Centro Espacial de Kourou Serve de Inspiração Para Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo a nota oficial (esta mais completa) postada hoje (18/06) no site da
Agência Espacial Brasileira (AEB) tendo como destaque a visita recente da
comitiva liderada pelo Ministro do MCTIC ao Centro de Lançamento Espacial de
Kourou, na Guiana Francesa.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Centro Espacial de Kourou Serve de Inspiração Para
Alcântara
Coordenação de Comunicação Social – CCS
Publicado em: 18/06/2019 12h26
Última modificação: 18/06/2019 12h26
Modelo adotado na Guiana Francesa é um dos exemplos a serem observados pelo Programa Espacial Brasileiro |
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), o astronauta Marcos Pontes, e o Presidente da Agência
Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, acompanhados de uma comitiva de
parlamentares brasileiros visitaram, na primeira semana de junho, o Centro
Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, onde conheceram de perto os benefícios
econômicos e sociais que a instalação do Centro proporcionou à cidade de Kourou
e a população do território guianês.
As informações adquiridas com a visita irão ajudar os
parlamentares no processo de análise e ratificação do Acordo de Salvaguardas
Tecnológicas (AST), assinado entre os governos do Brasil e dos EUA no início
deste ano, e já encaminhado ao Congresso Nacional para votação.
Durante dois dias, a comitiva teve a oportunidade de
conhecer a infraestrutura das cidades de Caiena e de Kourou, para traçar um
comparativo dos pontos específicos de cada uma delas em relação ao futuro de
Alcântara. Kourou possui características de clima, localização, densidade demográfica
e população semelhantes à cidade maranhense onde está localizado o Centro
Espacial brasileiro. A cidade de Kourou serve de inspiração para o que se
deseja para Alcântara, após a ratificação do AST pelo Congresso Nacional.
Para o ministro do MCTIC, Marcos Pontes, a aprovação do
AST no Congresso Nacional completará a primeira fase do projeto do Centro
Espacial de Alcântara e permitirá o início da segunda fase, na qual será
abordado o desenvolvimento regional. Em seguida, será a vez de tratar da terceira
fase, que envolve a comercialização de lançamentos a partir do Centro Espacial
brasileiro.
Após reuniões com o governo local, o comandante das
Forças Armadas da França na Guiana, e com os representantes da administração do
Departamento da Guiana, do Instituto Universitário e Tecnológico, e com o
prefeito de Kourou, entre outros, a comitiva obteve informações relevantes
sobre a importância nacional e regional dos impactos de um empreendimento
espacial. De maneira similar, os brasileiros podem esperar que também sejam
gerados benefícios de desenvolvimento após a aprovação do AST entre Brasil e
Estados Unidos.
O presidente da AEB, Carlos Moura, aposta em uma
discussão positiva do texto no Parlamento brasileiro. “Com pontos esclarecidos,
o Congresso acolherá o Acordo para Alcântara deslanchar”. Durante a missão, foi
possível perceber, entre outros aspectos, que ao longo de décadas a renda per
capita da população de Kourou e de toda a Guiana aumentou de maneira
gradual, após a construção do Centro Espacial.
Atualmente, de acordo com dados fornecidos pelo prefeito
de Kourou, François Ringuet, cada cidadão da Guiana Francesa recebe em média 16
mil euros por ano. Se observar apenas a população da cidade de Kourou, esse
valor sobe para 20 mil euros. Isso aproxima-se bastante da renda per
capita da França como um todo, que chega a 30 mil euros por ano.
Há mais de 50 anos a realidade da população de Kourou
começou a mudar, com a construção do espaçoporto europeu. Onde só havia uma
vegetação densa, característica da região amazônica, começaram a surgir casas,
escolas, hospitais, restaurantes e hotéis. Tudo por conta da indução do
desenvolvimento local proporcionado pela construção e operação do Centro
Espacial Guianês.
A realidade, no Brasil, também poderá ser mudada nos
próximos anos. Passo importante nessa direção foi a assinatura do AST, a ser
ratificado pelo Congresso Nacional, abrindo perspectivas para a inserção de
Alcântara no mercado mundial de lançamentos.
No dia 24 de maio, foi enviado ao Congresso mensagem sobre
o texto do Acordo. Uma vez aprovado, o Brasil aumentará suas perspectivas de
ingressar no limitado grupo de países lançadores de satélites para o mercado
mundial a partir do próprio território, e com a vantagem de ter a localização
mais privilegiada do mundo, o município de Alcântara, no estado do Maranhão.
Participaram da viagem parlamentares brasileiros,
deputados federais, senadores, deputados estaduais, o vice-governador e o
secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Maranhão, além de jornalistas
Acordo de Salvaguardas Tecnológicas
O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) foi assinado
em Washington em março deste ano, em visita oficial do Presidente da República,
Jair Bolsonaro, ao Presidente americano, Donald Trump. É um instrumento
estabelecido entre dois países, pelo qual se comprometem a proteger as
tecnologias de ambas as partes. Pelo Acordo, que é norteado para fins
pacíficos, os Estados Unidos da América autorizam que sejam lançados, do
Brasil, foguetes e espaçonaves que contenham tecnologia americana.
Trata-se de um acordo essencial para viabilizar a
comercialização de atividades espaciais a partir de Alcântara, já que uma
parcela muito grande de componentes utilizados pelo setor tem origem nos EUA.
De posse desse Acordo, abrem-se as possibilidades de desenvolvimento de
negócios junto à grande maioria dos atores do setor espacial: eles podem
vir a operar a partir de Alcântara, atendendo às regras de licenciamento e
lançamento, tendo seus segredos industriais preservados.
Depois de décadas de negociações, o Maranhão e o Brasil,
amparados pela convicção alcançada pelos seus parlamentares, poderá inaugurar
novas páginas da história espacial, visando o desenvolvimento econômico e
social do País, de forma inclusiva, e trazendo oportunidades de avanços
científicos e tecnológicos para todos.
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
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