Após Muitos Adiamentos, Boeing Consegue Lançar Com Sucesso a Sua Espaçonave 'Starliner'

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Segue abaixo uma notícia sensacional publicada ontem (19/05) no site “Canaltech”, destacando que finalmente a Boeing conseguiu realizar com sucesso o lançamento da sua espaçonave tripulada orbitalStarliner’. 
 
No entanto amigos leitores, não é o momento de comemorar, pois a ‘Starliner’ terá ainda de comprovar que pode se acoplar a Estação Espacial Internacional (ISS), bem como de retornar ao solo intacta. 
 
Avante Starliner 
 
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Após Muitos Adiamentos, Boeing Lança Espaçonave Starliner 
 
Por Rafael Rigues
19 de Maio de 2022 às 20h45
Fonte: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br 
 
Fonte: BoeingSpace/Twitter

Depois de muitos adiamentos, ajustes e testes, a Boeing finalmente fez uma nova tentativa de enviar sua espaçonave CST-100 Starliner à Estação Espacial Internacional (ISS) nesta quinta-feira (19). A espaçonave ocorreu às 19h54 (horário de Brasília), exatamente como programado, a bordo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), partindo do complexo de lançamento 41 (SLC-41) da Estação da Força Aérea dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida.
 
Se tudo correr como programado, a Starliner deve se acoplar à ISS às 20h10 desta sexta-feira, pouco menos de 24 horas após o lançamento. No total a missão Orbital Flight Test-2 (OFT-2), como é chamada, deve ter duração de cerca de 5 dias, do lançamento ao retorno da cápsula à Terra. Não há tripulação, exceto por um manequim apelidado de Rosie the Rocketter.
 
O evento foi transmitido ao vivo no canal da NASA no YouTube, e quem perdeu pode assistir novamente no vídeo abaixo. O lançamento propriamente dito ocorre aos 55 minutos na transmissão. 
 

O sucesso da OFT-2 é crucial para que a Boeing possa comprovar que a espaçonave é segura para missões tripuladas, e que atenderá aos requisitos da Nasa no Commercial Crew Program (CCP), uma parceria entre a agência e empresas do setor aeroespacial para o desenvolvimento de novos veículos para o transporte de astronautas e carga até a órbita terrestre, quebrando décadas de dependência dos foguetes e cápsulas Soyuz, desenvolvidos e operados pela agência espacial russa (Roscosmos) 
 
Boeing vs SpaceX 
 
Duas empresas foram selecionadas como parte do CCP: a Boeing com sua CST-100 Starliner e a SpaceX com a Crew Dragon. A SpaceX saiu na frente na corrida, concluindo com sucesso sua primeira missão orbital, chamada Demo-1, em março de 2019.
 
Já a Boeing só fez o primeiro teste da Starliner nove meses depois, em dezembro de 2019, na missão OFT-1. Entretanto, um erro de temporização em um computador de bordo fez com que a espaçonave gastasse combustível demais em uma manobra, impedindo que ela pudesse chegar à ISS dentro da margem de segurança definidas pela NASA.
 
Como isso, a missão foi abortada sem o acoplamento à ISS. Como o principal objetivo não foi cumprido, ela não foi considerada um sucesso, embora a espaçonave tenha demonstrado a capacidade de chegar à órbita terrestre e retornar ao planeta em segurança.
 
(Imagem: NASA/Joel Kowsky)
Lançamento da CST-100 Starliner na missão OFT-1, em dezembro de 2019.

Desde a OFT-1, a SpaceX certificou a Crew Dragon para voos tripulados (na missão Demo-2), fez quatro voos para a NASA como parte de seu contrato com o CCP (Crew-1 a Crew-4) e duas missões tripuladas "turísticas" ao espaço, uma delas orbital (Inspiration 4) e outra rumo à ISS, onde quatro "turistas" passaram 15 dias (Ax-1).
 
Além disso, a empresa anunciou um programa espacial privado chamado Polaris, patrocinado pelo comandante da Inspiration 4, Jared Isaacman, composto por três voos com objetivos cada vez mais ambiciosos. A primeira missão, Polaris Dawn, deve acontecer até o final deste ano e contar com a primeira caminhada espacial privada da história. Espera-se que o terceiro voo seja a primeira missão tripulada da Starship, espaçonave que a SpaceX espera usar para levar a humanidade de volta à Lua e, eventualmente, a Marte. 
 
Ajustes, Ajustes e Mais Ajustes 
 
Com o fracasso da primeira tentativa, a Boeing realizou “mais de 80” modificações, ajustes e melhorias na Starliner a pedido da Nasa. Uma segunda tentativa, batizada de OFT-2, foi marcada para 29 de março de 2021. Depois, foi adiantada para 25 de março, e em seguida sofreu vários adiamentos: 2 de abril, meados de abril e “agosto/setembro”, até que o lançamento foi finalmente marcado para 30 de julho de 2021.
 
Infelizmente, um incidente com o módulo russo Nauka, recém-adicionado à ISS, forçou mais um adiamento, desta vez para 3 de agosto. “Problemas técnicos” forçaram mais um adiamento, desta vez para 4 de agosto, quando problemas com os indicadores de algumas válvulas no sistema de combustível forçaram o cancelamento do teste.
 
O que se seguiu foram 8 meses de testes e análises para determinar a causa do problema com as válvulas, que acabou sendo identificada como corrosão causada pela interação do oxidante (que potencializa a queima do combustível) com umidade interna.
 
Após várias tentativas de “destravar” as válvulas, a Boeing acabou optando por enviar a cápsula Starliner que seria originalmente usada na OFT-2 de volta à fábrica, para que possa ser desmontada e estudada a fundo, e usar a cápsula prevista para a primeira missão tripulada, a OFT-3, que ainda não tem data definida.

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