CLA Lança Mais Um Foguete de Treinamento Intermediário

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada ontem (22/08) no jornal “O Estado do Maranhão” dando destaque ao lançamento do Foguete de Treinamento Básico (FTB) ocorrido dia 21/08 do CLA.

Duda Falcão

Geral

CLA Lança Mais Um Foguete de
Treinamento Intermediário

Atividade integra a Operação Águia II como preparação para o lançamento
e rastreamento do foguete VS-30, previsto para acontecer até o
fim deste mês e que faz parte da Operação Raposa

Thiago Bastos
Da equipe de O Estado
22/08/2014

Foto: Divulgação
Foguete de treinamento lançado ontem permite avaliar
e testar equipes para novas operações.

Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) lançou na tarde de ontem, com sucesso, o 11º Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), cuja atividade integra a Operação Águia II e serve como preparação para o lançamento do foguete VS- 30, previsto para acontecer no dia 29 deste mês e que faz parte da Operação Raposa, iniciada há 10 dias. Segundo a direção do CLA, o FTI atingiu 49 quilômetros de altitude em seu apogeu e gastou exatos 3 minutos e 32 segundos em sua trajetória de voo até alcançar o ponto de impacto determinado para a operação.

O diretor do CLA, coronel engenheiro César Demétrio Santos, avaliou como "positivo" o lançamento de ontem. "Ocorreu tudo com êxito. As condições do clima favoreceram hoje [ontem] e no primeiro teste do FTI antes do lançamento do VS- 30, foi feito um lançamento proveitoso", destacou.

Ainda de acordo com a direção do CLA, o objetivo dos lançamentos é treinar as equipes e testar os meios associados às atividades de preparação, montagem, transporte, integração, lançamento e rastreio de veículos espaciais. Além disso, a partir dos parâmetros seguidos e resultados obtidos após o voo, o CLA espera obter a qualificação e certificação do veículo junto ao Instituto de Coordenação e Fomento Industrial (IFI).

Sobre o lançamento do Veículo Lançador de Satélite (VLS), previsto inicialmente para ocorrer ainda este ano, o diretor do CLA informou que o procedimento deverá ser adiado por alguns meses. "Houve uma demora, por parte da empresa produtora do dispositivo, em nos encaminhar os projetos de rede elétrica do modelo, retardando nossos testes e obrigando a direção do Centro de Lançamento a marcar o lançamento do VLS para o primeiro semestre de 2015", informou.

Sobre o Foguete - O FTI é um foguete fabricado pela indústria nacional Avibrás e integra o Projeto Foguete de Treinamento (FogTrein), que visa manter a operacionalidade dos centros de lançamentos brasileiros que são o CLA e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte.

No dia 8 de maio deste ano, o CLA lançou o 10º FTI, que também fez parte da Operação Águia I. Antes, no dia 14 de março deste ano, foi lançado o Foguete de Treinamento Básico (FTB) da Operação Falcão I.

"Como modificamos boa
parte da nossa tecnologia
e alteramos várias
normas do CLA, conseguimos
atenuar os riscos de novos
acidentes, mas nunca haverá
segurança em cem por cento.
Logo, a chance de um novo
acidente daquela magnitude
existe, porém é mínimo

César Demétrio Santos,
coronel engenheiro e diretor do CLA"

Etapas do lançamento

Fase de Pré-Lançamento – engloba a elaboração de um Exame de Situação Técnica e Logística, e teste dos meios operacionais do Centro para a realização da Operação.

Fase de Lançamento – contempla o Ensaio Geral, as Cronologias Simuladas e Reais, incluindo o Lançamento do veículo FTI.

Fase de Pós-Lançamento – engloba a manutenção e preparação dos meios utilizados, para as próximas operações e, eventualmente, a desmontagem do foguete, em caso de cancelamento da operação.
Fonte: Centro de Lançamento de Alcântara

Tragédia Que Matou 21 Pessoas Completa 11 Anos

Hoje, dia 22 de agosto, completam-se 11 anos do acidente no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que matou 21 pessoas após explosão da plataforma de operações e que mudou de forma radical a política de ações do programa aeroespacial brasileiro, especialmente no segmento da segurança. Depois desta reformulação, a Agência Especial Brasileira (AEB) deverá finalmente retomar os grandes lançamentos já a partir deste ano. Segundo o diretor do CLA, coronel Engenheiro César Demétrio Santos, desde o acidente, houve modificações na tecnologia de transporte e envio de dados em todos os setores do Centro que propiciaram a elevação dos níveis de segurança. No entanto, o coronel reconhece que, apesar dos cuidados, sempre haverá possibilidade de novos acidentes, mesmo que o risco seja mínimo. "Como modificamos boa parte da nossa tecnologia e alteramos várias normas do CLA, conseguimos atenuar os riscos de novos acidentes, mas nunca haverá segurança em cem por cento. Logo, a chance de um novo acidente daquela magnitude existe, porém é mínimo", disse.

Segundo o relatório final de investigação, concluído pela Aeronáutica em fevereiro de 2004, houve um "acionamento intempestivo" ou súbito de um dos quatro motores do VLS no acidente, provocado por uma pequena peça que ligava o motor. A comissão de investigação descartou a possibilidade de sabotagem, de grosseira falha humana ou de interferência meteorológica, mas apontou "falhas latentes" e "degradação das condições de trabalho e segurança".


Fonte: Jornal “O Estado do Maranhão” - pág. 06 – 22/08/2014

Comentário: Pois é leitor, a culpa pelo não cumprimento do cronograma previsto para o lançamento do VLS-1 VSISNAV vem sendo agora atribuía ao atraso da MECTRON em não entregar no prazo o modelo de voo da rede elétrica do veículo. Entretanto, é preciso lembrar de que antes da realização da “Operação Santa Barbara II (VLS-1 VSISNAV)”, o IAE ainda terá de realizar a “Operação Santa Bárbara I”, que é uma operação de voo simulado para testar os equipamentos e procedimentos que serão utilizados na operação do VLS-1 VSISNAV. Sendo assim, mesmo que as redes elétricas já tenham sido entregues neste momento (o que eu não acredito, mas pode ser) se a operação simulada não for realizada ainda em 2014, dificilmente o lançamento do VLS-1 VSISNAV poderá ocorrer no primeiro semestre de 2015, como disse o diretor do CLA. Gostaríamos de agradecer uma vez mais ao leitor maranhense Edvaldo Coqueiro pelo envio dessa matéria.

Comentários

  1. Agora começo a entender porque o pessoal do Exército diz que a Aeronáutica está se transformando numa ONG.

    Que bagunça! Quanta desinformação !

    E outra. O principal motivo da tragédia daquela época foi o fato da Aeronáutica ter cedido e ter retirado os poucos dispositivos de segurança que impediriam o "acionamento intempestivo" do motor devido à falta de verba, pois desde aquela época o "governo" sonegava as verbas que seriam necessárias e de direito, e o pessoal aceitava isso sem um revide a altura.

    Deu no que deu...

    Não se pode jamais retirar a responsabilidade de quem vê que as coisas estão erradas e se omite sob a alegação de que "estava cumprindo ordens".

    Ordens estúpidas, principalmente na esfera administrativa militar (essa ordem não foi dada num ambiente de guerra por exemplo), jamais, em nenhuma hipótese devem ser cumpridas.

    Estudem os relatórios. Está tudo lá para quem quiser ver. Sabemos que a "culpa" em primeira instância foi do "governo" que sonegou a verba. Mas a responsabilidade recai sobre a instituição que permitiu que a tal "economia" às custas da segurança dos trabalhadores fosse feita.

    Então ratifico mais uma vez minha opinião: "se ninguém de dentro do PEB, se manifesta de forma pública e veemente contra esse estado de coisas, está tacitamente concordando com ele, então é tão culpado quanto os governos que o sabotam".

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