A Sonda Espacial 'Lucy' da NASA Fará Este Domingo (16/10) Manobra de Alto Risco Denominada de ‘Assistência Gravitacional’
Olá
leitores e leitoras do BS!
Vocês estão
lembrados da ‘Espaçonave Lucy’ da NASA que já foi abordada aqui no BS? Pois então, segue abaixo uma interessante
notícia postada ontem (14/10), no site ‘Inovação
Tecnológica’, informando que essa
espaçonave estadunidense irá realizar neste domingo
(16/10) uma manobra perigosa denominada
de ‘Assistência Gravitacional’ para ganhar velocidade e economizar combustível, manobra esta que consistirá num mergulho em direção à Terra, devendo
passar a apenas 350 km da superfície do nosso planeta. Entenda melhor lendo a matéria
abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Sonda Lucy Fará Manobra de Alto Risco Mergulhando Abaixo dos Satélites
Artificiais
Redação do Site Inovação Tecnológica
14/10/2022
[Imagem: NASA]
Assistência Gravitacional
A sonda
espacial Lucy, lançada no ano passado para explorar asteroides tão
distantes quanto Júpiter, está se preparando para fazer uma das manobras mais
arriscadas da história da exploração espacial.
Para ganhar velocidade e economizar combustível, a sonda
fará uma manobra conhecida como assistência
gravitacional, em que uma nave mergulha em direção a um corpo celeste para
ganhar aceleração devido à atração gravitacional que sofre nessa aproximação.
Com um cálculo bem feito, ela ganha velocidade sem gastar combustível.
Essa é uma manobra muito comum, não fosse um detalhe: A
sonda Lucy está mergulhando em direção à Terra, devendo passar a apenas 350 km
da superfície do nosso planeta no próximo domingo, dia 16.
Acontece que 350 km é mais baixo do que a maioria dos
satélites artificiais - mesmo a Estação Espacial Internacional fica acima
disso. Isso significa que a sonda terá que passar por mais de 47.000 satélites,
pedaços de lixo espacial e outros objetos que ficam circundando a Terra o tempo
todo - e, de preferência, sem bater em nenhum deles.
Sai da Frente...
A NASA calcula que a chance de choque é de apenas 1 em
10.000. Contudo, mesmo para essa eventualidade, a agência espacial preparou um
plano de contingência, que poderá acelerar ou retardar a sonda espacial por
dois segundos, o que é suficiente para passar antes ou deixar que o potencial
alvo passe primeiro.
"A equipe da Lucy preparou duas manobras
diferentes," explicou Coralie Adam, da equipe de navegação da missão.
"Se a equipe detectar que a Lucy corre o risco de colidir com um satélite
ou um pedaço de detrito, então, 12 horas antes da aproximação mais próxima da
Terra, a espaçonave executará um deles, alterando o tempo do momento de maior
proximidade em dois ou quatro segundos. É uma correção pequena, mas é
suficiente para evitar uma colisão potencialmente catastrófica."
E ainda há um problema adicional: A Lucy passará pela
Terra a uma altitude tão baixa que a equipe teve que incluir o efeito do
arrasto atmosférico ao projetar este sobrevoo - os grandes painéis solares da
sonda aumentam esse efeito.
"No plano original, a Lucy iria realmente passar
cerca de 48 km mais perto da Terra," contou Rich Burns, do Centro de Voo
Espaciais Goddard. "No entanto, quando ficou claro que poderíamos ter que
executar este sobrevoo com um dos painéis solares destravado, optamos por usar
um pouco de nossas reservas de combustível para que a espaçonave passasse pela
Terra a uma altitude um pouco maior, reduzindo a perturbação do arrasto
atmosférico nos painéis solares da espaçonave."
[Imagem: NASA]
Assim como a sondas Voyager, Lucy
leva uma mensagem para os humanos do futuro - ou para os extraterrestres. |
Visível a Olho Nu
Para esta manobra de assistência gravitacional, a sonda
Lucy parecerá se aproximar da Terra na direção do Sol. Embora isso signifique
que os observadores na Terra não poderão vê-la nos dias anteriores ao evento, a
sonda poderá tirar imagens da Terra e da Lua quase cheias. Os cientistas da
missão vão usar essas imagens para calibrar os instrumentos a bordo.
Por volta das 18h55 no horário local, Lucy será visível
pela primeira vez para os observadores em terra na Austrália Ocidental. Ela
passará rapidamente pelo céu, claramente visível a olho nu por cerca de sete
minutos, desaparecendo conforme passa para a sombra da Terra.
A sonda continuará sobre o Oceano Pacífico na escuridão e
emergirá da sombra da Terra às 07h26, também no horário local, para os
observadores no oeste dos Estados Unidos, que poderão vê-la com o auxílio de
binóculos.
Asteroides Troianos
A sonda Lucy foi lançada para estudar os asteroides
troianos de Júpiter, que ficam na mesma órbita do planeta, mas deslocados
bem à frente ou atrás dele - troianos são asteroides que compartilham uma
órbita com um planeta, ficando próximos aos pontos gravitacionalmente estáveis,
chamados pontos
de Lagrange.
A manobra de assistência gravitacional colocará Lucy em
uma nova trajetória para uma órbita de dois anos, quando retornará à Terra para
uma segunda assistência gravitacional.
Esta segunda assistência dará à sonda a energia
necessária para cruzar o cinturão de asteroides principal, onde observará o
asteroide Donaldjohanson e, em seguida, viajará para o enxame de asteroides
troiano líder (à frente de Júpiter).
Lá, ela passará por seis asteroides troianos: Eurybates e
seu satélite Queta, Polymele e seu satélite ainda sem nome, Leucus e Orus. Lucy
então retornará à Terra para uma terceira assistência gravitacional em 2030,
para redirecionar a espaçonave para um encontro com o par de asteroides
binários Pátroclo-Menoetius, no enxame de asteroides troianos "traseiro",
que segue Júpiter.
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