Brilho Misterioso Está Aquecendo os Excêntricos Anéis do Planeta Urano

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Segue abaixo uma interessante notícia publicada hoje (24/06) no site “HypeScience”, destacando que Brilho Misterioso está aquecendo os excêntricos Anéis do Planeta Urano.

Duda Falcão

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Brilho Misterioso Está Aquecendo os Excêntricos Anéis de Urano

Por Natasha Romanzoti,
HypeScience
24/06/2019


Segundo um novo estudo da Universidade da Califórnia (EUA), algum tipo de onda de calor está aquecendo os anéis de Urano, mesmo que o planeta orbite longe do sol.

Novas imagens do planeta, obtidas por dois telescópios no Chile, revelaram a temperatura dos anéis pela primeira vez: menos 195 graus Celsius, ou a temperatura de ebulição do nitrogênio líquido.


Enquanto isso parece muito gelado pelos padrões terrestres, a maior parte do espaço é muito mais fria, aproximando-se de uma temperatura na qual os átomos param de se mover. Este ponto é chamado de zero absoluto, que é aproximadamente menos 273 graus Celsius.

Estranho

Urano está localizado bem distante no sistema solar, onde recebe apenas uma fração do calor do sol que a Terra recebe.

O gigante de gelo orbita nossa estrela a uma distância média de 19 unidades astronômicas (UA), com cada UA equivalente à distância média da Terra ao sol, ou 150 milhões de quilômetros.

Os cientistas que capturaram as novas imagens disseram não ter certeza do que está causando o calor relativo.

Mas a temperatura estranha prova que o anel mais brilhante e denso de Urano (também conhecido como “anel épsilon”) é muito diferente de outros sistemas de anéis em nosso sistema solar.

Composição dos Anéis

Todo planeta gigante em nosso sistema solar – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – tem seu próprio conjunto de anéis. Os de Saturno são sem dúvida os mais conhecidos e espetaculares, porque são facilmente visíveis com apenas um pequeno telescópio e porque a missão Cassini da NASA os estudou de perto. Mas os anéis de Saturno são bem diferentes dos de Urano.

“Os anéis de Saturno, principalmente os gelados, são largos, brilhantes e possuem uma faixa de tamanhos de partículas, desde poeira de tamanho mícron até dezenas de metros nos anéis principais”, disse um dos autores do estudo, Imke de Pater, astrônomo da Universidade da Califórnia em Berkeley, em um comunicado. “Nos anéis principais de Urano, não há partículas pequenas. O anel mais brilhante, épsilon, é composto de rochas do tamanho de bolas de golfe e maiores”.

Isso também é diferente dos anéis de outros planetas do sistema solar – os anéis de Júpiter são feitos de partículas que têm aproximadamente um milésimo de milímetro de diâmetro cada, enquanto os anéis de Netuno são feitos quase inteiramente de poeira. O anel épsilon nem sequer se parece com os anéis principais de Urano, já que grandes extensões de poeira estão entre eles.

“Nós já sabíamos que o anel épsilon era um pouco estranho, porque não víamos o material menor”, disse Edward Molter, também da Universidade da Califórnia em Berkeley, no mesmo comunicado. “Algo tem varrido o material menor para fora, ou está tudo junto. Nós não sabemos. Este é um passo para entender a composição [dos anéis] e se todos vieram do mesmo material de origem ou são diferentes”.


Como os Anéis dos Planetas do Sistema Solar se Formaram?

Outro mistério é como Urano e os outros planetas adquiriram seus anéis em primeiro lugar. As hipóteses variam.

Talvez uma ou mais luas chegaram muito perto dos planetas e se separaram. Esse é o provável destino da lua de Marte, Phobos. Talvez as luas se chocaram e se quebraram em pedaços, o que poderia acontecer de novo em Júpiter, onde a órbita de uma lua recém-descoberta cruza o caminho de várias outras luas.

Ou talvez os anéis se formaram a partir de asteroides capturados que se desmancharam quando ficaram sob a influência da gravidade de um planeta. Os anéis também podem ter vindo de detritos que sobraram do nascimento do sistema solar, 4,5 bilhões de anos atrás.

Próximos Passos

Os cientistas usaram os telescópios ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) e VLT (Very Large Telescope) para reunir os dados da pesquisa.

Eles esperam que informações ainda melhores sobre o anel excêntrico de Urano possam ser coletadas com o próximo Telescópio Espacial James Webb, da NASA.

Um artigo sobre o estudo foi aceito para publicação na revista científica The Astronomical Journal e está disponível para leitura (em inglês) na plataforma arXiv. [Space]


Fonte: Site HypeScience - https://hypescience.com

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