Uma Base Importante e Tão Militar Quanto Científica
Olá leitor!
Segue abaixo
uma pequena matéria postada dia (09/12) no site do jornal “O Globo” com interessantes
informações sobre a “Base de Lançamento Espacial de Taiyuan” na China, base
está de onde foi lançado o Satélites CBERS-3.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Uma Base
Importante e
Tão Militar Quanto Científica
Local
também é sede de testes e ejeções de mísseis
intercontinentais
carregados de carga nuclear
GILBERTO SCOFIELD JR.
Publicado: 9/12/13 - 20h24
Atualizado: 9/12/13 - 20h38
Fonte: AP
Lançamento de
foguete
na base de Taiyuan.
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RIO - Apesar do nome, a Base de Lançamento Espacial de Taiyuan, também
conhecida como Base 25, fica na cidade de Xinzhou, um município bem próximo de
Taiyuan, que é a capital da província de Shanxi, distante cerca de 500
quilômetros de Pequim. Em 2007, acompanhei a missão científica brasileira que
participou do lançamento do Satélite Brasileiro de Recursos Terrestres 2B
(CBERS-2B) na mesma base, um dos três mais ativos locais de lançamento de
satélites do país. O condado de Kelan, onde fica a base, está a uma altura de
1.500 metros acima do mar. O lugar é sequíssimo e a conjugação de altura com
secura do ar torna a Base 25 uma das maiores e mais importantes do país.
Oficialmente, a base é usada para o lançamento de satélites
meteorológicos, científicos e de rastreamento, mas a segurança que cuida da
área é tão grande e a presença militar tão maciça que qualquer visitante
percebe logo usos secundários ali. Entre o portão principal da base e a torre
de lançamento do foguete chinês Longa Marcha 4B — um veículo lançador com 45
metros de altura e peso total de 250 toneladas — é possível perceber vários
locais isolados onde se lê “segurança máxima” e onde se percebe curiosos montes
camuflados, como armamentos numa guerra. A Base de Taiyuan também serve de
local de teste e ejeção de mísseis intercontinentais carregados de carga
nuclear. Um lugar muito estratégico, portanto.
O mal-estar deve ser grande entre as autoridades chinesas. Afinal, a
Longa Marcha empreendida pelos comunistas chineses no século passado é um
símbolo de resistência contra adversidades para os militares do país e, por
isso, batiza o veículo lançador de satélites. Além disso, nunca um foguete
Longa Marcha havia falhado em sua missão. Em 2007, o foguete levou apenas 12,5
minutos para colocar o CBERS-2B em órbita terrestre, uma manobra acompanhada
por cientistas brasileiros e chineses da sala de operações e suas telas
gigantes, que monitoram todas as variantes e imagens do processo a uma
distância de cerca de dois quilômetros da torre de ejeção.
A parceria entre os dois países corre bem, o que não significa que não
haja problemas. Os cientistas chineses reclamam da demora na conclusão dos
projetos pelos cientistas brasileiros. Muitos acham impensável que os
brasileiros não trabalhem no fim de semana. Mas quando os brasileiros entregam
o equipamento, ele está pronto para ser usado. Já os equipamentos chineses
precisam ser refeitos por conta da pressa chinesa, alegam os brasileiros.
Fonte: Site
do Jornal O GLOBO – 09/12/2013 - http://oglobo.globo.com/
Comentário: Hummmmm, interessante alguma informações dessa matéria e
está aberta para debates. O que vocês acham?
"Mas quando os brasileiros entregam o equipamento, ele está pronto para ser usado. Já os equipamentos chineses precisam ser refeitos por conta da pressa chinesa, alegam os brasileiros."
ResponderExcluirExiste uma expressão popular em Portugal que se aplica bem aqui: "Ralham as comadres, descobrem-se as verdades". Quando o troço dá errado todos procuram apontar o dedo a outrem, e aí se descobrem as verdades.
Relativamente à parte brasileira, agora percebem um pouco o que eu senti quando voltei para o Brasil para descobrir que por causa de feriados e largos fins-de-semana toda a produtividade nacional parava.
Relativamente à parte chinesa, o que parece acontecer é esta ter muita gente a ser treinada (provavelmente porque é um programa espacial em expansão), o que pode confirmar o que disse sobre o possivel erro técnico se ter devido a falha humana. Por outro lado o forte avanço e a quantidade enorme de missões deve levá-los a primar mais pela quantidade do que pela qualidade.
Uma coisa o nosso PEB tem de bom, e até onde sei, desde o acidente do VLS-1 em 2003 eles estabeleceram uma série de procedimentos e exigências que precisam garantir a qualidade da nossa tecnologia. E a razão de nosso atraso parece que está bem explícita: pesada burocracia e recursos mirrados.
O que se pode tirar de bom da parte chinesa é a questão da segurança, e nós estamos aprendendo agora aqui no Brasil (o que se vê por algumas reformas nas bases de lançamentos). Programa espacial é coisa séria e a tecnologia, que se pode estender para o âmbito militar, é importante demais para ser deixado a mercê dos inimigos. Talvez nesse aspeto possamos aprender um pouco com os chineses para evitar que possíveis boicotes sucedam.
Oi Duda,
ResponderExcluirTem um tempão q eu n comento no seu blog. Bom, eu achei essa falha a coisa mais normal do mundo. Lançadores falham e isso é óbvio. E assim "a primeira vez q ocorre com um Longa Marcha", pois é, dizer que demos azar é até irônico, já que atrasamos tanto o CBERS3 por falta de Verbas essencialmente.
Sinceramente? Não culpo os chineses. É so ver o Proton que tem falhado bastante. O problema real é: Da onde virá a proxima verba para fazer o CBERS4? Afinal, não temos uma politica de estado espacial, mas uma politica de "governos". Sinto calafrios qnd penso seriamente no PEB...
E Duda, poderia me dar sua opinião sobre o satelite nacional ser feito por mãos (pra q tanta empresa afinal?) francesas? Será q o nosso INPE não poderia agregar tecnologia (os franceses poderiam transferí-la e não construir tudo sozinhos, oras) e fazer ele aqui mesmo. Confesso que fiquei nada feliz em saber q Outro satélite nacional, de nacional, só tem o meu, e o seu imposto.
Abraços, por favor, quero muito saber oq vc acha a respeito.