Relatório do 'Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA' Recomenda Que NASA Priorize Coletar Amostras do Planeta-Anão CERES

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (08/07) no site “Canaltech”, destacando que um relatório elaborado pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, recomenda que a NASA priorize coleta de amostras do Planeta-Anão CERES. 
 
Pois é amigos, era o que eu havia previsto que mais cedo ou mais tarde iria acontecer devido ao interessante e curioso ambiente descoberto e ainda não explorado neste Planeta-Anão CERES. Por isso que este que vos fala vinha tentando estimular a Comunidade Espacial e Robótica Brasileira a colocar este Planeta-Anão como alvo, caso realmente viesse tirar do papel uma missão de espaço profundo, e agora o Conselho Americano também acordou para esse possibilidade. Enfim... 
 
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Estudo Recomenda Que NASA Priorize Coleta de Amostras de Ceres; Saiba Por Quê 
 
Por Daniele Cavalcante 
Editado por Rafael Rigues 
08 de Julho de 2022 às 12h15 
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
 
Fonte: NASA/JPL-CalTech/UCLA/MPS/DLR/IDA

Um relatório chamado Planetary Science Decadal Survey, elaborado pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, recomenda à NASA que coloque entre suas prioridades na exploração espacial para a próxima década uma missão de coleta de amostras do planeta anão Ceres, localizado no cinturão de asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter. O objetivo é identificar os elementos presentes na superfície e, principalmente, buscar componentes orgânicos e potencial habitabilidade.
 
O Planetary Science Decadal Survey é publicado a cada dez anos para identificar as questões mais importantes que a ciência planetária deve buscar responder — além de recomendar as missões que poderiam encontrar essas respostas. O conceito da missão Ceres Sample Return foi recomendado como uma prioridade para o programa New Frontiers da NASA (o mesmo que já enviou as sondas New Horizons, para Plutão e sua lua Caronte, e Juno, para Júpiter). 
 
Por que Ceres? 
 
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA)
Depósito de sal em Ceres
 
Ceres é um dos mundos mais interessantes do Sistema Solar: possui uma crosta de cerca de 40 km de material rico em água. Além disso, os cientistas estimam que 40% de seu volume pode ser água. Há também a presença de muitos carbonatos, amônia, salmouras e, possivelmente, compostos orgânicos em sua superfície.
 
Outro detalhe importante é que Ceres orbita o Sol a uma distância de 414 milhões de km, aproximadamente. Isso significa que está muito mais próximo da Terra do que outros mundos “úmidos”, como as luas Europa e Encélado. 
 
Descobertas Anteriores 
 
Muitos detalhes sobre o planeta anão foram descobertos a partir de 2015, quando a missão Dawn orbitou, fotografou e mapeou Ceres até 2018. Os resultados mudaram completamente o que se sabia sobre este mundo e trouxeram a noção de que ele pode ser não apenas geologicamente ativo, como também potencialmente hospitaleiro para a vida.
 
Uma das descobertas da missão Dawn foi que Ceres tem um oceano subterrâneo e pontos muito brilhantes, que podem significar a presença de sais deixados após a evaporação de água salgada. Também sugere a existência de carbonatos de sódio (compostos por sódio, carbono e oxigênio).
 
Outra descoberta é que a água salgada de Ceres provavelmente ainda está se infiltrando na superfície, em uma região de 14 km de largura, chamada Cerealia Facula. Com essas características e misturas químicas, Ceres se torna um alvo para os astrobiólogos que buscam vida além da Terra. 
 
Origem do Sistema Solar 
 
(Imagem: Reprodução/NASA)
Existem muitas crateras de impacto, depósitos de sal e carbonatos em Ceres.

Parece que Ceres está no lugar “errado”. Apesar de se localizar no cinturão de asteroides, é tão grande (em comparação às rochas que vagam por ali) que compõe cerca de um terço da massa de todo o cinturão. Sua superfície é uma mistura de gelo de água, carbonatos, cloretos e argilas, então ele não parece um “nativo” da região.
 
De acordo com um estudo de maio de 2022, publicado na revista Icarus, Ceres se formou em uma órbita além de Saturno, onde a amônia era abundante. Em seguida, como aconteceu com muitos corpos do Sistema Solar, migrou de órbita.
 
Também há uma pista bem significativa: no passado, havia pelo menos 3.600 objetos semelhantes a Ceres além da órbita de Saturno. Então, parece que o “planetinha” realmente veio de lá. Mas isso não é tudo: ele pode ser também um remanescente raro do nascimento do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos.
 
Se isso for verdade, as amostras trazidas de lá podem ajudar os cientistas a descobrir muitos outros segredos sobre o início do Sistema Solar. Também pode ser um sobrevivente do grupo de objetos que vieram do Cinturão de Kuiper (órbita de Plutão e além) transportando água e material orgânico para o Sistema Solar interno, inclusive à Terra.
 
(Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA)
Imagens da Cratera Occator feitas com mapeamento 3D.
 
Por todas essas razões, a Ceres Sample Return foi recomendada como uma das prioridades para ser lançada na próxima década. De acordo com o conceito da missão, uma espaçonave seria lançada em um foguete como o SpaceX Falcon Heavy em dezembro de 2030, para chegar a Ceres em julho de 2037.
 
Após 18 meses em órbita para reconhecimento detalhado, a nave robótica enviaria uma sonda para coletar as amostras em dois locais diferentes. Em seguida, o material seria lançado de volta à Terra para chegar em 2044.

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