Aviões Farão Medidas Para Avaliar Impactos da Poluição no Regime de Chuvas da Amazônia
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (29/08) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que aviões farão medidas para avaliar os impactos da poluição no
Regime de Chuvas da Amazônia.
Duda Falcão
Aviões Farão Medidas Para Avaliar
Impactos da Poluição no Regime
de Chuvas da Amazônia
Sexta-feira, 29 de Agosto de 2014
Durante o mês setembro, período de transição da estação
seca para a chuvosa na Amazônia, dois aviões de pesquisa, um dos Estados Unidos
e outro da Alemanha, farão voos diários para medidas da poluição urbana e de
queimadas e de nuvens na região. Os sobrevoos fazem parte de uma campanha
científica internacional, com o suporte de instrumentos em solo, com o objetivo
de avaliar o impacto da poluição no ciclo de vida de nuvens, na formação de
nuvens de tempestades, no balanço da radiação e no clima da região amazônica.
Os aviões farão medidas nos arredores de Manaus e a aeronave alemã percorrerá
regiões do Arco do Desflorestamento, próximas, por exemplo, a Porto Velho (RO)
e Alta Floresta (MT).
Diversas instituições científicas brasileiras e
estrangeiras - Agência Espacial Brasileira (AEB), Agência Espacial da Alemanha
(DLR), Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos, Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Universidade de São
Paulo (USP), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Max Planck e
Universidade de Leipzig - e agências de fomento e apoio à pesquisa – FAPESP e
FAPEAM – participam e apoiam esta grande campanha científica, reunindo centenas
de pesquisadores e pessoal técnico. Além dos aviões, diversos instrumentos em
solo, instalados nos arredores de Manaus, farão medidas combinadas para compor
um grande banco de dados que já vem sendo compartilhado entre as instituições
participantes.
A primeira campanha intensiva de medidas, o IARA (Intensive Airborne Experiment in Amazonia),
que integra o Programa GoAmazon, foi realizada no início do ano, com a
participação do avião Gulfstream-1 (G-1), do Departamento de Energia dos
Estados Unidos. Nesta segunda campanha, que se inicia na próxima semana, o G-1
volta a campo, em voos combinados, em diferentes altitudes, com os do avião
alemão HALO (High Altitude and Long Range Aircraft),
que chega a voar a 15 quilômetros de altitude. Os voos das aeronaves irão
ocorrer em diferentes situações: céu limpo, com plumas de fumaça e diferentes
tipos de nuvens.A aeronave alemã também fará voos de longa distância, cobrindo
regiões do Arco do Desflorestamento, com o objetivo de estudar o impacto de
áreas de desflorestamento e das queimadas na dinâmica das nuvens.
Os sobrevoos do HALO estão direcionados aos objetivos de
pesquisa do projeto ACRIDICON (Aerosol, Cloud,
Precipitation, and Radiation Interactions and Dynamics of Convective Cloud
Systems), que vem fazendo parceria com o projeto brasileiro CHUVA,
coordenado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do
INPE e financiado pela FAPESP. Segundo Luiz Augusto Machado, coordenador do
CHUVA, e também responsável pelo ACRIDICON, pela parte brasileira, depois do
processamento dos dados obtidos em campanha, será possível avaliar os efeitos
de partículas e de aerossóis, originados das queimadas e da poluição urbana,
nas propriedades microfísicas, químicas e radiativas das nuvens de tempo bom e
de tempestades.
Pretende-se compreender com maior profundidade como os
aerossóis orgânicos e aqueles gerados a partir da poluição urbana, associados
aos fluxos de superfície, influenciam os ciclos de vida de nuvens de chuvas
convectivas (intensas e localizadas) e estratiformes (menos intensas e de maior
extensão), características da região amazônica. Sabe-se que os aerossóis têm
papel central nos processos de nucleação de nuvens e na precipitação. Segundo
Machado, os dados extraídos da campanha científica vão permitir compreender
como se dão as interações destas partículas com outros componentes atmosféricos
e quais são as implicações de seu aumento na atmosfera amazônica.
A expectativa é de que a melhor representação destes
processos químicos e físicos na atmosfera possam trazer avanços à modelagem do
clima regional e de cenários globais de mudanças climáticas. Também deverá ser
possível avaliar com maior precisão como os processos de ocupação, urbanização,
associados ao desmatamento e queimadas na região, podem impactar o regime de
chuvas da Amazônia.
Projeto CHUVA
Coordenado pelo INPE, o projeto CHUVA iniciou em 2009
para estudar os diferentes regimes de chuva do país, contando com uma série de
instrumentos para medidas atmosféricas, entre eles, um radar de alta resolução
para medir dados do interior das nuvens. Um sistema de monitoramento e previsão
de chuvas operou em todas as regiões que o projeto foi realizado. Nesta edição
na Amazônia, o SOS Chuva Manaus também será
utilizado na logística das operações aéreas, como já ocorreu no início do ano
durante a campanha do IARA, pelo GoAmazon. O sistema de monitoramento pode ser
acessado e consultado livremente por qualquer usuário no site http://sigma.cptec.inpe.br/sosmanaus/.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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