INPE Avalia Antecipação de Montagem de Satélite

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (11/12) no site do jornal “O VALE”, destacando que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está avaliando antecipação de montagem e integração do Satélite CBERS-4.

Duda Falcão

REGIÃO

INPE Avalia Antecipação de
Montagem de Satélite

Instituto já tem prontos os equipamentos do CBERS-4,
satélite que pode ocupar 'vácuo' do CBERS-3

Chico Pereira
São José dos Campos
December 11, 2013 - 07:37

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, já tem prontos os equipamentos do CBERS-4 (satélite sino-brasileiro de recursos terrestres). Com isso, seria possível antecipar a montagem e integração dos componentes do satélite que irá substituir o CBERS-3, que caiu anteontem logo após ser lançado, na China.

Irmão gêmeo do orbitador que foi perdido, o CBERS-4 seria montado e integrado no LIT (Laboratório de Integração e Testes) do instituto a partir de agosto do ano que vem, mas esse prazo pode ser antecipado.

Anteontem, o vice-diretor do INPE, Oswaldo Duarte Miranda, disse que poderia ser feito um esforço para montar e integrar o CBERS-4 em prazo de 12 a 14 meses. Tudo vai depender do que for acordado pelos governos brasileiro e chinês.

Conversações

Autoridades brasileiras, entre elas o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, o presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira) e o diretor do INPE, Leonel Perondi, tratam do assunto com os colegas chineses e discutem a viabilidade de antecipar o lançamento do CBERS-4 para 2014.

A previsão inicial era que o satélite fosse lançado no final de 2015.  A comitiva brasileira foi à China acompanhar o lançamento do CBERS-3 e, após o fracasso da operação, agendou reuniões com os chineses.

Seria uma forma de compensar e amenizar os prejuízos causados pela perda do CBERS-3, satélite que devolveria ao Brasil a capacidade de monitorar, por meios próprios, queimadas, desmatamentos, safras agrícolas e até desastres naturais.

Indústria

O CBERS-3 e 4 são mais avançados que os anteriores do programa sino-brasileiro para a construção de satélites e praticamente idênticos.

O Brasil contribui com 50% do satélite. Entre 15 e 20 empresas nacionais foram contratadas para fornecer equipamentos e componentes de alta tecnologia espacial para os dois artefatos. Os contratos com a indústria nacional para o CBERS-3 e 4 somam R$ 320 milhões.

Entre as empresas participantes estão a Opto Eletrônica, de São Carlos (SP), que desenvolveu e construiu a MUX, primeira câmera para satélite inteiramente nacional.

Do polo de São José participam, entre outras, a MECTRON, que forneceu o transponder e o gravador digital para os dois satélites e a Equatorial, que trabalhou na segunda câmera brasileira do orbitador, a WFI.

Para a antecipação dos trabalhos, no entanto, é preciso que a China envie ao país os seus componentes e equipamentos, disse o chefe do LIT, Geilson Loureiro. "A pressão será grande", pontuou.

Foto: Reuters/Stringer
Integrantes de milícia chinesa com os destroços que podem
pertencer ao foguete que falhou no lançamento do CBERS-3.

Milícia Acha Destroços de Foguete

Membros de uma milícia na província chinesa de Jiangxi, encontraram destroços do que se acredita ser o foguete que lançou o satélite sino-brasileiro CBERS-3. Os pedaços da fuselagem do Longa Marcha 4B foram achados próximos à vila de Sanxi, segundo informações de agências internacionais de notícias.

Oficialmente, engenheiros chineses responsáveis pela construção do veículo lançador estão avaliando as causas do problema e o possível ponto de queda do lançador Longa Marcha 4B.

Pelo cronograma de lançamento, o primeiro dos três estágios do foguete deveria ter caído na Antártica. O Longa Marcha apresentou falha em seu terceiro estágio, onde estava o satélite sino-brasileiro.

O motor parou 11 segundos antes do previsto. O CBERS-3 foi lançado, mas não atingiu a velocidade necessária para permanecer em órbita. Ele funcionou durante 30 minutos e depois desapareceu.

ENTENDA O CASO

Falha

Falha no lançador Longa Marcha 4B provocou o fracasso do lançamento do satélite sino-brasileiro CBERS-3

Custo

O CBERS-3 teve custo industrial de R$ 160 milhões, segundo o INPE. Ele substituiria o 2B, que foi desativo em 2010

Monitoramento

Brasil continuará a recorrer a imagens de satélites estrangeiros para monitorar desmatamentos, queimadas, safra, entre outros programas

Previsão

A previsão é que o CBERS-4 seja lançado em 2015. China e Brasil estudam antecipar o lançamento para 2014


Fonte: Site do Jornal “O VALE” – 11/12/2013

Comentário: Sabe leitor, estava aqui a pensar com os meus botões e cheguei a conclusão que em princípio a antecipação do lançamento do CBERS-4 para 2014 inviabiliza nessa missão o uso do trambolho tóxico ucraniano Cyclone-4, o que é uma ótima notícia para o PEB, já que se assim for, será menos uma carga útil para dar uma sobrevida a esse acordo desastroso. Isto ocorre por que segundo as ultimas previsões o foguete e sua base tóxica de lançamento só estarão disponíveis a partir do segundo semestre de 2015, isto é, se realmente não houver até lá uma reviravolta em todo este desatino. Entretanto, temo que os técnicos e pesquisadores do MCTI/AEB/INPE terão um grande trabalho (em minha opinião infrutífero) para convencer os chineses de lançar esse satélite em 2014.

Comentários

  1. Você sabia que para os chineses a participação no CBERS é só pra treinamento de pessoal? São os estagiários deles que participam. A nata da CAST está em outros projetos. CBERS não tem valor algum para eles. Tomara sim que se lance pelo Cyclone 4. Estou torcendo por isso.

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    1. Olá Anônimo!

      Você tem todo o direito de pensar assim, e é pena que pense dessa forma com relação ao Cyclone-4, pois assim não tenho como não colocá-lo entre aqueles que lesam a pátria. Realmente triste e torço para que vocês não atinjam seus nefastos objetivos.

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  2. Compartilho com o Duda o otimismo em relação a não utilização do Cyclone-4 caso o lançamento do CBERS-4 seja antecipado. Menos mal para a população brasileira, principalmente aqueles que habitam as áreas próximas ao Centro de Lançamento de Alcântara.

    No entanto, se considerarmos o planeta Terra como um bem de toda a população que o habita, convém lembrar que o foguete dos chineses, o Longa Marcha 4B, é a versão deles do mesmo trambolho tóxico usando a mesma combinação combustível, então pobre da população chinesa que é obrigada a conviver com todos esses lançamentos feitos por lá, visto que TODOS os lançadores chineses usam essa mesma tecnologia. Aquele "governo" não está nem aí para a sua própria população e muito menos para o Planeta como um todo.

    A ESA já baniu a hidrazina dos seus lançadores, e embreve vai bani-la também dos seus satélites e parar de poluir o espaço. Vejam aqui.

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  3. Longa Marcha 4....foguete testado aprovado...mas com algumas falhas, o que ocasionou a perda nosso satélite conjunto.

    CYCLONE 4...nunca lançado, não aprovado...sujeito a mil falhas...


    Qual alternativa é melhor ?

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    1. Olá Ricardo!

      Acho que não é necessário responder essa pergunta, já que a resposta é bem óbvia.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  4. Não creio que o programa CBERS (ou Ziyuan-1) seja de pouco significado para a China e esta terá todo o interesse em lançar o CBERS-4 pois foi isso que foi acordado.

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  5. Tem outra perspectiva que pode ser boa nessa história. Se quiserem enviar o próximo satélite antecipadamente e ainda tiverem planos para contruirem um a mais para colocarem em lugar desse que foi para o beleléu, isso pode ser positivo para as empresas que ajudaram na fabricação do satélite. Sua tecnologia seria mais uma vez requisitada e, logo então, entrariam mais recursos. No entanto não se pode garantir se eles vão querer mesmo fabricar um a mais em lugar desse que se espatifou.

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  6. Duda

    O lançamento do Ciclone4 é outra bravata. As obras de infraestrutura de Alcântara estão paradas desde março de 2013. O sítio de lançamento não ficaria pronto em menos de 1 ano e meio (isso se houvesse toda a verba necessária). Com isso, Ciclone4 só em 2016 e olhe lá...

    Com relação ao novo CBERs se continuar a ação tapa buraco, como vem sempre acontecendo, será mais de mesmo.

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    1. Pois é Sr. Heisenberg, para onde você olhe no Programa Espacial Brasileiro (PEB) a única coisa certa é que não há nada certo e isto vale Infelizmente no contexto geral e felizmente nesse caso específico.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  7. Falando em satélites, estive acessando o site do INPE e tive a oportunidade de constatar o que já suspeitava a inviabilidade de tentar executar em paralelo tantos projetos com um orçamento tão ridículo como o do nosso PEB.

    O exemplo que me deu essa visão é o do Satélite Lattes cuja meta para 2013 é, pasmem: "7% de execução física do satélite desenvolvido". Então, pelas minhas contas, se mantido esse passo de tartaruga, o satélite Lattes começa a ser feito agora para ficar pronto daqui uns 14 anos. Será que é isso mesmo? Estou aqui torcendo para estar errado, mas por outro lado, não me espantaria se o "planejamento" for esse mesmo.

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    1. Marcos vc tocou em um ponto nevrálgico do PEB. Tanto o INPE como o IAE tem equipes de especialistas que ficariam desmobilizados devido ao projeto em que trabalham não receber a verba necessária. Como solução - pasmem - criam outros projetos, que caem no mesmo problema. Isso explica haver diversos projetos e todos sem recursos e as instituições ficarem dizendo que não tem recursos humanos. Há sim projetos demais para os recursos que temos.

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    2. Ah tá, entendi.

      Então eles criam um "Mundo do faz de conta" para lidar com uma "realidade inatingível".

      Quanto mais fico sabendo, menos quero saber...

      Isso é inconcebível !

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  8. Acho os dois projetos perda ds tempo e enrolacao de governos comprometidos em nao fazer prosperar o vls e demais projetos nacionais!
    Diga duda qual nacao no mundo fez crescer seu programa espacial com parcerias iguais que o brasil tenta xpm china?
    A china aprendeu ou roubando dos russos e americanos ou na base do erro e acerto!

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  9. " ABAIXO: A SUBMISSÃO, EMBARGOS DO TIO SAM E OS DELEIXOS DO GOVERNO!"

    Existem profissões, funções e missões que não podem ser substituído e nem vendidas aos estrangeiros, cada um tem seu lugar cativo e suas peculiaridades em desenvolver aquilo que lhe foi proposto. O meu grupo amador CEFAB parabeniza os engenheiros do INPE, Opto, Mectron e a Equatorial, todas locadas em um patamar de exemplos por todos, atualmente fazem diferenças daquilo que foi e daquilo que é de grande importância capital para a realização do satélite CBERS-3, ceifado legado, que resistiu do início até o fim, das intempéries precipitadas dos irresponsáveis populistas.
    O colapso do CBERS-3, coloca as pretensões do Programa Espacial em check de todo cronograma e, acima de tudo, posta no banco dos réus, a real confiança do foguete lançador chinês. Os fantasmas do Medo e da desconfiança, pairam neste momento nos bastidores e nos corredores dos institutos e na própia AEB.
    O nosso simbólico satélite, em " memória", acabou se tornando protagonista involuntário, quase infortúnio, na sombra da falha do 3º estágio do foguete de " ZOÍOS RASGADOS".
    Por maior que tenha sido a evolução da tecnologia da construção e satélites pelo INPE nas últimas décadas. Fatores preponderáveis, não podem ser descartados do uso MAIS RÁPIDO na construção dos LANÇADORES NACIONAIS, onde os benefícios e acordos legados pelo IAE em concordância com o DLR ou até mesmos as revisões das participações dos camaradas russos, com o domínio dessas tecnologias os riscos envolvidos, seriam nossas.
    O futuro do PEB, está agora no centro das atenções, no limiar dos debates e especulações, onde não há neste momento, responsáveis e representantes legais. Todos saindo de fininho, como nada acontecesse. Na realidade é oito ou oitenta, se ficar como está, o bicho pega! se correr covardemente o bicho come! A sucessão de péssimos acontecimentos, que tem perseguido o PEB, testificam o que comentei sobre a " TEORIA DO CAOS".
    Nadamos, nadamos durante 3 anos consecutivos, contra as correntes e mares impostas pelo Tio Sam. E ainda existem uma cambada de puxa sacos, que abrem os dentes , achando que tudo está bem com os CONVERSORES AC/AC, olhe me faça uma garapa! é por isso e outras atitudes que dizem acertadamente: Quem muito se abaixa o ...........aparece! No meu quintal quem manda são os brasileiros! se não querem ajudar, em consequência não atrapalhe! os que querem chegar. Senhores veja a via cruz dos 11 segundos.......eu disse: 11 segundos para alcançar a altitude e velocidade desejada para deslizar numa praia chamada : Espaço Sideral.
    Como é difícil está corrida espacial sul americana! Chegou o momento definitivo em botar a casa em ordem, deixar de brincar de Programa EXPERIMENTAL Brasileiro, teste, teste. teste........mais teste, e nada definitivo e concreto. Creio que a esperança é a única que morre! será um passo importante se todos, eu disse; TODOS! unidos, convocasse uma reunião para avaliar o atual sistema gerenciador, administrativo e financeiro aplicado no nosso PEB. Após decisões corretas e prioritárias, acredito que retornare-mos á trajetórias correta para o sucesso da missão. Não temeremos em ficar em 2º lugar, neste empreendimento científico, tudo caminha para tal! .
    Os nossos Hermano Argentinos, observando todos os acontecimentos, sentado sorrateiramente na arena científica, de hipótese alguma, não copiariam nossos erros e desleixos infantis. A final de contas eles não deixariam perder uma chance de chegar primeiros ao espaço."

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  10. Infelizmente os governos brasileiros não investem em alta tecnologia. O Brasil depende em tudo do exterior, nossa base tecnológica não existe.
    Vejam um exemplo na área de materiais de alta tecnologia não produzimos nada importamos tudo, por exemplo ligas de alumínio aeronáutico (exemplo 7075 entre outros), fibra de carbono, liga de titânio, inconel, fibras de aramida, etc etc.......não temos nada somente indústria de base.
    N área de química fina pior ainda, veja propelentes de foguete, não temos hidrazina nem seus derivados, não temos o tetróxido de nitrogênio, não temos hidrogênio líquido (muito menos tecnologia para lidar com ele).....
    Na industria aeronáutica, a Embraer tem projetos fantásticos, mas depende 100% de material importado, dos motores às peças estruturais, infelizmente é uma montadora de aviões.....
    No setor automobilístico, qual marca de carro é brasileira, a única a Gurgel, foi destruída por um governo mentiroso, pois era contra o programa do etanol,......no mundo todo ninguém está interessado no etanol para automóveis e sim no carro elétrico, células de combustível.....realmente o Brasil está muito atrás do mundo tecnológico, somos meros consumidores, dependentes de países que a pouco tempo não eram nada como a Coréia do Sul.
    Triste......
    Miraglia
    www.edgeofspace.org

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    1. O Miraglia disse bem.

      A principal diferença entre as estratégias dos governos de China e Brasil, é que o governo de lá, quer posicionar o país como fornecedor de produtos acabados de alta tecnologia, enquanto o daqui, quer continuar mantendo o Brasil como um mero fornecedor de commodities sem nenhum valor agregado.

      Até mesmo as exceções que comprovam a regra como a Embraer, acabam precisando importar a maior parte dos seus insumos.

      Lamentável.

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