TCU Suspende Processo de Contratação do SGDC 2

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante notícia postada ontem (01/08) no site “TELETIME” destacando que o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu o processo de contratação do segundo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC 2).

Duda Falcão

SGDC-2

TCU Suspende Processo de Contratação do SGDC 2

Por Henrique Julião
Teletime
01/08/19 - 22:26

Satélite brasileiro SGDC.

O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu o processo de contratação do segundo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC 2) da Telebras após identificar ilegalidades na escolha de empresa para as fases de solicitação de informações (RFI, na sigla em inglês) e solicitação de propostas (RFP) de fornecedores para o projeto. Ainda segundo a corte, também não estão comprovados "pressupostos necessários" que justifiquem o investimento no artefato.

A decisão foi assinada pela ministra Ana Arraes. De acordo com a relatora, o aviso de inexigibilidade de licitação publicado pela Telebras em março de 2018 – e que culminou na contratação da integradora Visiona para realização da RFI e da RFP – não foi legal, gerando inclusive "fragilidades na análise do preço proposto" (R$ 10,5 milhões). A Visiona é fruto de joint-venture entre a Embraer e a Telebras, que controlam 51% e 49% do capital da empresa, na ordem, e foi a empresa responsável pela integração do SGDC 1.

Uma das razões para a decisão é que não haveria base normativa que fundamente a atuação do Comitê Gestor e Grupo-Executivo do SGDC 1 na condução do processo, uma vez que a finalidade dos dois órgãos seria vinculada apenas ao primeiro artefato. Por conta disso, a corte afirma ser "necessário que seja editado outro decreto para que o atual Comitê Diretor tenha competência para decidir acerca do SGDC 2", resolvendo assim o "vício de competência" nos atos decisórios. Segundo apurou este noticiário, a contratação do SGDC 2 já estava suspensa antes mesmo da decisão do TCU se tornar pública, justamente porque aguarda-se a publicação de um novo instrumento normativo autorizando o início da fase de estudos e contratações do futuro satélite.

O Comitê Gestor do SGDC conta com representantes do MCTIC e do Ministério da Defesa, enquanto o Grupo-Executivo reúne as pastas, Telebras, Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Questionamentos

Além disso, o TCU questionou a própria necessidade da contratação de um segundo artefato para oferta de Internet; segundo a relatora, há "aparente contradição" entre a justificativa para o investimento no SGDC 2 (a demanda crescente por banda larga no País) e o modelo de negócios escolhido pela Telebras no SGDC 1, que incluiu o repasse de 58% da banda satelital civil para uma parceira da iniciativa privada (no caso, a Viasat).

Outro ponto de questionamento levantado foi a capacidade de investimento do País no programa, visto que não haveria "lastro no planejamento orçamentário e financeiro da União para os anos de 2018 e seguintes" reservado para tal objetivo. Nesse sentido, a Telebras já afirmou que espera financiar o SGDC 2 majoritariamente com receitas próprias.

De forma geral, o TCU exigiu a apresentação, em 60 dias, de novo estudo de demanda de capacidade, de plano orçamentário-financeiro, de plano de negócios e de especificações técnicas do SGDC 2 antes que a fase de recebimento de propostas seja iniciada. Uma justificativa da precificação realizada na contratação da Visiona também deve ser apresentada no período. (Colaborou Samuel Possebon).


Fonte: Site TELETIME - http://www.teletime.com.br

Comentário: Bom, bom, bom, muito bom mesmo. Excelente noticia e espero que seja o primeiro passo para dar um fim definitivo nesta ideia de jerico. Como eu gostaria que o Brasil se destacasse no campo da inovação com novas ideias e novas tecnologias, e não com ideias estupidas e muito provavelmente motivadas por corrupção como esta que gerou este extremamente caro e inseguro trambolho espacial SGDC-1. Opção estupida que vale lembrar, sem similar no mundo (inovação Made in Brazil). Pois é leitor, parabéns ao TCU pela iniciativa, afinal não haveria razão para se repetir a mesma estupidez duas vezes seguidas, há não ser, se for motivado por interesses nada nobres. Leitor não se deve misturar comunicações militares e civis por questões óbvias, além do que existem tecnologias muito mais eficientes (modelos tecnológicos) e muito mais baratas, e o Brasil precisa realmente participar do desenvolvimento da opção escolhida, e não da maneira como foi feito no projeto do Satélite SGDC-1, onde técnicos brasileiros aprenderam a montar o satélite (jeito petralha de fazer as coisas) e tomaram cursos para sua operacionalização. Uma vez mais parabéns ao TCU, e espero que de agora em diante este órgão venha mesmo cumprir a sua missão em prol da Sociedade Brasileira.

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