Viagens Espaciais de Longa Duração Afetam Fluxo Sanguíneo de Astronautas
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (18/11) no site “Canaltech”,
destacando que Viagens Espaciais de Longa Duração afetam Fluxo Sanguíneo de Astronautas.
Duda Falcão
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Viagens Espaciais de Longa Duração Afetam Fluxo Sanguíneo
de Astronautas
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: NBC News
18 de Novembro de 2019 às 12h30
Missões espaciais podem oferecer riscos
já conhecidos à saúde dos astronautas, como perda de massa muscular e ossos
se tornando mais quebradiços. Agora, a NASA
descobriu mais um efeito negativo da permanência prolongada em microgravidade,
e desta vez é algo bem mais perigoso: a interrupção e até a reversão do fluxo
sanguíneo na parte superior do corpo.
Em um novo relatório da NASA, publicado na revista médica JAMA Network Open, os
pesquisadores revelam que passar muito tempo no espaço pode afetar o modo como
o sangue flui através de um importante vaso sanguíneo do corpo, fazendo com que
ele pare ou flua no sentido oposto. "É por isso que alguns astronautas
ficam com rostos inchados, porque não há gravidade para puxar os fluidos que
circulam na parte superior do corpo", explica Michael Stenger, autor
principal do estudo.
Durante o estudo, os pesquisadores examinaram 11
astronautas saudáveis que ficaram a bordo da Estação Espacial Internacional
(ISS) por uma média de seis meses. Durante as avaliações rotineiras de
ultrassom no 50º dia das missões de cada um deles, sete apresentaram fluxo
sanguíneo estagnado ou reverso na veia jugular interna esquerda, um vaso
sanguíneo que passa pela lateral do pescoço. Um dos astronautas desenvolveu um
coágulo na jugular, inclusive.
Esta descoberta é bastante inesperada para os cientistas.
De acordo com o professor de medicina Andrew Feinbergtudo, “isso é muito
anormal; na Terra, você suspeitaria imediatamente de um bloqueio, um tumor ou
algo assim”."Se você tiver um coágulo na veia jugular interna, ele poderá
ir para os pulmões e causar embolia pulmonar - isso é muito perigoso. Se isso
acontecer em uma missão de longo prazo, pode ser calamitoso", continua.
Astronautas em caminhada espacial na ISS.
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A microgravidade também faz com que as veias fiquem bem
inchadas e visíveis no pescoço dos astronautas, ou mesmo na cabeça, no caso dos
carecas. Mas a preocupação de Stenger é o fluxo estagnado. "Se essas
células do sangue não estão se movendo, elas começam a grudar umas nas outras,
e é isso que chamamos de coágulo sanguíneo", disse ele.
Embora os riscos sejam preocupantes, a descoberta não é
exatamente um empecilho para as viagens espaciais de longa duração. Na verdade,
de acordo com especialistas, estudo deve levar ao desenvolvimento de
tratamentos e intervenções para evitar esses problemas. Para o Dr. Ben Levine,
cardiologista e professor de medicina, o inchaço encontrado nas veias dos
astronautas não significa necessariamente que a pressão estava alta. Ele
reconhece o perigo do coágulo sanguíneo, mas também afirma que novos estudos
devem ser realizados, especialmente na busca por soluções e possíveis
intervenções. "Estou intrigado com as descobertas do estudo, mas não
excessivamente alarmado", disse ele.
O problema pode afetar de maneiera mais preocupante
aqueles que se aventurarem em viagens de longa duração, com destinos a Marte,
por exemplo. Mas missões como essas ainda devem demorar alguns anos para
começarem a acontecer, o que dará tempo para os pesquisadores descobrirem como
proteger ainda mais a saúde dos astronautas.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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