Antes de Irem ao Espaço, Recrutas Treinam em Aviões de Guerra dos EUA
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada ontem (10/12) no “Portal
TERRA” destacando que antes de irem ao espaço, recrutas treinam em aviões de
guerra dos EUA.
Duda Falcão
VIAGEM ESPACIAL
Antes de Irem ao Espaço, Recrutas
Treinam em Aviões de Guerra
dos EUA
André Roca
Direto de Orlando (EUA)
10 de Dezembro de 2013 - 07h24
Fotos: André Roca / Terra
Candidatos a uma vaga em voo espacial voaram em aviões usados para treinamento militar nos EUA. Entre eles estava o brasileiro Marco Aurélio Gorrasi, que ficou entre os 23 selecionados. |
Durante a semana de treinamentos que os mais de 100
recrutas da Axe Apolo Space Academy (AASA) tiveram em Orlando, nos Estados
Unidos, duas atividades foram as mais esperadas: a possibilidade de
experimentar um ambiente de gravidade zero, durante um voo parabólico em um
Boeing, e a chance de voar – e pilotar por alguns minutos – em um Marchetti SF
260, pequeno avião utilizado para exercícios acrobáticos e militares ao redor
do mundo.
A primeira experiência, contudo, acabou frustrada para a
maioria deles por causa de problemas técnicos na aeronave, que por dois ou três
dias ficou "encostada" na oficina, supostamente por problemas no
sistema de ar condicionado. Quando o avião ficou pronto, sexta-feira, somente
os 23 vencedores do concurso ainda estavam por lá para a realização do voo de
gravidade zero.
Já a outra aventura foi completada com sucesso por todos
os que concorriam a uma vaga em um passeio suborbital – que deve ocorrer entre
o fim do próximo ano e o começo de 2015 e que fará deles astronautas amadores.
Ao longo da semana, eles voaram com a equipe do Air Combat USA
a partir do aeroporto de Kissimmee, na Flórida, e colecionaram histórias de
aventura, adrenalina e também de algumas cenas inusitadas – um deles, durante
uma das acrobacias, fez simplesmente o pior que poderia ter feito: agarrou-se
no piloto.
O avião é pequeno, os lugares são apertados e você ainda
precisa vestir, além do macacão com as insígnias do programa que te faz se
sentir como Maverick em Top Gun,
uma mochila pesada onde fica seu paraquedas – que os pilotos costumam brincar
dizendo que INFELIZMENTE ainda não tiveram a oportunidade de usar, como se
desejassem que isso ocorresse justo naquele momento com você, e que se mesmo
assim desse tudo errado eles devolveriam o dinheiro.
É tudo brincadeira, claro. Os pilotos que te levam para
esse passeio são todos extremamente experientes, muitos com passagens pelas
forças armadas americanas, e alguns, inclusive, com participação em guerras –
um deles, aliás, veterano da guerra do Vietnã, acabou levando para dar uma
volta um competidor desse país (e ambos voltaram realizados).
Vifa mostra o ângulo de descida da aeronave em determinada manobra. |
Antes de tudo, ocorre um briefing de aproximadamente meia
hora, quando um dos pilotos explica quais são as manobras que eles pretendem
praticar em instantes com dois aviões, o quanto essas são seguras e como se
deve puxar o ar quando a força gravitacional for muito forte – respirar
normalmente, explica o piloto Russell Campbell, ou Vifa, codinome que usa no
trabalho, é difícil nesse momento.
Grosso modo, uma força G de nível 4, que é a
experimentada pela maioria dos "caronas" nesses voos, nos faz sentir
o corpo quatro vezes mais pesado do que de fato é quando estamos com os pés no
chão. No caso desse exercício, isso ocorre durante uma subida quase vertical do
Marchetti que culmina com uma descida tão radical quanto que faz com que os
tripulantes sintam, por poucos segundos, a ação da força G e, depois, da
ausência de peso.
E eles também fazem uma descida em espiral, imitando a reentrada na atmosfera de algumas naves usadas para ir ao espaço. |
É nesse momento que controlar o ar que entra nos pulmões
e forçar pernas e abdome para diminuir o fluxo de sangue que vai para a cabeça
podem fazer a diferença entre curtir plenamente a experiência ou sentir algum
efeito colateral, como visão em preto e branco ou até mesmo um desmaio. Mas os
pilotos também estão preparados para avaliar quando é preciso pegar mais leve,
e diminuem a tensão criada pelas manobras se for preciso.
Quem não sentiu nada foi o brasileiro Marco Aurélio
Gorrasi, um dos 23 vencedores do projeto AASA, para quem o
exercício foi uma dos melhores partes do programa. "Voar num avião de
guerra americano de verdade, a sensação de estar com o senso de gravidade 4 G
no corpo, sentir a pressão que é estar viajando tão rápido e sentindo aquela
pressão da nave indo tão rápido... Nossa!".
Para Michael Blackstone, ou Maverick, presidente e piloto
do grupo Air Combat USA, não há qualquer razão para temer. "Somos todos
pilotos experientes, que procuramos fazer aquilo que mais gostamos com a maior
segurança possível. Muitos aqui saíram das forças armadas e agora nós estamos
aqui para continuar voando, que é a nossa paixão. Somos na verdade crianças que
não querem crescer jamais, queremos continuar brincando de voar para
sempre".
Foto: Terra
Buzz Aldrin defende exploração do espaço |
Brincando, o Air Combat ainda faz uma série de manobras.
"Ele fez várias acrobacias: looping, parafuso, outra tipo um funil que ia
descendo (quando o avião desce percorrendo trajeto em espiral, imitando a
reentrada na atmosfera da Terra de algumas naves espaciais, como a Atlantis).
Foi muito forte, mas foi muito legal", explica Gorrasi.
Pilotando Um Avião de Guerra
E se isso já não fosse emoção suficiente, os pilotos
ainda permitem que o passageiro comande a aeronave por um tempo. "Pilotei
um pouco. A gente percebeu que ela é muito sensível. Qualquer pequeno movimento
que você faz a nave já desce, sobe ou vira para o lado. Você tem que tomar
muito cuidado, mas é uma experiência totalmente inesquecível", completa o
brasileiro, que pode se tornar a segunda pessoa do país a ir ao espaço, caso
nenhum outro que tenha pagado pela experiência chegue lá antes.
Depois disso, os dois aviões retornam ao solo para
abastecer, pegar mais duas vítimas e começar tudo de novo. Afinal, eles são
apenas crianças que não querem parar de brincar de voar.
O jornalista viajou a convite da organização do evento
OBS: Veja outras fotos na matéria no Portal Terra
Fonte: Portal Terra - 10/12/2013 -
http://noticias.terra.com.br
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