Após Perda de Satélite, Programa Espacial Mira Próximos Objetivos
Olá leitor!
Abaixo uma matéria postada hoje (14/12) no site “G1” do
globo.com, destacando que com a perda do Satélite CBERS-3 programa espacial do
país mira próximos objetivos.
Duda Falcão
Ciência e Saúde
Após Perda de Satélite, Programa
Espacial Mira Próximos Objetivos
Brasil tem como meta a produção do CBERS-4 e do VLS em
2014, diz AEB.
Falha em foguete chinês levou à destruição do CBERS-3, na última 2ª feira.
Eduardo Carvalho
Do G1, em São Paulo
14/12/2013 - 07h00
Atualizado em 14/12/2013 - 16h44
(Foto: Reuters/Stringer)
Imagem divulgada pela Reuters mostra peça que caiu do foguete Longa Marcha 4B, veículo que levou o satélite CBERS-3 ao espaço. |
Após a falha no lançamento do CBERS-3, quarto satélite
feito em parceria por cientistas do Brasil e da China, o adiantamento da
produção do CBERS-4 para o primeiro semestre de 2015, em vez de 2016, e a
conclusão do foguete lançador brasileiro, o VLS, serão os carros-chefes do
Programa Espacial Brasileiro.
O CBERS-3 foi lançado na última segunda-feira (9), mas
uma falha em um dos estágios do foguete chinês Longa Marcha 4B prejudicou o
equipamento, que não alcançou velocidade e altura suficientes para orbitar a
Terra e, por isso, retornou ao planeta e foi destruído ao entrar na atmosfera –
uma perda de R$ 160 milhões para o Brasil.
Segundo especialistas ouvidos pelo G1, a imagem do programa
espacial nacional não ficou manchada após o episódio. “Foi fortuito. Dizer que
[a falha] não afeta o programa é incorreto, porque estávamos com grande
expectativa. Mas precisamos estar preparados para isso. É um problema a ser
contornado e o programa brasileiro não se restringe apenas ao acordo com a
China”, explica Petrônio Noronha de Souza, diretor da Agência Espacial
Brasileira (AEB).
Metas a Cumprir
Noronha explica que a antecipação do CBERS-4, que será
feito no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o cumprimento de
duas etapas consideradas importantes dentro do cronograma do VLS-1 se tornaram
prioridades em 2014.
A montagem e funcionamento do modelo elétrico, que é a
reprodução fiel do foguete, mas sem o combustível, está prevista para o segundo
semestre do ano que vem, além da certificação comercial do sistema de navegação
do foguete. As metas "vão abrir caminho para que o VLS seja completado”,
diz o diretor.
Os projetos serão realizados com a verba repassada pelo
governo à AEB. A previsão para 2014 é de orçamento de R$ 295 milhões, valor
apresentado na Lei Orçamentária Anual que ainda segue em discussão no
Congresso.
Dinheiro Insuficiente
Em 2013, o montante destinado ao desenvolvimento do
lançador de foguetes e a produção e pesquisa de novos satélites no INPE foi de
R$ 345 milhões.
Comparativamente, o dinheiro destinado em 2013 à agência
espacial americana, a NASA, principal hub aeroespacial do planeta, foi de R$
41,2 bilhões. A agência chinesa, que vem ganhando destaque nos últimos tempos
com megaprojetos, como uma estação espacial própria, investiu neste ano o
montante de R$ 4,6 bilhões.
A Índia, outro país que luta para combater a pobreza ao
mesmo tempo em que almeja consolidar-se como potência global, investiu R$ 2
bilhões em seu programa espacial.
“Os R$ 295 milhões são suficientes? Não são. Mas é uma negociação
integrada a outras prioridades do governo. A AEB entende que suas aspirações
devem ser conciliadas a outras prioridades nacionais”, explica o diretor da
agência.
Para Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro, a
falta de vontade política, o desconhecimento do corpo político do país e da
sociedade em geral sobre a importância do setor de tecnologia aeroespacial
atrasa o crescimento deste setor.
“O Brasil está, de novo, perdendo o trem da história.
Temos milhares de pessoas tentando fazer um programa espacial melhor”, explica
o astronauta, que, segundo ele, quer voltar ao espaço em breve.
'Ainda Não Há Progresso'
Aydano Carleial, presidente da Associação Aeroespacial
Brasileira, concorda que o programa não é afetado devido ao problema com o
CBERS-3, mas ressalta que "há coisas que não progrediram como
deveriam".
"A partir do erro se progride, mas não vemos ainda
um progresso", disse ele referindo-se a outros problemas que afetaram o
programa, como a explosão do VLS na base de Alcântara (MA), em 2003, que matou
21 técnicos. "Deveria ter sido feita uma reorganização do programa de
lançadores, não só criando novas ideias, mas analisando profundamente esse
mercado, sua tecnologia e os tipos de propulsão.
Ele cita ainda como exemplo a necessidade de abrir para a
sociedade a discussão sobre o que é e será feito neste setor e alega falta de
participação da academia no desenvolvimento aeroespacial nacional.
"É preciso ter uma vontade maior do governo para
profissionalizar essa questão, de forma que, se queremos fazer um foguete,
imediatamente haverá um debate e comparação com o que é feito em outros países.
Não pode haver um programa em segredo", avalia Carleial.
(Foto: Divulgação/Inpe)
Satélite CBERS-3 durante testes no Laboratório de Integração e Testes (LIT) em São José dos Campos (SP), antes de ser mandado para a China, de onde foi lançado esta semana. |
Fonte: Site G1 do globo.com
Comentário: R$ 295 milhões e o VLS-1 torna-se prioridade
em 2014, ué não entendi, o orçamento diminuirá ainda mais e o VLS-1 então não era
prioridade Sr. Noronha? Quem era então, o tóxico Cyclone-4? Leitor, essa
matéria é pura falácia. Recordo-me que em entrevista recente ao blog o
Brigadeiro Kasemodel disse que suas expectativas para o ano de 2014 consistiam
na realização das Operações Raposa
(VS-30/L5), São Lourenço (VS-40 SARA Suborbital 1), Santa Bárbara I (simulada)
e a Santa Bárbara II (Vôo do VLS-1 VSISNAV). Ora leitor, se levarmos em conta o
que disse o Gerente do Projeto SIA sobre o SISNAV, o Dr. Waldemar Castro Leite, em
entrevista recente ao blog, ou seja, que
somente em junho 2014 o modelo de voo do SISNAV estaria pronto para voo, creio eu (os
especialistas me corrijam se eu não estiver certo) que dificilmente a "Operação Santa
Bárbara II” será realizada em 2014. Isto em minha opinião ocorreria porque
mesmo que a “Operação Santa Bárbara I” (onde o SISNAV também será testado junto
com todos os sistemas do foguete) vier a ser realizada em Julho de 2014,
restariam apenas cinco meses ou menos para preparação para missão de voo, o que
acredito não seja tempo suficiente. Mas enfim... Aproveitamos para agradecer ao leitor Luiz P. Rocha pelo envio dessa matéria.
Creio que toda essa pressa deve canalizar boa parte dos recursos para o CBERS-4. E com o "avanço econômico" surpreendente que tivemos este ano podemos deduzir que o orçamento do PEB não vai avançar muito, mas as exigências em cima do satélite deverão continuar... enfim, é bom esperar somente pelas possíveis realizações planeadas e dentro dos recursos que o brigadeiro Kasemodel falou na entrevista, mas não esperem com grande convicção uma super contribuição do governo.
ResponderExcluirAcho difícil acreditar no que essas supostas "autoridades no assunto" declaram nas entrevistas. Eles não tem a menor ideia nem controle no que vai na cabeça desses "governantes".
ResponderExcluirAqui sabemos bem como funciona: o "governo" declara e ordena o que bem entende, com o único objetivo de manter esse populismo assistencialista no poder. Eles decretam o PIB, a inflação, o preço do combustível, o preço dos minérios, tudo conforme os interesses do momento. Não estão nem aí para o fato de uma Petrobras ou Vale ter prejuízos de milhões de um dia para o outro.
Que dirá num programa espacial, onde são TODOS cordeirinhos solícitos que não fazem absolutamente nada contra os desmandos dentro do PEB. Eles mudaram, mudam e vão continuar mudando as prioridades conforme quiserem.
A única surpresa, para mim, é ver a inocência daqueles que dão algum crédito ao que dizem brigadeiros e gerentes desse ou daquele projeto. Afinal, eles não tem a menor ideia do que vai acontecer amanhã! Como de resto todo o país. Se chover mais um pouco, eles mudam o orçamento todo e canalizam tudo para limpar as galerias fluviais ao redor dos estádios da Copa, e ninguém vai fazer nada. Vão continuar assistindo.
A única certeza que eu tenho hoje em dia sobre o PEB, é que não se pode dar o menor crédito a nenhuma informação que venha dos que participam dele, pois nem eles sabem direito o que estão fazendo, e pior, não sabem o que o governo pode aprontar no dia seguinte, e assim, definitivamente, não há planejamento que resista.
Se eles pensam que vão chegar a algum lugar com esse estado de coisas, com um programa espacial sem verba, sem apoio sério e constante e principalmente sem planejamento, eles são mais inocentes (ou talvez culpados) do que eu imaginava.
Cadê a ATITUDE ?
O lançamento do VSISNAV será em 2015 e olhe lá... Os diretores do IAE sucessivamente procuram manter as aparências de que tudo caminha normalmente e só faltam recursos. Mentira! Nos últimos 10 anos houve recursos suficientes para lançar o VLS - é só fazer as contas. Não se quer expor os verdadeiros problemas em público e a situação só piora.
ResponderExcluirO ex-diretor do INPE Gilberto Câmara teve coragem de meter o dedo em algumas feridas e foi demitido do cargo.
Como assim? Quer dizer que não é só a falta de dinheiro o problema? Que outros tipos de empecilhos ainda o VLS enfrenta? Tecnologia?
ExcluirConsiderando o feito mais recente de se tornar o segundo país a colocar um rover autônomo na Lua, essa matéria de 2010 sobre o planejamento das missões chinesas, dá a noção de como deve ser feito.
ResponderExcluirSe analisarmos friamente, a China permanece numa estratégia simplista, copiando e melhorando tudo que já foi testado e aprovado.
Por exemplo esse rover Yutu (coelho de jade) que eles colocaram na Lua ontem, é uma mistura do Lunokhod 1 e do Spirit.
Eles realmente sabem como fazer as coisas, e não desperdiçam as chances que aparecem.
Já tem um vídeo sobre o desembarque do coelho de jade na Lua, aqui:
ResponderExcluirChina's Jade Rabbit rover rolls onto Moon
Abs.
Que feridas são essas? Falta competência? Há sabotagem deliberada? Poderia explicar melhor por favor?
ResponderExcluirEu me pergunto! O que faz um instituto de pesquisas existir? O IAE todo ano só promete coisas e nunca cumpre! Sempre culpando o embargo americano e a falta de verba! Qual o retorno desse instituto para a sociedade?
ResponderExcluirVejo que anda faltando seriedades das pessoas que trabalham nesses institutos? Eu não entendo o motivo desse instituto fazer meio expediente de dezembro a março todo ano! Eles estão reivindicando alguma coisa?
Prezado Anônimo
ResponderExcluirVocê tem toda razão - isso é uma vegonha. Quem não trabalha não pode reinvidicar coisa alguma.
Prezados Augusto e Bobdirlei
Leiam o que já foi postado aqui no Blog, publicado pelo jornal da ciência ( acho que saiu também na Folha de São Paulo) da denúncia feita pelo Dr. Gilberto Câmara.
Os desafios tecnológicos foram vencidos na década de 90. Falta de verba é sempre um problema mas certamente não é o único e nem o maior. Temos graves problemas de Gestão e legislação, mas o que falta mesmo é vontade política. Duda tem razão. A ordem e os meios precisam vir de cima e então serem cobrados os resultados.
Se a vontade do governo for realmente criar um programa espacial forte, isso irá acontecer, pena que não existe ninguém no governo e nem fora dele com essa vontade.
ResponderExcluir.
.
Eduardo Campos?
pelas pesquisas é o único que chega perto da Dilma.
Esses últimos comentários, ilustram bem o que eu venho dizendo.
ResponderExcluirNada de útil virá nem desse governo e nem dos seguintes. Uma mudança drástica na legislação não está à vista tão cedo.
Então, está mais do que na hora do setor privado se unir ao redor do tema e começar a propor alternativas sérias para o que muito em breve vai passar a se chamar "Palhaçada Espacial Brasileira".
Abs.