Novo Estudo Indica Que o Misterioso 'Asteroide Ryugu' Pode Ter Se Formado no 'Sistema Solar Exterior'

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Uma notícia postada ontem (26/10) no site ‘Olhar Digital’, destaca que um novo estudo indica que o misterioso ‘Asteroide Ryugu’ pode ter se formado longe do Sol, no ‘Sistema Solar Exterior’. 
 
Brazilian Space 
 
CIÊNCIA E ESPAÇO
 
Misterioso Asteroide Ryugu Pode Ter Tido Sua Origem Revelada 
 
Por Isabela Valukas Gusmão
Editado por Lucas Soares
26/10/2022 - 08h49
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
 

Novas análises feitas pela missão japonesa Hayabusa2 indicam que o asteroide Ryugu, próximo à Terra, formou-se longe do Sol, no Sistema Solar exterior. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar duas amostras coletadas da superfície de Ryugu. 
 
A análise inicial apontou que as amostras continham poeira mais antiga que o Sol formada durante os primeiros 4 ou 5 milhões de anos da história do Sistema Solar. A última pesquisa sobre as amostras mostra que Ryugu veio de perto da órbita de Netuno e foi expulso de lá pelos planetas gigantes.
 
A equipe liderada por Timo Hopp, cientista planetário do Instituto Max Planck de Pesquisa do Sistema Solar na Alemanha, detectou grandes quantidades de isótopos particulares, que são átomos de um elemento com diferentes números de nêutrons.
 
Ryugu é um corpo celeste rico em carbono, por isso ele é considerado um asteroide carbonáceo. Trata-se do tipo mais comum de asteroide. Porém, o que diferencia Ryugu é a sua composição. Dentre os elementos que marcam essa diferença, está o isótopo de ferro-54. Ele é menor do que na maioria dos outros tipos, exceto por um tipo conhecido como conndritos ci.
 
Créditos: Dotted Yeti/Shutterstock
Imagem: Aproximação de nave espacial e asteroide.
 
Os cientistas acreditam que corpos celestes oriundos das extremidades do Sistema Solar, onde é muito mais frio e poucas reações químicas, mantenham composição primordial característica. A partir disso, é possível estimar como era a composição do Sol, que por sua vez reflete a composição da nebulosa solar – a nuvem gasosa que formou o Sol e os planetas.
 
Além disso, esse asteroide conta com abundância de deutério (a forma de hidrogênio que inclui um nêutron no núcleo do átomo) e de isótopos de nitrogênio-15 nas amostras de Ryugu, que são o que se esperaria de uma origem no Sistema Solar exterior frio. 
 
Os Asteroides Podem Até Ter Vindo da Mesma Região, Mas Não São do Mesmo Pai 
 
Em contrapartida, uma equipe liderada por Ryuji Okazaki, um cientista planetário da Universidade de Kyushu, no Japão, reconheceu algumas diferenças na composição de Ryugu em comparação com os condríes de CI. Esse grupo de pesquisadores descobriu que Ryugu contém maiores abundâncias de alguns gases nobres, como hélio, neon, argônio, krypton e xenônio, e uma menor abundância do isótopo nitrogênio-15 do que os condríeses ci.
 
Ao que tudo indica, essas discrepâncias são um sinal de que, apesar da formação na mesma região do Sistema Solar, Ryugu e os condrítidos ci não necessariamente vieram do mesmo objeto-pai.
 
Em uma declaração à Space.com, Hopp disse que “em nosso modelo, Ryugu pode ter se formado na região em que também foi sugerido que cometas Oort Cloud se formaram, antes de serem espalhados na Nuvem de Oort”. A Nuvem de Oort é um reino de trilhões de pequenos objetos gelados que se estende até pelo menos um ano-luz do Sol.
 
Os objetos que integram a Nuvem de Oort foram ejetados por Urano e Netuno; aqueles que não compõem as nuvens viraram objetos interestelares como Oumuamua. Curiosamente, Ryugu foi jogado para o interior do Sistema Solar, no cinturão principal de asteroides entre Marte e Júpiter. 
 
De acordo com Hopp e sua equipe, a localização de Ryugu perto da Terra é uma forte evidência de apoio de que os planetas do Sistema Solar cresceram rapidamente e logo começaram a migrar. Essa é uma das justificativas encontradas para explicar como o asteroide, com o crescimento dos planetas gigantes, chegou até o cinturão de asteroides.

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