Empresa Parceira Realiza 'Demissão em Massa' e Coloca Missão Lunar da NASA em Risco
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue abaixo uma notícia postada ontem (15/07) no
site ‘Olhar Digital’, destacando que
uma ‘Demissão em Massa’ na empresa
americana ‘Masten Space’ coloca em risco uma Missão Lunar encomendada
pela NASA.
Brazilian Space
Ciência e Espaço
Demissão em Massa em Empresa Parceira Coloca Missão
Lunar da NASA em Risco
Por Rafael Arbulu
Editado por André Lucena
15/07/2022 - 16h51
Atualizada em 15/07/2022 - 17h57
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Uma missão lunar encomendada
pela NASA pode estar em risco graças a uma empresa parceira que colocou todos
os seus funcionários em aviso prévio de demissão: a Masten Space estava
desenvolvendo o módulo de pouso XL-1, que levaria à Lua o rover MoonRanger,
junto de outros oito equipamentos científicos.
A informação vem de uma fonte
anônima do site Parabolic Arc, que alega ter participado da reunião onde os 20
funcionários – 15 deles, engenheiros do XL-1 – foram comunicados da decisão.
Tal reunião teria acontecido em 24 de junho de 2022.
De acordo com o seu relato, os
15 engenheiros foram demitidos, enquanto outras cinco pessoas foram colocadas
no que a lei trabalhista norte-americana chama de furlough – eles seriam
dispensados, mas poderiam ser chamados de volta caso necessário. A prática, no
entanto, tem um prazo – esse processo deve durar por todo o mês de julho.
Já não é de hoje que as coisas
não vão bem para a Marsten Space: nos últimos quatro meses, a companhia baseada
em Mojave, na Califórnia,
vinha cortando funcionários mais antigos e até alguns presentes desde a
fundação da empresa – em março, foi Reuben Garcia, Diretor de Gestão de
Operações Técnicas, quem “rodou”. Já o antigo CEO, Sean Mahoney, anunciou a sua
partida em abril.
Uma segunda fonte afirmou que o
estacionamento de funcionários da empresa esteve vazio ao longo da última
semana, citando até um momento onde um entregador tentava a todo custo
encontrar alguém para assinar a chegada de um pacote.
Ele foi forçado a ir embora com a encomenda.
(Imagem: NASA/Marsten
Space/Reprodução)
Ilustração do módulo de pouso
XL-1, que seria usado em missão lunar da NASA ligada ao Programa Artemis:
demissão em massa da empresa Marsten Space, parceira da agência, pode ter colocado
um triste fim à missão.
A missão lunar da NASA é parte
do seu programa CLPS (sigla
para “Serviços Comerciais de Entrega Lunar de Carga Útil”). Em abril de 2020, a
agência confirmou a contratação da Marsten Space após licitação, dando-lhe um
contrato de US$ 75,9 milhões (R$ 409,82 milhões). Essencialmente, sob este
programa, a NASA paga empresas para criar e entregar equipamentos como veículos
e sistemas de base à Lua, ao invés de desenvolvê-los por conta própria.
O programa é bastante conectado
ao Artemis, o projeto da NASA que ambiciona levar o homem de volta à Lua
ainda nesta década.
“O contrato inclui serviços de
ponta a ponta para entrega de instrumentos, integração de cargas, lançamento da
Terra, pouso na superfície
da Lua e auxílio operacional por pelo menos 12 dias”, disse a NASA em um
comunicado divulgado na imprensa durante a entrega do contrato.
O módulo XL-1 estava
originalmente programado para lançamento em dezembro deste ano, sendo adiado
para novembro de 2023 por, segundo a Marsten, problemas na oferta de
componentes e dificuldades na cadeia de suprimentos causada pela pandemia da
COVID-19.
Segundo a fonte, contratadas do
CLPS normalmente têm que suplementar o financiamentos dos projetos ao executar
serviços externos por conta própria – um “freelancer”, se preferir. Foi aí que
os problemas começaram: a fonte afirma que a Marsten ofereceu serviços baratos
demais, que nem de perto cobririam os custos extras.
“Quando o comitê de diretores
conduziu Sean Mahoney à saída, o investidor de longa data Joel Scotkin assumiu
o cargo de CEO interino”, disse a fonte. “Ele tentou assegurar a equipe,
dizendo que a Masten tinha uma ‘folga’ de dois meses e que teríamos tempo de
sobra para encontrar investidores. Nessa mesma época, porém, nós começamos a
perder mais gente, talvez em um ritmo de duas a três pessoas por semana”.
“Scotkin tentou levantar
fundos, e até tivemos algumas cartas sinalizando intenções favoráveis, mas
nenhum acordo foi para frente”, ela continuou. “Nossa maior falha, no geral,
foi a de nunca termos um engenheiro que chefiasse o projeto, e nosso time de
engenharia de sistema nunca havia trabalhado com uma nave espacial (boa parte
deles veio da
construção civil, se não me engano)”.
O Parabolic Arc procurou
Scotkin para comentar pelo lado da Marsten, mas nem a empresa, nem a NASA
teceram qualquer opinião sobre o assunto.
Comentários
Postar um comentário