O Sirius, Acelerador de Partículas Brasileiro, Alcançou a Sua 1ª Volta Completa de Elétrons
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante notícia postada ontem (22/11)
no site de tecnologia ‘Tilt’ do Portal UOL, destacando que o Acelerador de Partículas Sirius alcançou a sua 1ª volta completa de elétrons.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Acelerador de Partículas Brasileiro Alcança 1ª Volta Completa de Elétrons
Por Gabriel Francisco Ribeiro
De Tilt, em São Paulo
22/11/2019 - 19h52
Atualizada em 22/11/2019 - 23h51
Imagem: Divulgação/CNPEM
Sirius, acelerador de partículas brasileiro localizado em
Campinas (SP).
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O acelerador de partículas brasileiro Sirius alcançou um
marco importante nesta sexta-feira (22). O projeto científico realizou, pela
primeira vez, um giro de elétrons completo em sua terceira e principal
estrutura, situada em Campinas (SP).
Orçado em R$ 1,8 bilhão, o acelerador é o mais grandioso
projeto da ciência brasileira na atualidade. Ele é projetado para ser o mais
avançado do mundo em sua área, com potencial de revolucionar pesquisas
nacionais e internacionais. A realização da volta completa foi passada em
primeira mão para Tilt.
"Esse é um marco bem importante para colocar o
Sirius em funcionamento. Foi a primeira volta dos elétrons no acelerador principal,
o que mostra que todos os sistemas dele estão funcionando. Terminamos o dia com
algumas voltas completas", afirmou ao Tilt Antonio José Roque da Silva,
diretor do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) e diretor
do projeto Sirius.
O QUE ROLOU?
A estrutura do Sirius tem 518 metros totais de
circunferência e, dentro dela, os elétrons são acelerados a uma velocidade que
se aproxima da velocidade da luz, com alta energia e produzindo um altíssimo
brilho.
Assim, o acelerador de partículas produz uma luz
síncontron, que é uma radiação que funciona como um raio-x para analisar
estruturas de materiais em escalas mínimas, de átomos e moléculas.
“É a primeira vez que que tem a integração completa
de todo o sistema. Uma coisa é testar, como já fizemos,
os sistemas individualmente. Só quando você tem de
fato a volta completa é que tem a segurança de
que o conjunto é funcional
Antonio José Roque da Silva.”
O acelerador de partículas teve sua construção iniciada
em 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT), e foi inaugurado em 2018 já
pelo então presidente Michel Temer (PMDB). Ao longo do projeto, o Sirius tem
sofrido com a perda e atraso de recursos para a área científica nacional.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE?
O Sirius serve para buscar respostas sobre a estrutura
atômica das matérias e entender questões ligadas à energia. O instrumento será
capaz de ampliar o entendimento de questões relacionadas a materiais, saúde e
meio-ambiente.
Imagem: Divulgação/CNPEM
Gráficos mostram a volta completa com sucesso de elétrons
no Sirius.
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A luz síncontron emitida pelo acelerador consegue revelar
detalhes de materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas,
plantas, solo, ligas metálicas e muitos outros. O equipamento nacional está na
quarta geração de luz síncontron, sendo similar apenas ao MAX-IV, construído na
Suécia.
A expectativa dos responsáveis pelo Sirius é que as
pesquisas realizadas nele sirvam para a criação de novos medicamentos (como
para doenças como Alzheimer e Parkinson) e materiais —entre eles, alguns que
podem ser usados na exploração mais eficiente de petróleo, na energia solar,
agricultura e afins. Além disso, o acelerador coloca a importância da pesquisa
nacional em outro nível.
"Para resolver os problemas mais sofisticados dessas
áreas, você precisa entender as propriedades da matéria. País que tem
equipamento como esse permite que toda a comunidade de ciência e tecnologia
possa resolver questões importantes ligadas ao Brasil e ao mundo", aponta
Antonio José Roque.
Ele vai permitir que você tenha uma ferramenta
importantíssima para todos os pesquisadores brasileiros. O desempenho dos
países cada vez mais depende de projetos como esse, o Sirius é um projeto
estruturante para o Brasil. Vai permitir ciência de ponta para atacar problemas
estratégicos do Brasil e o mundo.
PRÓXIMOS PASSOS
A volta completa de elétrons no acelerador cria um
sentimento de alívio entre os pesquisadores. Afinal, é mais uma barreira do
projeto que foi vencida. O Sirius foi construído ao longo de seis anos e seu
sistema é composto por milhares de componentes.
Imagem: Divulgação/CNPEM
Equipe do Sirius reunida após conclusão da volta de
elétrons.
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Com o teste concluído, o acelerador agora passará por uma
otimização da órbita, segundo o diretor do Sirius. A intenção é garantir que as
dezenas de órbitas circulando estejam estáveis para a inserção da
radiofrequência no instrumento.
"Precisa de uma quantidade certa de energia para
manter a órbita sem perder os elétrons. Eles emitem raio-x, perdem energia. A
maneira de sustentar a órbita é colocar a radiofrequência", aponta.
Depois disso, começa a ocorrer a geração de luz dentro do
circuito, que será estudada por pesquisadores. A intenção é que entre o fim
deste ano e o começo do próximo esses processos sejam alcançados.
LUTA POR VERBAS
Assim como toda a ciência nacional, o Sirius foi afetado pelo
contingenciamento de recursos para a área nos últimos anos. Mas, em julho ele
teve R$ 75 milhões liberados pelo governo federal e pôde concluir os testes
recentes. Apesar dos cortes, Roque se mostra otimista para seguir próximo do
cronograma imaginado.
"O país passou por dificuldades nos últimos anos e
vivemos nesse ambiente. Os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Economia
têm compreendido a importância do Sirius e temos conseguido garantir os marcos
do projeto", aponta.
O projeto já passou por adequações e atrasos para
garantir algumas etapas. O acelerador segue com recursos à espera de liberação
do governo federal, mas a previsão é de que a abertura para usos em pesquisa
ocorra já no segundo semestre do ano que vem.
Fonte: Site Tilt do UOL - https://www.uol.com.br/tilt
Comentário: Fantástico, simplesmente sensacional,
parabéns a todos os envolvidos. Eu por exemplo, não acreditava que esse
acelerador saísse do papel devido aos Governos Petralhas que tínhamos, mas tá
aí, funcional, e com o apoio do Ministro Marcos Pontes. Agora só falta a visita
do Presidente Bolsonaro, que também, volto a repetir, precisa visitar o Centro
de Lançamento de Alcântara (CLA) bem como as Comunidades Quilombolas da região,
já devia ter ido. Aproveito para agradecer ao Prof. Antônio Ricardo Zaninelli pelo envio dessa notícia.
Que vida, espero um dia ver o impossível ou quero fazer o impossível. Universo tão grande mas nem sequer pisamos em Marte ou nas luas de gelo e água do sistema solar tal como Titã, a cada lançamento histórico vem acompanhado um tempo de 10 a 20 anos de espera, sou tão jovem mas sei que vou morrer antes de ver os cientistas botar uma sonda tripulada pra outro planeta, mas nem tudo está perdido.
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