Telescópio Espacial 'James Webb' Descobre Denso "Nó Galctico' do Início dos Tempos
Olá leitores e leitoras do BS!
Uma notícia postada ontem (21/10) no site ‘Olhar Digital’, destaca que o Telescópio
Espacial James Webb descobriu recentemente um denso ‘Nó Galáctico’ no início dos tempos. Entenda melhor essa notícia mais pela matéria abaixo.
Brazilian Space
CIÊNCIA E ESPAÇO
James Webb Descobre Um Denso “Nó” Galáctico do Início
dos Tempos
Por Flavia Correia
21/10/2022 - 19h03
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Há três meses, foram divulgadas as primeiras imagens científicas do Telescópio Espacial James
Webb (JWST). De lá para cá, o mais moderno observatório em órbita da NASA já nos apresentou uma série de novos registros,
trazendo o passado do nosso universo para o presente e fornecendo aos
astrofísicos um vislumbre do futuro.
Entre os mais recentes avistamentos, está um aglomerado
galáctico massivo em pleno processo de formação ao redor de um quasar
extremamente vermelho.
Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI, D. Wylezalek (Heidelberg
Univ.), A. Vayner e N. Zakamska (Johns Hopkins Univ.) e a Equipe Q-3D
Um quasar (abreviação de quasi-stellar radio source,
que significa “fonte de rádio quase estelar”), um tipo especial de núcleo
galáctico ativo (AGN), é uma região compacta com um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia. O gás
sugado pelo buraco negro faz com que o quasar brilhe forte o bastante a ponto
de ofuscar todas as estrelas.
Denominado SDSS J165202,64+172852,3, o quasar flagrado
pelo JWST existia há 11,5 bilhões de anos. Ele é naturalmente avermelhado, mas
sua enorme distância intensificou ainda mais a cor. E a incomparável
sensibilidade do telescópio em comprimentos de onda infravermelhos é
perfeitamente adequada para examiná-lo em detalhes.
Segundo um comunicado da NASA, esse quasar é um dos
núcleos galácticos mais poderosos conhecidos que foi visto a uma distância tão
extrema. Os astrônomos especulam que a emissão extrema do quasar poderia causar
um “vento galáctico”, empurrando gás livre para fora de sua galáxia hospedeira
e possivelmente influenciando muito a futura formação estelar.
Para investigar o movimento do gás, poeira e material estelar
na galáxia, a equipe usou o Espectrógrafo Infravermelho Próximo (NIRSpec) do
telescópio, instrumento que usa uma técnica chamada espectroscopia para
examinar o movimento de várias saídas e ventos ao redor do quasar. O NIRSpec
pode reunir espectros simultâneos em todo o campo de visão do observatório, em
vez de apenas um ponto por vez, permitindo que Webb analise o quasar, sua
galáxia e os arredores mais amplos ao mesmo tempo.
Estudos anteriores com base em dados do Telescópio Espacial Hubble e outros observatórios chamaram
a atenção para os poderosos fluxos de saída do quasar, e os astrônomos
acreditavam que sua galáxia hospedeira poderia estar se fundindo com algum
parceiro invisível.
No entanto, os dados NIRSpec do James Webb mostraram,
claramente, que não era apenas uma galáxia, mas pelo menos mais três girando em
torno dela. Graças aos espectros sobre uma área ampla, os movimentos de todo
esse material circundante poderiam ser mapeados, resultando na conclusão de que
o quasar vermelho era de fato parte de um denso nó de formação de galáxias.
“Há poucos protoaglomerados de galáxias conhecidos neste
início de tempo. É difícil encontrá-los, e muito poucos tiveram tempo para se
formar desde o Big Bang”, disse a astrônoma Dominika Wylezalek, da Universidade
de Heidelberg, na Alemanha, que liderou o estudo, aceito para publicação no
Astrophysical Journal Letters. “Isso pode eventualmente nos ajudar a
entender como as galáxias em ambientes densos evoluem. É um resultado
emocionante”.
Por meio das observações do NIRSpec, a equipe pôde
confirmar os três companheiros galácticos deste quasar e mostrar como eles
estão conectados. “Nossa primeira olhada nos dados rapidamente revelou sinais
claros de grandes interações entre as galáxias vizinhas”, compartilhou o membro
da equipe Andrey Vayner, da Universidade Johns Hopkin. “A sensibilidade do
instrumento NIRSpec era imediatamente aparente, e ficou claro para mim que
estamos em uma nova era de espectroscopia infravermelha”.
As três galáxias confirmadas estão orbitando umas às
outras a velocidades incrivelmente altas, indicando uma grande quantidade de
massa. Considerando o quão de perto elas se relacionam na região ao redor do
quasar, a equipe acredita que isso marca uma das áreas mais densas de formação
de galáxias em todo o universo primitivo.
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