NASA Divulgou 'Cinco' Novas Fotos 'Fabulosas' do Telescópio Espacial James Webb.
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada hoje (12/07) no
site “Canaltech”, destacando que
finalmente a NASA divulgou cinco novas fotos fabulosas do Telescópio Espacial James Webb.
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NASA Divulga Cinco Novas Fotos Fabulosas do James
Webb!
Por Daniele
Cavalcante
Editado por Rafael
Rigues
12 de Julho de
2022 às 12h52
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: NASA/ESA/CSA/STScI
Novas fotos coloridas feitas pelo telescópio
James Webb foram divulgadas nesta terça-feira (12), em evento ao vivo onde
a NASA explicou um pouco sobre todas as 5 imagens científicas do
"pacote" inicial do telescópio.
Todo o entusiasmo de cientistas e divulgadores é
justificável. Para Josef Aschbacher, Diretor Geral da ESA, “estas primeiras
imagens e espectros do Webb são uma grande celebração da colaboração
internacional que tornou possível esta missão ambiciosa". Ele agradeceu
"a todos os envolvidos no comissionamento deste magnífico telescópio e na
entrega desses primeiros produtos incríveis da Webb por tornar este dia
histórico uma realidade."
A primeira imagem já havia sido divulgada pelo
presidente dos EUA, Joe Biden, numa transmissão na segunda-feira (11). Ela
mostra uma região conhecida como SMACS 0723 (SMACS J0723.3-7327), um aglomerado
de galáxias na constelação sul de Volans, o Peixe voador, localizado a 4,6
bilhões de anos-luz de distância.
Esse aglomerado "lentificou" galáxias muito
mais distantes, fracas e antigas, ampliando sua luz e possibilitando sua
visualização. A galáxia mais antiga na imagem tem 13,1 bilhões de anos, e é
vista como era quando o universo tinha apenas 1 bilhão de anos.
(Imagem: Reprodução/ESA/CSA/STScI)
Com esses dados, os pesquisadores poderão medir a
distância, temperatura, densidade do gás e composição química de cada galáxia,
o que ajudará a descobrir mais sobre o universo primitivo.
Além dessa imagem, a NASA divulgou em sua live de
terça-feira algo que não vimos na noite anterior: o espectro de várias galáxias
distantes! O instrumento NIRSpec observou 48 delas individualmente, ao mesmo
tempo, graças às suas mais de 248.000 pequenas "portas" que podem ser
abertas individualmente. Isso o torna capaz de coletar a luz de até
aproximadamente 150 objetos simultaneamente.
(Imagem: Reprodução/ESA/CSA/STScI)
Três linhas aparecem na mesma ordem em todas as galáxias:
uma de hidrogênio e duas linhas de oxigênio ionizado. Essa é a primeira vez que
essas linhas específicas foram observadas em objetos tão distantes, e ainda é
apenas o início das pesquisas em cima dessas inúmeras galáxias. Nas palavras de
Günther Hasinger, Diretor de Ciência da ESA, “este é o início de uma nova era
vendo o Universo e fazendo descobertas científicas empolgantes com o Webb”.
"Como agora começamos as operações científicas
regulares", continuou, "sei que a comunidade astronômica europeia mal
pode esperar para ver os resultados do tempo de observação que ganharam no
primeiro ano do Webb."
WASP-96b
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI)
A segunda "imagem" é, na verdade, um gráfico,
mais precisamente o espectro mais completo de uma atmosfera de exoplaneta que
os astrônomos já conseguiram obter. Os dados foram registrados pelo
espectrômetro do Webb, instrumento que tornará possível a nós determinarmos se
a atmosfera de exoplanetas é amigável à vida ou não.
WASP-96B é um exoplaneta gigante gasoso localizado a
cerca de 1.150 anos-luz da Terra. Ele completa uma volta ao redor de sua
estrela a cada 3,4 dias e tem cerca de metade da massa de Júpiter.
O espectro de luz contém informações sobre a composição
de sua atmosfera e, para a surpresa de muitos astrônomos, revela a assinatura
da água e evidências de neblina e nuvens que estudos anteriores deste planeta
não detectaram.
Nebulosa do Anel Sul
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI)
Nas palavras da ESA em sua conta oficial no Twitter, este
é o "magnifico grito de morte de uma estrela expelindo conchas de poeira e
gás". Esta imagem está cheia de detalhes que nunca haviam sido observados
antes.
Trata-se de uma nebulosa planetária, um tipo de objeto que
surge quando estrelas não muito massivas chegam ao fim de suas vidas. O Webb
conseguiu detectar também duas estrelas no centro dessa nebulosa planetária.
Duas câmeras do Webb capturaram a imagem do mesmo objeto,
catalogado como NGC 3132. Abaixo, você observa a segunda delas.
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI)
Duas estrelas unidas em uma órbita próxima são um grande
destaque dessas imagens em infravermelho, revelando um sistema complexo. Pela
primeira vez, os astrônomos viram que a segunda estrela está cercada por
poeira, enquanto a mais brilhante está em um estágio inicial de sua evolução e
provavelmente ejetará sua própria nebulosa planetária no futuro.
Essa imagem também revela um "esconderijo" de
galáxias distantes ao fundo: observe os pontos de luz multicoloridos; eles não
são estrelas. A capacidade incrível de detectar objetos fracos se deve à
colaboração internacional na construção de diferentes instrumentos sensíveis.
“Trabalhar nesta missão foi um dos maiores destaques e partes mais
gratificantes da minha carreira”, disse Macarena Garcia Marin, cientista de
instrumentos do MIRI ESA.
Quinteto de Stephan
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI)
Este foi o primeiro grupo compacto de galáxias descoberto
pelos astrônomos, localizado na constelação de Pégaso, a 290 milhões de
anos-luz de distância. Como o nome já diz, são cinco galáxias, quatro delas
"presas" orbitalmente em uma dança cósmica de repetidos encontros
imediatos.
A nova imagem revela detalhes inéditos das galáxias em
interação, estimulando a formação de estrelas umas nas outras, além de gás
sendo perturbado pelos movimentos gravitacional e as saídas impulsionadas por
um buraco negro. Grupos de galáxias tão próximas como este podem ter sido mais
comuns no início do universo, então esta foto ajudará a compreender a infância
do nosso cosmos.
Mas o James Webb revelou muito mais que isso. O instrumento
MIRI conseguiu observar além da poeira perto do núcleo ativo da galáxia mais
acima para medir a emissão do gás quente ionizado por ventos e pela radiação de
seu buraco negro supermassivo, em nível de detalhe nunca visto antes. Melhor
ainda, o telescópio conseguiu determinar a composição desse material.
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI)
O espectro da saída do buraco negro mostra uma região
cheia de gases como ferro, argônio, neônio, enxofre e oxigênio. A presença de
múltiplas linhas de emissão do mesmo elemento com diferentes graus de ionização
ajudará na descoberta dos mecanismos responsáveis. Já o gráfico inferior revela
que o buraco negro possui também um reservatório de gás mais frio e denso, com
hidrogênio molecular e poeira de silicato que absorvem a luz das regiões
centrais da galáxia.
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI)
Por fim, a imagem mais aguardada: a Nebulosa Carina. Ela
já é muito famosa por sua exuberante forma, tamanho e brilho. Fica dentro da
Via Láctea, a cerca de 7.600 anos-luz de distância, com vários aglomerados
abertos. Ali, muitas estrelas massivas se formam.
Você observa nessa foto muitas áreas jamais vistas antes,
como berçários estelares e estrelas individuais que não aparecem em imagens de
luz visível. Jatos protoestelares que emergem claramente e objetos nas
primeiras fases de formação estelar foram detectados graças ao grande alcance
dos instrumentos de luz infravermelha.
Além disso, como em imagens anteriores, revela centenas
de estrelas que antes estavam invisíveis e inúmeras galáxias ao fundo. O MIRI
mostra estrelas jovens e seus discos empoeirados formadores de planetas, o que
também é extraordinário e muito útil para os astrônomos.
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