Bolsonaro dá Sinal Positivo Para Continuidade da Parceria Espacial Brasil-China, Segundo Coordenador do INPE
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (06/11) no site
“Sputnik Brasil”, destacando que segundo o Coordenador-Geral de Engenharia e
Tecnologia Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Marco Antônio Chamon, o Presidente Bolsonaro deu sinal positivo para continuidade da Parceria Espacial
Brasil-China.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Bolsonaro dá Sinal Positivo Para Parceria Espacial Brasil-China, Segundo Coordenador do INPE
Sputnik Brasil
06/11/2019 - 17:29
Atualizado em 07/11/2019 - 05:36
© Foto / INPE/Divulgação
A parceria de longa data do Brasil com a China na área
espacial deve continuar, segundo coordenador do INPE, que comemorou com Sputnik
Brasil o iminente lançamento do satélite CBERS-04A.
O satélite CBERS-04A, desenvolvido pelo INPE em parceria
com a China, iniciou o seu caminho para a base de lançamento. Ele será capaz de
gerar imagens que auxiliem no monitoramento da Amazônia.
O satélite CBERS-04A é o sexto desenvolvido em parceria
com a China, cujo programa é resultado do primeiro acordo de cooperação em alta tecnologia
firmado entre dois países no contexto das relações internacionais Sul-Sul e
levou quatro anos para ser construído com custo de R$ 190 milhões ao Brasil.
Ele será capaz de gerar imagens de 16 metros de resolução, com reprodução de
imagem de um mesmo local a cada 31 dias.
Marco Antônio Chamon, coordenador-geral de Engenharia e
Tecnologia Espacial do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -
destacou para Sputnik Brasil que o satélite é fruto de uma parceria que tem
mais de 30 anos. A cooperação "foi assinada formalmente em 88 e as
negociações começaram dois anos antes".
Segundo o engenheiro, o programa espacial brasileiro
estava engatinhando na época e o país buscava parcerias internacionais com
partilha de custos, de riscos e com possibilidade de trazer salto tecnológico.
Uma parceria mais simétrica, em comparação com os países do primeiro mundo,
pois "em 88 a China não era a China de hoje".
"Ou seja, naquela época essa parceria era mais
interessante para nós, porque havia um equilíbrio um pouco maior entre os dois
parceiros e haveria uma possibilidade bem maior de participação efetiva nossa -
não só no aprendizado de tecnologias - mas de desenvolvimento da nossa indústria
efetivamente fazendo um satélite conjunto", explicou o especialista.
O coordenador do INPE acrescentou que o Brasil tinha 30%
de participação no projeto referente aos satélites CBERS 1 e 2. Já nas próximas
versões a parceria passou a ser de 50%, como acontece até hoje.
Além disso, "a aproximação da China também era
importante de um ponto de vista geopolítico, pois era uma aproximação que
chamam de sul-sul, fora dos grandes eixos de países desenvolvidos, o que também
nos favorecia", acrescentou Chamon.
© Foto / INPE/Divulgação
O satélite CBERS 04A foi transportado das instalações da
CAST, Pequim, para a base de lançamento de Taiyuan (TSLC).
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No início de agosto, o presidente Jair Bolsonaro contestou os dados do desmatamento
divulgados pelo monitoramento ambiental do INPE, que é vinculado ao Ministério
de Ciência e Tecnologia. Dias depois, o diretor do Instituto, Ricardo Magnus
Osório Galvão, foi exonerado do cargo. No entanto, segundo o interlocutor da
Sputnik Brasil, a função do satélite, além de não se limitar ao Brasil, é
somente a de disponibilizar as imagens.
"O satélite tem capacidade para isso. O uso
das imagens foge um pouco da atribuição do INPE [...] elas são distribuídas no
Brasil todo e no mundo todo. E o uso da imagem fica por conta do usuário",
destacou o entrevistado.
"Todas as imagens do CBERS de qualquer lugar do
mundo, do Brasil, da China, ou outra região, são disponíveis livremente para
qualquer pessoa do mundo. Qualquer um pode ver no site do INPE, por exemplo, e
baixar qualquer uma das imagens que já foram tiradas".
Segundo o pesquisador, o satélite CBERS-4, que está no ar
hoje, está sendo usado para alerta de desmatamento, e passa as imagens para o
Ibama. O novo satélite continuará realizando essa tarefa, além de transmitir
imagens para outros órgãos e agências do governo.
De todo modo, parece que a política somente passou
raspando no programa e as expectativas são de que a parceria com a China continue.
"Já houve sinalização da Agência Espacial
Brasileira e da própria Presidência da República de que a parceria não vai se
encerrar", disse Marco Antônio Chamon.
O que pode mudar é o foco em um ou outro projeto no
âmbito da cooperação bilateral.
"Temos outras atividades com a China além dos
satélites. Trabalhamos na área de processamento de imagens e na área de clima
espacial [...] mas parceria não vai acabar", assegurou o coordenador-geral
de Engenharia e Tecnologia Espacial do INPE.
Fonte: Site Sputnik Brasil - https://br.sputniknews.com
Comentário: Bom leitor, na realidade se a continuidade
dessa parceria será boa para o Brasil ou não, vai depender do que for negociado
e de como for negociado. Se for para continuar fazendo satélites pesados como
esse CBERS-4A, e com a resolução atual, só servirá para formação dos jovens
engenheiros chineses enquanto o Brasil afundará cada vez mais no atraso
tecnológico. Espero sinceramente que isso não ocorra, e que se a parceria
continuar que seja realizada com sapiência e seriedade.
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