial.
O
nanossatélite, do tamanho de uma caixa de cereal, ficará no espaço
interplanetário orbitando o Sol, onde poderá monitorar a radiação que vem da
estrela em direção aos planetas, incluindo os ventos solares mais constantes e
os eventos anômalos, frutos de grandes ejeções de massa coronal.
Apenas das pequenas dimensões, o satélite leva três
instrumentos, cujas medições poderão ser confrontadas com os registros de
eventos no Sol e medições de instrumentos equivalentes em terra.
A ideia é que este seja o primeiro membro de uma
constelação de nanossatélites que venha no futuro a monitorar o clima espacial
em tempo integral.
[Imagem: JAXA/University of Tokyo]
EQUULEUS
O nome esquisito pretende significar "Nave 6U Para o
Ponto de Equilíbrio Terra-Lua", que tem como missão estudar a radiação
espacial ao redor da Terra, tirando imagens da plasmasfera do planeta.
A radiação espacial é uma das principais preocupações das
missões espaciais distantes da Terra, à qual ficamos expostos quando nos
afastamos do campo magnético protetor do nosso planeta.
A plasmafera é a região interna da magnetosfera,
consistindo de plasma frio, um gás no qual os átomos tiveram seus elétrons
arrancados. Sem a proteção da magnetosfera, a radiação espacial pode afetar não
apenas a saúde dos astronautas, mas também o funcionamento dos equipamentos
eletrônicos que controlam as naves.
Outra curiosidade deste pequeno satélite, também da JAXA,
é a sua propulsão a água, que gera pouco empuxo, mas também gasta muito pouco
fluido propelente para colocar a nave no ponto de equilíbrio gravitacional, ou ponto
de Lagrange, entre a Terra e a Lua.
[Imagem: Lockeed Martin]
LunIR
O LunIR irá mapear a superfície da Lua em infravermelho,
caracterizando a composição da superfície lunar e sua interação com o espaço.
O objetivo é a prevenção de risco para os astronautas das
futuras missões, provendo um mapeamento de alta resolução que possa indicar
potenciais riscos, em termos de materiais contaminantes e temperaturas.
Mas o nanossatélite 6U também testará outras tecnologias
para futuras missões tripuladas e robóticas, incluindo um sistema de propulsão
criogênica criado pela Agência Espacial Europeia (ESA)
[Imagem: Morehead State University]
Lunar IceCube
O Cubo de Gelo Lunar tem como objetivo procurar sinais de
gelo de água nas escuras crateras da Lua.
Completando uma órbita em torno da Lua a cada sete horas,
O Lunar IceCube usará um espectrômetro para investigar a dinâmica do gelo
lunar.
Ele também tentará "cheirar" moléculas de água
na exosfera, o volume muito fino, semelhante a uma atmosfera, ao redor da Lua.
Ao entender a dinâmica da água e de outras substâncias na Lua, os cientistas
poderão prever as mudanças sazonais do gelo lunar que podem afetar seu uso como
recurso no futuro.
Encontrar água na Lua simplificará toda a exploração do
nosso satélite, minimizando a quantidade de carga que precisará ser levada para
a instalação
de uma base lunar.
[Imagem: Arizona State University]
LunaH-Map
O Mapeador Lunar de Hidrogênio Polar foi desenvolvido
pela Universidade do Estado do Arizona para mapear depósitos de hidrogênio na
superfície lunar.
Esta é uma outra técnica para mapear a água, focando no H
da molécula H20, permitindo avaliar a distribuição desse recurso
vital na Lua - o foco também estará nas regiões sombreadas das crateras
polares.
Orbitando a Lua em uma trajetória fortemente elíptica, o
nanossatélite passará a meros 5 km de altitude da superfície em seu ponto de
maior aproximação.
A órbita foi cuidadosamente planejada para que essa
aproximação se dê sobre a Cratera Shackleton, no Pólo Sul da Lua, uma área tida
como altamente promissora para localização de água. Mas, se a missão durar os
dois meses planejados, será possível mapear praticamente toda a região polar
sul.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
NEA Scout
O "Explorador de Asteroides Próximos à Terra"
não quer saber da Lua: Seu objetivo é estudar um pequeno asteroide, com 18
metros de diâmetro, chamado 2020 GE.
A pequena nave usará sua câmera para obter imagens com
3.840 x 3.840 píxeis, o que dará uma resolução de 10 centímetros por píxel.
Isso permitirá medir o tamanho, a forma, a rotação e as
propriedades da superfície do asteroide, além de procurar por poeira e detritos
que possam estar à sua volta.
Além da importância de uma missão de baixo custo para
estudar asteroides que possam representar ameaças para a Terra, o grande
destaque da missão está no modo de propulsão que o nanossatélite usará para
isto: Uma gigantesca vela
solar, com 86 metros quadrados.
Feita de alumínio revestido de plástico, formando uma
película mais fina que um fio de cabelo humano, esta vela leve e espelhada
gerará propulsão refletindo os fótons da luz solar. A vela fornecerá a maior
parte da propulsão do NEA Scout, mas pequenos propulsores de gás frio
com um suprimento limitado de propelente também ajudarão nas manobras e na
orientação.
[Imagem: JAXA]
Omotenashi
Este nanossatélite da Agência Espacial Japonesa (JAXA),
cujo nome significa "hospitalidade", não se contentará em ficar
apenas voando em volta da Lua: Seu objetivo é demonstrar a capacidade de
pequenos módulos de pouso de explorar a superfície.
Aproximando-se da superfície a 30 metros por segundo, o
nanossatélite disparará seu foguete para frear, acionando então dois airbags
para amortecer o "pouso" - a NASA está interessada também em naves
que caem direto no chão, sem qualquer cerimônia.
Uma vez no solo, a Omotenashi irá medir a radiação na
superfície e estudar o comportamento do regolito, o poeirento solo lunar.
[Imagem: NASA]
Team Miles
Não é por acaso que o nome do satélite lembra o nome de
uma equipe de corrida.
A equipe Miles CubeSat foi uma das três vencedoras na
rodada do Cube Quest Challenge da NASA.
Este nanossatélite está pegando uma carona para o espaço
para participar da Corrida do Espaço Profundo (Deep Space Derby) da
NASA, na qual propulsores de plasma serão usados para impulsionar
nanossatélites em uma espécie de corrida de arrancada rumo à Lua.
A expectativa é que os inovadores propulsores de plasma
de iodo, que utilizam ondas eletromagnéticas de baixa frequência como
propulsão, façam a pequena nave viajar até cerca de 60 milhões de km de
distância da Terra, em uma trajetória em direção a Marte.
Além da propulsão, o satélite testará novas técnicas de
comunicação com a Terra.
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