NASA Está Testando Conceito de Espaçonave Que Literalmente 'Se Esborracha' no Chão
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma interessantíssima notícia postada ontem (18/10), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que a NASA está testando o
conceito de nave que literalmente 'se esborracha' no chão. Saiba mais sobre esta
curiosa notícia pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
NASA Testa Conceito de Nave Que Se Esborracha no Chão
Redação do Site Inovação Tecnológica
21/10/2022
[Imagem: California
Academy of Sciences]
O conceito permitiria que missões de baixo custo chegassem à superfície do planeta vermelho por pouso forçado, usando uma base colapsável para absorver o impacto. |
Pouso Sem Controle
A NASA já
aterrissou com sucesso nove naves em Marte,
contando para isso com paraquedas de última geração, airbags gigantes e até um
complicado guindaste
espacial, para que as naves pousassem suavemente na superfície, sem danos.
Agora os
engenheiros estão testando se não dá para chegar à superfície marciana
simplesmente caindo direto no chão.
Este é o objetivo
do projeto de aterrissagem experimental SHIELD, ou escudo - o nome é na verdade
uma sigla para Simplified High Impact Energy Landing Device, ou
dispositivo de aterrissagem de energia de alto impacto simplificado.
Em vez de
desacelerar a descida de alta velocidade de uma espaçonave, o escudo antichoque
conta com uma base que é um atenuador deformável. Semelhante a um acordeom, a
estrutura, em formato de pirâmide invertida feita de anéis de metal, atua como
zona de deformação, absorvendo a energia do impacto no solo.
Novos Destinos
Se funcionar,
isso pode significar uma redução drástica no custo da exploração marciana, do
lançamento ao pouso, já que seria dispensado todo o pesado aparato hoje usado
para a descida suave.
E, embora não
seja aplicável a qualquer tipo de missão - um rover dificilmente seria
candidato a usar o escudo -, essa técnica simplificada pode permitir a
ampliação dos locais de pouso de sondas menores.
"Achamos que
poderíamos ir para áreas mais traiçoeiras, onde não gostaríamos de tentar
colocar um rover de bilhões de dólares com nossos atuais sistemas de
pouso," disse Lou Giersch, gerente do projeto. "Talvez possamos até
pousar vários deles em diferentes locais de difícil acesso para construir uma
rede."
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Dos Acidentes de Carro aos Pousos em
Marte
Os engenheiros
da NASA foram buscar inspiração para seu aparato antichoque nos sistemas de
proteção dos automóveis, que hoje são construídos não apenas com para-choques,
mas com um complexo sistema de deformação, projetado para minimizar a transferência
do impacto para a cabine de passageiros.
Neste caso,
como não há a intenção de jogar um astronauta no solo de outro planeta sem
paraquedas, um dos principais objetivos do projeto é verificar se o escudo
antiqueda da nave oferecerá um amortecimento suficiente para proteger os
sensíveis equipamentos eletrônicos e científicos que integram a sonda espacial.
Os primeiros
testes estão sendo feitos na torre de queda livre do Laboratório de Propulsão a
Jato, que mede 27 metros. Uma torre de queda livre é projetada para simular a
ausência de gravidade, trocando as caras idas ao espaço por alguns segundos de
microgravidade conforme um elevador cai torre abaixo, anulando a gravidade em
seu interior. Mas também dá para controlar a velocidade da queda, como foi o caso
neste teste.
"Os testes
que fizemos para a SHIELD são como uma versão vertical dos testes de trenó.
Mas, em vez de uma parede, a parada repentina é devido a um impacto no
solo," contou Velibor Cormarkovic, membro da equipe, ele próprio egresso
da indústria automobilística, onde trabalhava nos testes de impacto dos carros
- o trenó a que ele se refere é um sistema de propulsão usado para arremessar
os carros contra uma parede, poste, outro veículo etc.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
A torre de
queda do JPL inclui um sistema de lançamento invertido, que pode arremessar
artigos de teste no solo. |
Caiu e Não Quebrou
O protótipo
atingiu o solo a 177 km/h, exatamente a velocidade que um módulo de pouso em
Marte atinge perto da superfície, depois de ser desacelerado pelo arrasto
atmosférico de sua velocidade inicial de 23.300 km/h quando entra na atmosfera
do planeta.
Testes
anteriores do atenuador de impacto haviam sido feitos usando uma zona de pouso
de terra, mas desta vez, para fazer o teste final, a equipe colocou uma placa
de aço de 5 centímetros de espessura no chão, criando um pouso mais difícil do
que uma espaçonave experimentaria em Marte, para checar as tolerâncias da
tecnologia.
O acelerômetro
a bordo mostrou que o protótipo Shield caiu com uma força de cerca de 1 milhão
de newtons - comparável a 112 toneladas colidindo contra ele.
O protótipo
caiu com uma pequena angulação, então saltou cerca de 1 metro no ar e voltou
capotando para o chão. A equipe suspeita que a placa de aço tenha causado o
rebote, já que nos testes anteriores nunca havia sido observado esse salto.
Ao abrir o
protótipo e recuperar a carga eletrônica simulada, a equipe descobriu que todos
os aparelhos a bordo - um celular, um rádio e o próprio acelerômetro -
sobreviveram.
"O único
hardware que foi danificado foram alguns componentes de plástico, com os quais
não estávamos preocupados. No geral, este teste foi um sucesso," disse
Giersch.
A seguir, a
equipe passará cerca de um ano projetando uma nave que já nasça pronta para
usar esse sistema de aterrissagem.
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