Análises Iniciais da NASA nas Amostras do 'Asteroide Ryugu', Trazidas à Terra Pela Sonda Japonesa Hayabusa-2, Indicam Que o Mesmo Contém Moléculas Orgânicas
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue uma interessante notícia postada ontem
(01/03)
no site ‘Olhar Digital’ destacando
que analises inicias feitas nas amostras do Asteroide Ryugu, entregues à Terra pela Sonda Espacial Japonesa Hayabusa-2, indicam que ele tem um rico complemento
de moléculas orgânicas. Saibam mais dessa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
CIÊNCIA E ESPAÇO
Misterioso Asteroide Ryugu Contém Moléculas Orgânicas
As amostras de rocha e poeira recolhidas do asteroide
Ryugu pela missão japonesa Hayabusa-2 foram analisadas pela NASA
Flavia Correia
Editado por Lucas Soares
01/03/2023 - 11h07
Atualizada em 01/03/2023 - 22h00
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Análises iniciais feitas nas amostras do asteroide Ryugu,
entregues à Terra pela sonda japonesa Hayabusa-2, indicam que ele tem
um rico complemento de moléculas orgânicas.
A descoberta oferece suporte à ideia de que o material
orgânico do espaço contribuiu para o inventário de componentes químicos
necessários para a vida.
Blocos de construção de todas as formas conhecidas de
vida na Terra, as moléculas orgânicas consistem em uma ampla variedade de
compostos feitos de carbono combinados com hidrogênio, oxigênio, nitrogênio,
enxofre e outros átomos.
No entanto, elas também podem ser produzidas por reações
químicas que não envolvem vida. Isso apoia a hipótese de que as reações
químicas em asteroides podem produzir alguns desses ingredientes sem que eles
sejam bioassinaturas.
Conforme destaca o site Phys, a ciência da química
prebiótica tenta descobrir os compostos e reações que poderiam ter dado origem
à vida, e entre os orgânicos prebióticos encontrados na amostra estavam vários
tipos de aminoácidos.
Imagem: Yada, et al.; Nature Astronomy
Amostras de rocha e poeira foram recolhidas do asteroide Ryugu pela espaçonave Hayabusa-2, do Japão. |
Certos aminoácidos são amplamente utilizados pela vida
terrestre como um componente para gerar proteínas, que são essenciais para a
vida. Isso porque elas são usadas para produzir enzimas que aceleram ou regulam
reações químicas e para fazer estruturas de microscópicas a grandes, como
cabelos e músculos.
As amostras do asteroide Ryugu também continha muitos
tipos de orgânicos que se formam na presença de água líquida, incluindo aminas
alifáticas, ácidos carboxílicos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e
compostos heterocíclicos contendo nitrogênio.
“A presença de moléculas prebióticas na superfície do
asteroide, apesar de seu ambiente hostil causado pelo aquecimento solar e
irradiação ultravioleta, bem como irradiação de raios cósmicos sob condições de
alto vácuo, sugere que os grãos da superfície superior do Ryugu têm o potencial
de proteger moléculas orgânicas”, disse Hiroshi Naraoka, da Universidade de
Kyushu, Fukuoka, Japão.
Segundo ele, que é o principal autor de um artigo sobre
essa pesquisa publicado este mês na revista Science,
essas moléculas podem ser transportadas por todo o Sistema Solar,
“potencialmente se dispersando como partículas de poeira interplanetária depois
de serem ejetadas da camada superior do asteroide por impactos ou outras causas”.
“Até agora, os resultados de aminoácidos do Ryugu são
principalmente consistentes com o que foi visto em certos tipos de meteoritos
ricos em carbono (carbonáceos) que foram expostos à maior parte da água no
espaço”, disse Jason Dworkin, do Centro de Voo Espacial Goddard, da NASA,
coautor do artigo.
A sonda Hayabusa2 coletou as amostras em 22 de fevereiro
de 2019, chegando com elas à Terra em 6 de dezembro de 2020. Em julho de 2021,
elas foram levadas do Japão para análise do Goddard, onde começaram a ser
examinadas entre setembro e novembro daquele ano.
Esta é apenas a primeira análise orgânica das amostras de
Ryugu, que ainda serão estudadas por anos. “Faremos uma comparação direta das
amostras do Ryugu e das amostras do asteroide Bennu quando a missão OSIRIS-REx,
da NASA, trouxer estas últimas à Terra em 2023”, disse Dworkin. “Espera-se que
a OSIRIS-REx retorne muito mais massa de amostra de Bennu e proporcionará outra
oportunidade importante para procurar vestígios de blocos de construção
orgânicos da vida em um asteroide rico em carbono”.
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