Com Observações do 'Radiotelescópio ALMA', Astrônomos Mapeiam Formação Estelar na 'Nebulosa da Tarântula'
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue
abaixo uma notícia astronômica postada hoje (15/07),
no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando
que usando o Radiotelescópio ALMA (Atacama
Large Millimeter/submillimeter Array), astrônomos obtiveram novos
detalhes da região de formação estelar 30 Doradus, também conhecida como
Nebulosa da Tarântula.
Brazilian Space
PLANTÃO
Astrônomos Mapeiam Formação Estelar na Nebulosa da Tarântula
Redação do
Site Inovação Tecnológica
15/06/2022
[Imagem: ESO,
ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Wong et al., ESO/M.-R. Cioni/]
Esta imagem composta mostra a região de formação estelar 30 Doradus, também conhecida por Nebulosa da Tarântula. |
Papel da Gravidade
Astrônomos
obtiveram novos detalhes da região de formação estelar 30 Doradus, também
conhecida como Nebulosa da Tarântula.
Usando
novas observações do radiotelescópio ALMA (Atacama Large
Millimeter/submillimeter Array), eles compuseram uma imagem de alta
resolução que mostra a nebulosa sob uma nova luz, com nuvens de gás finas que
fornecem informações sobre como as estrelas massivas moldam essa região.
"Estes
fragmentos podem ser os restos de nuvens, anteriormente maiores e que foram
despedaçadas pelas enormes energias emitidas por estrelas jovens massivas, num
processo a que chamamos retroalimentação," disse Tony Wong, da
Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos EUA.
Os
astrônomos pensavam inicialmente que o gás existente nestas regiões estivesse
disperso demais e sobrecarregado por esse processo turbulento de
retroalimentação para que a gravidade o reunisse para formar novas estrelas. No
entanto, os novos dados revelaram também filamentos muito densos, onde o papel
da gravidade é significativo.
"Os
nossos resultados mostram que, até na presença de retroalimentações muito
fortes, a gravidade consegue exercer uma forte influência, permitindo a continuação
da formação estelar," acrescentou Wong.
Apesar da
maior parte dos estudos anteriores relativos à Nebulosa da Tarântula ter-se
concentrado essencialmente em regiões do seu centro, os astrônomos sabem há
muito tempo que a formação de estrelas massivas também está acontecendo em
outros lugares. Para entender melhor esse processo, a equipe realizou
observações de alta resolução cobrindo uma grande região da nebulosa.
Com o
auxílio do ALMA, os pesquisadores fizeram medições da emissão de monóxido de
carbono gasoso, conseguindo assim mapear as enormes nuvens de gás frio da
nebulosa que colapsam para dar origem a novas estrelas - e observar como é que
elas vão se modificando à medida que enormes quantidades de energia vão sendo
libertadas por essas novas estrelas.
Nebulosa da Tarântula
Localizada
na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea, a Nebulosa da
Tarântula é uma das regiões de formação estelar mais brilhantes e ativas da
nossa vizinhança galáctica, a cerca de 170.000 anos-luz de distância da Terra.
No seu
coração encontram-se algumas das estrelas mais massivas conhecidas, algumas com
mais de 150 vezes a massa do nosso Sol, o que faz desta região o local ideal
para se estudar como é que as nuvens de gás colapsam sob a ação da gravidade
para formar novas estrelas.
"O que
torna 30 Doradus única é o fato de se encontrar suficientemente perto de nós
para estudarmos em detalhes como as estrelas estão se formando e, no entanto,
as suas propriedades são semelhantes àquelas encontradas em galáxias muito
distantes, quando o Universo era jovem," explicou Guido De Marchi, da
Agência Espacial Europeia (ESA). "Graças a 30 Doradus, podemos estudar
como é que as estrelas se formavam há 10 bilhões de anos, na época em que
nasceram a maioria das estrelas do Universo".
Bibliografia:
Artigo: The 30
Doradus Molecular Cloud at 0.4 Parsec Resolution with ALMA: Physical Properties
and the Boundedness of CO Emitting Structures
Autores: Tony Wong,
Luuk Oudshoorn, Eliyahu Sofovich, Alex Green, Charmi Shah, Remy Indebetouw,
Margaret Meixner, Alvaro Hacar, Omnarayani Nayak, Kazuki Tokuda, Alberto D.
Bolatto, Mélanie Chevance, Guido De Marchi, Yasuo Fukui, Alec S. Hirschauer, K.
E. Jameson, Venu Kalari, Vianney Lebouteiller, Leslie W. Looney, Suzanne C.
Madden, Toshikazu Onishi, Julia Roman-Duval, Mônica Rubio, A.G.G.M. Tielens
Revista: The
Astrophysical Journal
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