Olhar Digital: Como a Recente Descoberta de Fósforo na 'Lua Encélado' do 'Planeta Saturno' Poderia Sugerir Presença de Vida
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então amigos, segue uma matéria postada ontem (03/10) no
site ‘Olhar Digital’, explicando
como a recente descoberta de Fósforo
na lua Encélado do Planeta Saturno pode sugerir a presença
de vida.
Brazilian Space
CIÊNCIA E ESPAÇO
Saiba Como Descoberta de Fósforo em Lua de Saturno
Poderia Sugerir Presença de Vida
Por Flavia Correia
Editado por André Lucena
03/10/2022 22h00
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Como noticiado recentemente pelo Olhar Digital, uma pesquisa publicada na
revista Proceedings of the National Academy of Sciences
revelou que o oceano existente em Encélado, uma das luas de Saturno, pode ser enriquecido com
fósforo, um elemento importante para a vida como conhecemos. Mas como esse elemento pode ajudar na
existência dos seres vivos? E como ele foi achado.
Componente vital da bioquímica da vida, o fósforo se junta
com açúcares para fornecer uma “espinha dorsal” ao DNA, unindo as quatro
nucleobases à dupla hélice. O elemento também é usado em membranas celulares e
ossos, bem como em uma molécula chamada trifosfato de adenosina, que carrega
energia metabólica ao redor do corpo.
Imagem: Dotted Yeti – Shutterstock
Dados revisados da sonda Cassini, que operou na órbita de Saturno até 2017, apontam possibilidade de existência de fósforo em oceano da lua Encélado. |
Estudos anteriores indicavam que o fósforo seria raro em
Encélado. Os cientistas vislumbraram a composição do oceano através dos enormes
gêiseres de água (uma espécie de fonte termal que, periodicamente, tem
erupções) que pulverizam através de “listras de tigre”, aberturas profundas na
superfície gelada da lua.
Em diversas ocasiões, a sonda Cassini, da NASA, em
operação até 2017, investigou esses gêiseres, analisando os componentes
químicos. A espaçonave detectou elementos e moléculas que são instrumentais
para a vida como a conhecemos, incluindo moléculas orgânicas como metano, além de amônia, carbono, nitrogênio, oxigênio e
possivelmente sulfeto de hidrogênio – mas, nada de fósforo.
Em 2018, um estudo feito pelos renomados pesquisadores
Manasvi Lingam e Avi Loeb, de Harvard, concluiu que o fósforo seria escasso
no oceano de Encélado porque se dissolveria lentamente nas rochas no fundo do
mar. No nosso planeta, o fósforo é disponibilizado através da resistência ao
tempo da terra seca, que Encélado não tem.
Novo Estudo Contesta Informações de Pesquisas Anteriores Sobre a Lua de Saturno Encélado
No entanto, o estudo, liderado por Jihua Hao, cientista
sênior da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, contradiz as
descobertas anteriores, alegando que a pesquisa de 2018 usou modelos
geoquímicos ultrapassados do fundo rochoso do oceano de Encélado.
“Embora o elemento fósforo ainda não tenha sido
identificado diretamente, nossa equipe descobriu evidências de sua
disponibilidade no oceano sob a crosta gelada da lua Encélado”, disse o coautor
do estudo Christopher Glein, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa do
Sudoeste (SwRI), em San Antonio, no estado norte-americano do Texas, em um
comunicado.
De acordo com o site Space.com, usando novas
modelagens baseadas nos dados mais recentes disponíveis, o grupo de Hao e Glein
simulou como fosfatos, minerais ricos em fósforo, se dissolvem no oceano a
partir do núcleo rochoso de Encélado.
Em particular, a equipe descobriu que a taxa de
dissolução de um mineral chamado ortofosfato seria muito maior do que os
estudos anteriores sugeriram, capaz de encher o oceano com uma concentração
alta o suficiente para suportar a vida em apenas dezenas de milhares de anos.
Uma das razões pelas quais essa alta concentração é
possível é a presença de bicarbonatos na água do oceano, das quais as
propriedades químicas permitem que fosfatos se acumulem.
“A geoquímica subjacente tem uma simplicidade elegante
que torna inevitável a presença de fósforo dissolvido, atingindo níveis
próximos, ou até mais altos do que os da água do mar na Terra”, disse Glein. “O
que isso significa para a astrobiologia é que podemos estar mais confiantes do
que antes que o oceano de Encélado seja habitável”.
Para provar que o oceano de Encélado contém fósforo, uma
futura missão in loco teria que detectar diretamente ortofosfato ou
algum outro mineral derivado do fósforo nos gêiseres de água que entram
regularmente em erupção na lua.
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