Estranho Padrão de Oxigênio Recém-Descoberto em Marte Intriga Cientistas
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (12/11) no site “Canaltech”,
destacando que Estranho Padrão de Oxigênio recém-descoberto em Marte está intrigando
cientistas.
Duda Falcão
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Estranho Padrão de Oxigênio Recém-Descoberto
em Marte Intriga Cientistas
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: NASA
12 de Novembro de 2019 às 22h00
O rover Curiosity, da NASA,
descobriu um padrão de comportamento do oxigênio em Marte tão estranho que os
pesquisadores ainda não são capazes de explicar através dos processos químicos
conhecidos pela ciência.
Durante três anos em Marte (quase seis anos terrestres),
o Curiosity analisou a composição do ar marciano. A NASA divulgou os resultados
dessa análise: 95% em volume de dióxido de carbono (CO2), 2,6% de nitrogênio
molecular (N2), 1,9% de argônio (Ar), 0,16% de oxigênio molecular (O2), e 0,06%
de monóxido de carbono (CO). Além disso, as moléculas no ar no Planeta Vermelho
se misturam e circulam de acordo com mudanças na pressão do ar no decorrer do
ano.
Essas mudanças na pressão do ar acontecem de acordo com
as estações marcianas. É que, durante o inferno, o CO2 congela nos polos, o que
faz com que a pressão diminua em todo o planeta. Na primavera e no verão, o CO2
evapora, se mistura em todo o planeta, e a pressão do ar aumenta.
O Mistério do Oxigênio
Pela primeira vez, cientistas mediram as mudanças nos
gases da atmosfera diretamente acima da Cratera Gale, e descobriram que o
nitrogênio e o argônio seguem o padrão que já era esperado: as concentrações
desses gases aumentam e diminuem naquela região ao longo do ano em relação à
quantidade de CO2 existente no ar. Mas, ao contrário das expectativas dos
pesquisadores, o mesmo não acontece com o oxigênio.
Estranhamente, a quantidade do oxigênio no ar aumentou em
toda a primavera e no verão em até 30%, e depois voltou aos níveis previstos
pela ciência no outono. E não foi um caso isolado - esse padrão se repetiu a
cada primavera. “Na primeira vez que observamos o fenômeno, foi chocante”, diz
Sushil Atreya, professor de ciências climáticas e espaciais e coautor de um
artigo sobre o assunto publicado no Journal of Geophysical Research: Planets.
(Imagem: NASA)
O Curiosity, da NASA, é equipado com o conjunto
experimental Sample Analysis at Mars (SAM) para analisar gases da atmosfera e
do solo marciano.
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Sem encontrar uma explicação para esse comportamento
estranho do oxigênio em Marte, os pesquisadores cogitaram que o instrumento de
medições no rover estaria com defeito, mas não era este o caso. Outras
hipóteses foram levantadas, mas nada que explicasse como esse oxigênio extra é
produzido. “Estamos com dificuldades para encontrar uma explicação”, disse
Melissa Trainer, cientista planetária da NASA que liderou a pesquisa. Ela
acredita que esse “não é um problema que tem a ver com a dinâmica atmosférica.
Tem que haver uma fonte química que ainda não conseguimos explicar”.
Curiosamente, algo semelhante acontece com o metano.
Mesmo presente em quantidade pequena na Cratera Gale, o gás aumenta em cerca de
60% durante o verão e ninguém sabe explicar o porquê. Agora que descobertas
semelhantes foram feitas em relação ao oxigênio, os cientistas querem saber os
dois fenômenos são influenciados por uma mesma química misteriosa no planeta.
“Estamos começando a ver essa correlação tentadora entre o metano e o oxigênio
durante boa parte do ano em Marte”, diz Atreya. “Acho que há algo a mais nisso.
Eu só não tenho as respostas ainda. Ninguém tem”.
Também não há sinais de que o oxigênio seja produzido
biologicamente (a partir de microrganismos, por exemplo) ou abioticamente (a
partir de produtos químicos relacionados à água e a rochas), e o Curiosity não
tem instrumentos capazes de responder essa pergunta. Seja como for, a resposta
pode estar no solo do planeta.
Um experimento realizado pelas sondas das missões Vikings
mostrou, décadas atrás, que o calor e a umidade podem liberar oxigênio do solo
marciano. Mas esse experimento ocorreu em condições bem diferentes do ambiente
da primavera de Marte, e não explica a queda de oxigênio, entre outros
problemas. “Acreditamos que deve haver algo no solo superficial que muda
sazonalmente, porque não há átomos de oxigênio disponíveis na atmosfera
suficientes para causar o comportamento que observamos”, disse Timothy
McConnochie, cientista e coautor do artigo.
Em 2021, o rover Mars 2020 deverá chegar a Marte com equipamentos para
procurar por bioassinaturas no solo marciano. Caso a produção de oxigênio seja
de origem biológica, pode ser que descubramos isso em breve. Até lá, os
cientistas tentarão encontrar outras possíveis resposta para este novo
mistério.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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