Pesquisadores da Dinamarca e dos EUA Pesquisam Novo Combustível 'Super Eficiente' Produzido Por Bacterias, Que Poderá Ser Utilizado Inclusive Por Foguetes
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue
abaixo uma curiosa notícia postada ontem (05/07),
no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando
que pesquisadores da Dinamarca
e dos EUA estão trabalhando em um novo combustível super-eficiente ‘produzido
por bactérias’ que, poderá inclusive ser utilizado por foguetes.
Olha ai leitor, se for realmente
confirmado que essa tecnologia poderá melhorar o potencial energético dos
atuais motores-foguetes químicos, poderemos então quem sabe, ficar mais próximos de uma
viajem a Marte com segurança, e assim
longe dessa opção enlouquecida desse megalomaníaco. Vamos torcer.
Brazilian Space
ENERGIA
Bactérias Produzem Novo Combustível Super Eficiente - Até Para Foguetes
Redação do
Site Inovação Tecnológica
05/07/2022
[Imagem: Jenny
Nuss/Berkeley Lab]
Biocombustível Para Foguetes
A conversão
do petróleo extraído do subsolo em combustíveis envolve uma química inventada
no século XIX. Enquanto isso, as bactérias produzem moléculas de energia a
partir do mesmo carbono há bilhões de anos.
Qual dessas
duas rotas você acha que é a melhor para se obter o combustível mais eficiente? Foi com
esta questão em mente que pesquisadores da Dinamarca e dos EUA começaram a
estudar os talentos químicos da bactéria Streptomyces.
O resultado
não poderia ser melhor: O biocombustível feito pelo
micróbio, além de totalmente novo, apresentou uma densidade de energia maior do
que os combustíveis mais avançados usados hoje, incluindo os combustíveis de foguetes usados pela NASA.
"Nós
pesquisamos em milhares de genomas por caminhos que naturalmente fazem o que precisávamos.
Dessa forma, evitamos a engenharia que pode ou não funcionar e usamos a melhor
solução da natureza," disse Pablo Cruz-Morales, da Universidade Técnica da
Dinamarca.
A bactéria
não é muito produtiva em seu estado natural, mas isso poderá ser resolvido com
alguma engenharia genética. O importante, segundo a equipe, é que os ácidos
graxos que ela produz contêm até sete anéis de ciclopropano encadeados em uma
espinha dorsal de carbono.
Em um
processo semelhante ao da produção de biodiesel, essas moléculas requerem
apenas uma etapa adicional de processamento químico antes de poderem servir
como combustível - elas foram batizadas de fuelimicinas, do inglês fuel,
combustível.
Biocombustível Puro
[Imagem: Pablo
Cruz-Morales et al. - 10.1016/j.joule.2022.05.011]
O incrível
potencial energético dessas moléculas candidatas a combustível vem da química
fundamental de suas estruturas - os pesquisadores as chamam de POP-FAMEs, sigla
em inglês para ésteres metílicos de ácidos graxos policilcopropanos.
São
moléculas policilcopropanadas, o que significa que elas contêm vários anéis de
três carbonos em forma de triângulo, que forçam cada ligação carbono-carbono em
um ângulo agudo de 60 graus. A energia potencial nessa ligação tensionada se
traduz em mais energia para combustão do que pode ser alcançada com as
estruturas de anel maiores ou cadeias carbono-carbono normalmente encontradas
nos combustíveis tradicionais.
Além disso,
essas estruturas permitem que as moléculas de combustível se agrupem em um
pequeno volume, aumentando a massa - e, portanto, a energia total - de
combustível contido em um determinado tanque.
Se for
fabricado inteiramente pela via usada pelas bactérias, o combustível será
"puro", no sentido de ser formado por um único tipo de molécula - ao
contrário da gasolina, por exemplo, que é composta por inúmeras moléculas
diferentes.
Os
primeiros testes de fato foram entusiasmantes, mas provar que o biocombustível
de origem bacteriana é melhor que os combustíveis de foguete terá que esperar
um pouco, pelo menos até que a equipe consiga aumentar a produtividade das
bactérias. "Você precisa de 10 quilogramas de combustível para fazer um
teste em um motor de foguete real, e ainda não chegamos lá," contou
Cruz-Morales.
Bibliografia:
Artigo: Biosynthesis
of polycyclopropanated high energy biofuels
Autores: Pablo
Cruz-Morales, Kevin Yin, Alexander Landera, John R. Cort, Robert P. Young,
Jennifer E. Kyle, Robert Bertrand, Anthony T. Iavarone, Suneil Acharya, Aidan
Cowan, Yan Chen, Jennifer W. Gin, Corinne D. Scown, Christopher J. Petzold,
Carolina Araujo-Barcelos, Eric Sundstrom, Anthe George, Yuzhong Liu, Sarah
Klass, Alberto A. Nava, Jay D. Keasling
Revista: Joule
DOI: 10.1016/j.joule.2022.05.011
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