Empresários e Militares Torcem Por Polo Industrial em Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo mais
uma notícia sobre a visita de empresários ao CLA, esta publicada na edição do dia (14/08) do jornal “O Estado do Maranhão”.
Duda Falcão
GERAL - ALCÂNTARA
Empresários e
Militares Torcem Por Polo Industrial em Alcântara
Grupo de
empresários visitou ontem as instalações do Centro de Lançamento de Alcântara;
Aeronáutica espera que a cidade se transforme em um centro industrial com o
Acordo de Salvaguardas Tecnológicas assinado entre Brasil e EUA.
Por NELSON MELO
Enviado Especial
14/08/2019
Integrantes da FIEMA e da Aeronáutica em frente à
plataforma do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)
|
Geração de novos
postos de trabalho e de renda. Essa é a aposta dos empresários e militares da
Aeronáutica com relação ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que foi assinado
em março deste ano entre Brasil e Estados Unidos (EUA). Com esse propósito, uma
missão empresarial visitou o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), na
Baixada Maranhense, ontem, 13. O projeto está sendo objeto de análise no
Congresso Nacional brasileiro para ser ratificado.
A visita ao CLA,
promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), em
parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), aconteceu a alguns setores do Centro,
como a Torre Móvel de Integração (TMI) e o Centro de Controle. O momento teve a
participação de diretores que compõem a FIEMA, representantes do setor
empresarial e a imprensa. O diretor do Centro de Lançamento, coronel aviador
Marco Antônio Carnevale Coelho, mostrou que a Aeronáutica cobre 22 milhões de quilômetros
quadrados do espaço aéreo brasileiro e que isso é feito com utilização de
satélite.
O coronel disse
que está com muita expectativa de que o AST seja ratificado logo no Congresso
para que os avanços em todos os sentidos beneficiem não somente Alcântara, como
todo o Brasil. “As condições foram colocadas e estamos em um bom momento. O
projeto que a gente idealiza é o mesmo que a gente implantou em São José dos
Campos/SP, quando agregamos a indústria, o governo e a academia”, destacou o
diretor do Centro de Lançamento de Alcântara.
“Isso é a
coordenação da indústria, universidade, imprensa e governo em prol de um
objetivo. Sem esse pilar, o programa não poderá decolar. Uma visita nessa dimensão
ao Centro, além de trazer uma motivação significativa, representa a consolidação
desse sustentáculo”, comentou o coronel aviador Carnevale. O diretor do CLA
frisou que, com o Acordo de Salvaguardas, a região de Alcântara se transformará
em uma grande locomotiva. “Nós temos condições de atender em escala global essa
demanda do segmento espacial. A ratificação levaria a esse passo importante
para o Brasil”, salientou o oficial.
Expectativa de Polo Industrial
O presidente da FIEMA,
Edilson Baldez, disse que o projeto é importante não apenas para o Maranhão,
mas para o Brasil. “É uma oportunidade de consolidar o acesso à era espacial e
criar aqui um ambiente de desenvolvimento não apenas no lançamento de foguetes,
como em todas as outras atividades, incluindo o turismo, que vai enriquecer
essa área do Maranhão, para que o Estado alcance um nível de progresso que beneficiará
o país", declarou ele.
Baldez está
apostando que o AST vai contribuir para as inovações no contexto empresarial,
no sentido de geração de emprego e renda. “Esse projeto vai ser relevante para
a Defesa nacional e o desenvolvimento de tecnologias, para elevar Alcântara como
um grande polo de desenvolvimento. Isso interessa à indústria, ao comércio, à
agricultura”, expressou o presidente da FIEMA.
“O Brasil vai
entrar no mercado de lançamentos comerciais de satélites. Há anos, o conselho
empresarial do Brasil e EUA aguarda o Acordo de Salvaguardas com os americanos.
Nossa expectativa é a de que passaremos a exportar serviços relacionados a essa
indústria”, ressaltou Baldez.
Quase 500 lançamentos
Na visita, o
vice-diretor do CLA, coronel Fontes comentou que, em 40 anos, o CLA já
realizou, aproximadamente, 500 lançamentos, sendo 83 com outros países. Destes,
80 foram com os Estados Unidos. Ele pontuou que os EUA são o maior parceiro
nesse projeto aeroespacial. “Isso gerou, para a indústria brasileira,
principalmente a aeronáutica, diversos protocolos de sucesso. Praticamente 80%
do que existe de satélite no mundo da indústria aeroespacial tem tecnologia norte-americana
envolvida”, assinalou o militar.
Segundo ele, o
AST é muito mais conveniente para o Brasil do que para os EUA. “A estrutura
aeroespacial norte-americana já existe. A nossa vai se beneficiar bastante. Os Estados
Unidos observam isso como uma parceria. O que nós precisamos entender é que o
acordo, em nenhum momento, vai ferir nossa soberania. É um protocolo para
salvaguardar nossa tecnologia, que será preservada. Não tenho dúvidas de que é
uma janela de oportunidades para o Brasil”, pontuou o coronel Fontes.
O Acordo
O AST foi
assinado por representantes do Brasil e EUA no dia 18 de março deste ano. O
objetivo é permitir que veículos lançadores e cargas úteis comerciais de
qualquer nacionalidade, que contenham equipamentos ou tecnologias norte-americanas,
sejam lançados a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, segundo o
Ministério da Defesa. Pelo Acordo de Salvaguardas, as informações tecnológicas não
vazarão, ou seja, serão protegidas, para potencializar as ações de
fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro.
"Um aspecto
importante, que torna esse acordo único, é que muitos equipamentos utilizados
nas operações espaciais em todo o mundo, seja nos veículos lançadores ou mesmo
nos veículos ou cargas úteis neles embarcados, contêm tecnologias
norte-americanas controladas, sendo esses componentes sujeitos a autorizações
específicas para exportação pelo governo dos EUA”, diz o Ministério da Defesa
em seu site.
Ainda segundo o
órgão do Governo Federal, o ACT representa uma oportunidade de viabilizar a
entrada do CLA no bilionário e crescente mercado espacial internacional.
“O documento
possibilita destravar o uso comercial do CLA e, com isso, atrair investimentos,
desenvolver uma cadeia produtiva de alto valor agregado com inúmeros postos de
trabalho no Brasil, desenvolver o Programa Espacial Brasileiro e incrementar a
arrecadação de impostos na região a serbeneficiada”, destaca o ministério.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - 14/08/2019
Cometário: Pois é, a comunidade espacial precisa se movimentar, o momento é esse e nunca esteve tão propicio, depois não reclamem. Enfim... fiz a minha parte, cabe a vocês fazerem a de vocês. Alo Presidente Moura! Aproveito para agradecer ao nosso leitor maranhense Edvaldo Coqueiro pelo envio desta matéria.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - 14/08/2019
Cometário: Pois é, a comunidade espacial precisa se movimentar, o momento é esse e nunca esteve tão propicio, depois não reclamem. Enfim... fiz a minha parte, cabe a vocês fazerem a de vocês. Alo Presidente Moura! Aproveito para agradecer ao nosso leitor maranhense Edvaldo Coqueiro pelo envio desta matéria.
Olha, Duda, eu não quero parecer pessimista e acho que estão fazendo o correto em assinar o AST, bem como criar um ambiente legal para lançamentos a partir de Alcântara. Mas eu acho que os Brasileiros, especialmente os da FAB estão sendo muito otimistas. Muito. Estão vendendo ilusões. Perspectivas de valores irreais. E pior, para meu medo, com sempre faz o Brasileiro, já estão contando com o ovo no fiofó da galinha, e gastando por conta, talvez. Isto porque eu tenho lido diversas analises de especialistas Americanos, em websites especializados, que embora também desejando boa sorte aos Brasileiros e a quem venha lançar a partir daqui, diz que não é assim tão vantajoso como se diz. Principalmente devido à logística. Infraestrutura e logística. Também há toda uma questão de opinião popular, que poderia tornar o lançamento a partir do Brasil menos popular para o cidadão Americano, o grande cliente destes lançamentos através de seus órgãos governamentais. Muitas empresas Americanas, que são as que realmente interessam, pelo menos as de grande porte, já manifestaram que não tem interesse por ser, segundo eles inviável. Entre eles SpaceX e ULA, os gigantes dos EUA. Seria como trocar seis por meia dúzia. A única empresa que eu li que manifestou real interesse em fazer uma análise é a "Vector", Americana. Eles lançam "micro-satélites". Ou melhor, pretendem lançar, pois ainda não houve sucesso no lançamento do protótipo, nem encomendas. Então, como se diz aqui no Brasil, é melhor abaixar a bola. Eu quero dizer, sim, fazer todo os esforço para criar condições. Mas o que se vê geralmente no noticiário é coisas do tipo " Maranhão está esperando investimento" ou "vai render não sei quantos bilhões por ano" ou " o melhor site de lançamento do mundo"... Não é bem assim. Precisamos ser mais realistas, diminuir a euforia, e criar reais meios de tornar um negócio interessante economicamente lançar a partir de Alcântara. E ainda assim existirá toda uma questão política. Há uma certa dose de "patriotismo" em todas estas empresas, ou agências de governo, e concorrência, de tal forma que é difícil modificar isto. Mas... quem é de reza, reze!
ResponderExcluirAliás, em relação ao comentário que eu fiz acima, você mesmo noticiou que no Congresso Nacional estavam debatendo a divisão dos "royalties" dos lançamentos ainda sem nem mesmo ter votado o AST nem terem criados facilidades atrativas para as empresas, seja por desburocratização, seja por destinar verbas para infraestrutura da base e da cidade. Eu quero dizer, lá no Congresso eles estão, até agora, preocupados só com o que vão fazer com os "bilhões". Infelizmente é assim.
ResponderExcluirComo eu estava dizendo, por exemplo a SpaceX. Porque ela já manifestou não ter interesse? Simples. Os Custos para trazer o foguete até Alcântara inviabiliza o negócio. Então alguém pode perguntar, porque não fabricam aqui? Porque aqui será difícil guardar segredo industrial, e não há mão de obra especializada. Todos os funcionários teriam que vir dos EUA. E eles vão deixar de ver o Super Bowl e a NBA para vir aqui matar mosquito e ser engolido pela Anaconda? Entende? Eu quero dizer, a única opção seria trazer o foguete pronto, para apenas ser abastecido. Mas isto fica tão caro... Você sabe o tamanho destes foguetes. Não será qualquer navio a trazer. E mesmo assim, trazendo prontos, ainda precisará de uma infraestrutura enorme para preparativos finais antes do lançamento. Ainda, como eu disse, há a questão da opinião pública que certamente não vai gostar de ver lançar foguetes fora dos EUA com dinheiro dos impostos deles. E assim será com todas as outras nações em relação aos foguetes deles. Então, as chances são mínimas. Talvez consiga fechar contrato de aluguel da base para uma empresa pequena e iniciante. Mas para isto precisaremos acender muitas velas e rezar para São Luis.
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