Brasil Terá Blecaute em Imagens de Satélite Sobre Amazônia

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo análise postado ontem (09/12) no site “www.defesanet.com.br“, destacando que com a falha no lançamento do Satélite CBERS-3 o Brasil terá blecaute em imagens de satélite sobre Amazônia.

Duda Falcão

COBERTURA ESPECIAL - Especial Espaço - Defesa

Brasil Terá Blecaute em Imagens
de Satélite Sobre Amazônia

Júlio Ottoboni
Exclusivo DefesaNet
ANÁLISE
09 de Dezembro, 2013 - 18:02 ( Brasília )


O Brasil passará a ter um agravamento no blecaute em imagens de satélite para o monitoramente remoto da Amazônia, o que piora em muito o acompanhamento do desmatamento.  Às 11h26, hora de Beijing (1h26, hora de Brasília), desta segunda-feira 9/12, uma facha no lançamento do satélite de sensoriamento remoto sino-brasileiro CBERS-3, desenvolvido conjuntamente por Brasil e China, colocou um fim aos planos de se retomar a produção de imagens nacionais sobre o território brasileiro, que já está paralisada há 5 anos.

Com isso, o Brasil terá que recontratar serviços de satélites norte-americanos e europeus de sensoriamento remoto, que não conseguem cobrir toda a extensão do país e nem com os ângulos necessários para as avaliações dos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que fazem o monitoramento do avanço dos desmatamento em todo o território brasileiro. O satélite lançado foi feito pelo veículo chinês Longa Marcha 4B, do Centro de Lançamentos de Satélites de Taiyuan, China. Porém, houve uma falha de funcionamento do veículo lançador durante o voo. O problema decorreu, provavelmente, no último estágio de ejeção do aparelho, e o satélite não foi posicionado na órbita prevista. Avaliações preliminares dão conta que o CBERS-3 retornou ao planeta. O local mais provável do impacto é o polo norte.

Engenheiros chineses responsáveis pela construção do veículo lançador estão avaliando as causas do problema e o possível ponto de queda. Os dados obtidos mostram que os subsistemas do CBERS-3 funcionaram normalmente durante o trajeto para sua colocação em órbita. O satélite já estava com o cronograma em atraso há 3 anos, por falta de recursos, desviados para a viagem ao espaço do astronauta Marcos Pontes, agravada pela falta de aquisição de peças dificultadas pelos Estados Unidos.

Para assegurar o cumprimento dos objetivos do programa CBERS, Brasil e China concordaram em iniciar imediatamente discussões técnicas visando a antecipação da montagem e lançamento do CBERS-4. O CBERS-3 não tinha um backup, ou seja, um equipamento reserva que sempre é utilizado nestes casos, inclusive para testes e emergências como a recolocação de satélites com falhas ou lançamentos mal sucedidos. Boa parte dos equipamentos que eram para estar em estoque e mesmo montados foram cortados por falta de cotação orçamentária.

A Agência Espacial Brasileira e a Academia Chinesa de Tecnologia Espaciais convocaram uma reunião extraordinária do comitê conjunto de coordenação do programa CBERS (JPC, em inglês), para esta terça-feira, 10 de dezembro, na China, da qual participam representantes de todas as partes envolvidas no projeto. Estão convocados em caráter de urgência o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) José Raymundo Coelho, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Leonel Perondi, e chineses responsáveis pelo desenvolvimento da parte chinesa do satélite, pelo lançador e pelas operações de lançamento. Nesta reunião, serão discutidas as causas da falha no lançamento e os próximos passos do programa.

O programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, na sigla em inglês) gera imagens da superfície do território brasileiro para aplicações diversas, tais como zoneamento agrícola, monitoramento de desastres naturais e acompanhamento de alterações da cobertura vegetal, com grande aplicação na região amazônica.

O CBERS-3 seria o quarto satélite do programa a entrar em órbita. Os três satélites anteriores operaram adequadamente e cumpriram suas missões. Entretanto todos já estavam fora de operação. O último deles o CBERS-2B deixou de funcionar em janeiro de 2009. Brasil e China alcançaram resultados tem cooperação na área espacial desde 1988, o primeiro acordo foi feito dentro do governo de José Sarney numa polêmica viagem à China realizada em 1986.


Comentários

  1. Espero sinceramente que as afirmações desse artigo estejam erradas.

    Quando ele diz: "Com isso, o Brasil terá que recontratar serviços de satélites norte-americanos e europeus de sensoriamento remoto."

    É isso mesmo? Então o Brasil encerrou os contratos antes de ter o seu satélite funcionando? Isso é inconcebível !!!

    Por outro lado, está provada a necessidade de ter um satélite próprio com trajetória adequada às nossas necessidades. Agora só tenho uma dúvida: será que os satélites chineses que já estão na terceira geração (o CBERS foi a primeira deles), não supririam essas necessidades com vantagem?

    Nós já entregamos de bandeja para eles a tecnologia da tal câmera. É bem provável que as versões mais novas dos satélites deles tenham câmeras tão boas quanto ou até melhores que as nossas.

    Com esse "desgoverno" entreguista e o total desinteresse do pessoal que faz parte do programa, não deve demorar muito para alguém começar a questionar todo esse "investimento" em tecnologia "nacional".

    Eu mesmo já começo a pensar: será que contratar o lançamento e colocação em órbita de um satélite de fabricação chinesa sob nosso controle com cláusula de pagamento contra entrega, ou seja, paga pelo satélite colocado na órbita combinada e funcionando. O risco ficaria todo por conta deles.

    Se esses caras não tomarem nenhuma ATITUDE, tá na hora de começar a repensar tudo.

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    1. Já havia sido informado pelo INPE, há muito tempo, que o CBERS iria complementar as imagens já recebidas dos satélites estrangeiros contratados. O INPE jamais cancelaria um contrato por causa do lançamento do CBERS. Só o faria isso depois de tê-lo funcionando em órbita e com outros satélites nacionais substituindo os estrangeiros. A imprensa brasileira é fraca demais em qualquer matéria, não apenas na tecnológica. Certos jornalistas quando não sabem, na ânsia de publicar logo a matéria, nem se dão ao trabalho de pesquisar, inventam informações confiando na ignorância do povo brasileiro.

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