Imagens Gratuitas de Satélite Sino-Brasileiro Vão Beneficiar Pesquisas Nacionais
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada ontem (07/12) no site da
“Agência Brasil” destacando que imagens gratuitas do Satélite Sino-Brasileiro
vão beneficiar pesquisas nacionais.
Duda Falcão
Pesquisa e Inovação
Imagens Gratuitas de Satélite Sino-Brasileiro
Vão Beneficiar
Pesquisas Nacionais
Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil
Edição: Davi Oliveira
07/12/2013 - 18h14
Brasília – Dentro de três
meses, será possível acessar o sistema de armazenamento de imagens do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e baixar fotografias recentes do
desmatamento na Amazônia, de fenômenos agrícolas, conflitos agrários e expansão
urbana, graças ao novo satélite do Programa Sino-Brasileiro de Satélites de
Recursos Terrestres, que será lançado nesta segunda-feira (9).
O CBERS-3, como é chamado, vai
retomar o registro de imagens feito em parceria com a China. Ele vai abastecer
o banco de dados para acadêmicos, órgãos de pesquisa e cidadãos comuns. De
acordo com o coordenador do Segmento de Aplicações do Programa CBERS, José
Carlos Neves Epiphânio, a principal vantagem dos investimentos em pesquisa
espacial é a diversidade de benefícios.
“O legal é que essas imagens
estarão gratuitas na rede e poderão ser pesquisadas por uma ONG que deseja
produzir algum trabalho, pelo órgão ambiental que quer investigar ações de
impacto no meio ambiente, pelo estudante da universidade e por quem trabalha na
área”, explica.
Epiphânio cita algumas
instituições que utilizam as fotos tiradas pelo CBERS e outros satélites (por
meio de acordo do Brasil com outros países), como a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (INCRA).
O número total, porém, é bem
maior. Segundo Epiphânio, mais de 30 mil usuários individuais e mais de 3 mil
instituições utilizam o mecanismo de busca do INPE. “Não há nenhuma instituição
brasileira que precise fazer uso de imagens de satélite e não seja usuária do
CBERS, dos anteriores e agora do CBERS-3”, revela, explicando que todas as
universidades, centros de pesquisa e até o Judiciário acessam o sistema.
De acordo com Ephipânio, a
disponibilização gratuita foi pioneira no Brasil e pode ser feita pela
internet. “Isso causou uma certa revolução, porque, até então todos os
satélites eram pagos. Hoje, isso se tornou padrão mundial para essa classe de
satélites”.
Para o coordenador do INPE, o
ensino básico também pode ser beneficiado. “A professora pode baixar imagens
para a aula. Uma coisa é você mostrar o desmatamento, outra é mostrar antes e
depois, isso marca o aluno. Também pode mostrar a diferença entre vegetação do
Cerrado e da Amazônia, por exemplo, ou como certas regiões são adensadas”, diz
o pesquisador.
O CBERS-2B deixou de funcionar
em 2010 e só agora o Brasil voltará a monitorar as imagens na especialidade de
sensoriamento remoto. Epiphânio explica, porém, que os acordos com outros
países permitiram manter atualizados os dados e o abastecimento das imagens.
Com novas câmeras, o CBERS-3
poderá monitorar, por exemplo, o avanço de plantações para além do mínimo
exigido, próximo de cursos d'água. “Haverá também um melhor gerenciamento das
águas de represas, para ver se não estão removendo o solo na beira das represas,
porque a areia pode entrar na turbina e diminuir seu tempo de vida útil,
gerando mais manutenção e conta de luz mais cara para nós”, imagina Epiphânio.
O envio das imagens é possível
graças a receptores instalados no Brasil e na China, que processam os dados e
os transformam novamente em fotografias prontas para os estudos. Em 2007, foi
lançado o CBERS for África, para que países em desenvolvimento se beneficiassem
dos dados dos satélites. A África do Sul já possui a estrutura para receber as
imagens.
Segundo Epiphânio, os outros
países poderão receber informações sobre seus territórios por meio do gravador
de bordo do satélite, que armazena as fotografias e depois as envia para os
receptores brasileiro e chineses. O lançamento do CBERS-3 está previsto para
1h26 de segunda-feira, horário de Brasília, na base de lançamento de Taiyuan,
capital da província chinesa de Shanxi, na região central da China.
Fonte: Site da Agência Brasil
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