Missão Não Cumprida
Olá leitor!
Segue abaixo um
artigo opinião postada hoje (26/08) na coluna Rubens Barbosa do site do jornal “O
Globo” tendo como pauta a 'missão não cumprida' do Programa Espacial Brasileiro.
Duda Falcão
COLUNA RUBENS
BARBOSA
Missão Não Cumprida
Governo Deve
Priorizar Programa Espacial
Rubens Barbosa*
26/08/2014 - 0:00
O aproveitamento do Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA) e o desenvolvimento de veículos lançadores de
satélites (VLS) são prioridades no âmbito do Programa Nacional de Atividades
Espaciais do Ministério da Defesa. O funcionamento de um centro de lançamento
competitivo permitiria a entrada do Brasil no importante nicho de mercado de
satélites de telecomunicações e de meteorologia.
Um programa desse porte só será
possível se houver um entendimento com o governo dos EUA. A Base de Alcântara
só poderá tornar-se viável comercialmente quando um novo acordo de salvaguardas
entre o Brasil e os EUA tiver sido negociado, uma vez que, por motivos ideológicos,
o anterior nunca foi ratificado.
A oposição do PT a esse acordo,
que iria regulamentar o uso comercial da base de lançamento de foguetes de
Alcântara por empresas americanas, na prática, excluiu o Brasil de um mercado
anual de US$ 12 bilhões. Procurando contornar essa dificuldade, o país está
tentando desenvolver um VLS próprio, outro com a Ucrânia e conduzindo um
programa de lançamento de satélites com a China. Anuncia-se para o dia 29, como
parte desse esforço o lançamento em Alcântara de foguete de sondagem, que pela
primeira vez testará no Brasil combustível líquido embarcado.
A grande ironia em todo esse affair é que, sem o acordo com os EUA, nem o
programa com a Ucrânia poderá avançar, apesar dos milhões de dólares investidos
pelo Brasil.
No fim da visita do presidente
Obama ao Brasil, em março de 2011, ficou decidido que os entendimentos sobre o
acordo de salvaguarda seriam retomados com o objetivo de renegociar o texto
para consideração do Congresso Nacional. Com isso, poderia ser viabilizado o programa
de lançamento de satélites com a Ucrânia e ficaria aberta a porta para a
cooperação entre empresas brasileiras e americanas na área de lançamento de
satélites, tornando de fato efetivo o uso da Base de Alcântara. Com a
divulgação da espionagem da NSA à presidente Dilma e a relação entre os dois
países bastante dificultada, os entendimentos nem chegaram a começar.
Espera-se que, nos próximos
quatro anos, sem preconceitos partidários e com razoável dose de pragmatismo, o
futuro governo empreste ao programa espacial brasileiro uma efetiva prioridade.
Com a conclusão da negociação do acordo de salvaguarda tecnológica com os EUA e
com recursos financeiros adequados para garantir a continuidade dos esforços —
que, por falta de apoio, caminham com grande dificuldade —, os programas
poderão avançar e ser concluídos com êxito.
Em agosto de 2003, sério
acidente na Base de Alcântara paralisou o projeto por algum tempo e fez
desaparecer uma elite técnica que conduzia o programa do veiculo lançador de
satélite. O VLS-1, que estava sendo preparado, explodiu e matou 21 cientistas,
adiando ainda mais o projeto que colocaria o Brasil numa posição competitiva no
mercado de satélites comerciais.
É urgente recuperar o tempo
perdido.
* Rubens Barbosa é presidente do Conselho
de Comércio Exterior da FIESP
Fonte: Site do Jornal o Globo - http://oglobo.globo.com
Comentário: Bom leitor em grande parte eu concordo com a
visão do Sr. Rubens Barbosa, mas muito me admira (sendo a autor do artigo quem é)
a sua aparente defesa pela continuidade do acordo com a Ucrânia, já que é sabido
que o mesmo não oferece qualquer atrativo para o Brasil, inclusive trazendo
para o país uma tecnologia ultrapassada e altamente tóxica. Mas enfim tá aí o
artigo. Aproveitamos para agradecer ao leitor André C. Castro pelo envio desse
artigo.
El artículo de OGLOBO dice de manera muy tendenciosa “Um programa desse porte só será possível se houver um entendimento com o governo dos EUA.”
ResponderExcluirNada más falso y alejado de la realidad. Si hay algo en lo que Estados Unidos esta interesado, es en intentar y hacer todo lo posible para que Brasil o cualquier otro país de la región NUNCA tengan un lanzador satelital propio.
Bom, sobre o artigo, nada de novo em termos de notícia. Sobre a dependência de mercado em relação a um acordo de salvaguardas, isso é um FATO, gostemos dele ou não, é isso.
ResponderExcluirE naquela linha do "para nossa alegriiiiaaa", só que não, estava assistindo ainda à pouco as notícias sobre a situação da USP, uma das instituições de formação em tecnologia mais importantes do país, que se encontra num estado lastimável de quase insolvência. Enquanto o conselho administrativo se reunia para tentar uma solução envolvendo um programa de demissão voluntária visto que 106% do orçamento atual (não é erro de digitação! são cento e seis por cento do orçamento), são gastos com "despesas de pessoal", os professores e funcionários protestavam do lado de fora “exigindo” melhorias salariais entre outras. Se na USP é assim, imaginem no restante das instituições administradas por esse "governo".
Eu mais uma vez reitero. Não vejo a menor possibilidade de solução para os problemas do PEB especificamente e de muitos dos inúmeros problemas do país, sem uma completa reforma institucional. E mais, está na hora de os contribuintes começarem a se manifestar contra essa gastança inútil.
Começo a questionar esse tipo de coisa que acontece de forma didática na USP. Para que gastar o dinheiro dos contribuintes numa instituição que gasta 106% do seu orçamento com pessoal? Gostaria de chamar a atenção dos colegas sobre as receitas e despesas do MIT no último ano, onde se pode ver um gasto geral e administrativo, onde se encontra o gasto com pessoal, de 23,4%.
O que isso quer dizer? Que o nosso pessoal trabalhando na USP ganha mais que o pessoal que trabalha no MIT? Não creio... Nós sabemos bem qual é a "explicação". Só não devemos continuar aceitando esse estado de descalabro como se isso fosse normal. Se essa instituição do jeito que é administrada pelo estado hoje é inviável como "negócio", mesmo que um negócio público, que feche as portas. Quem não tem competência não se estabelece, não é isso? Chega de gastar nosso dinheiro inutilmente. E por aí seguem os exemplos das várias instituições do nosso PEB que não se sustentam e nem tentam vislumbrar essa possibilidade, pois até mesmo projetos para quais se sabe que existe demanda como o VLM, são relegados a segundo ou terceiro plano, ou melhor, segundo as últimas notícias, a plano nenhum, pois corremos o risco desse ser cancelado sem a menor cerimônia assim como foi o L15. Gastamos um bom dinheiro construindo laboratórios de teste sofisticados para satélites que estão se deteriorando por falta de uso e de uma estratégia de venda de serviços para continuar mantendo a estrutura. Mas para que? Quem trabalha lá é funcionário público, não pode ser mandado embora, vai continuar ganhando o seu salário pago do nosso bolso, existindo serviço a ser feito ou não...
O Centro de Lançamento de Andøya na Noruega, por exemplo, é uma instituição que visa o lucro. O pessoal que é mantido lá, é pago com o que entra de receita dos lançamentos. Se boa parte dos lançamentos é pago pelo governo da Noruega com dinheiro dos contribuintes de lá, é outra história. mas o centro de lançamento em si, precisa ser administrado como uma empresa, e para continuar existindo, tem que gerar receita, precisa prospectar clientes além do governo da Noruega para não colocar todas as suas apostas no mesmo cesto.
Já por aqui, ninguém tem compromisso com nada, além de uma aposentadoria diferenciada no serviço público. Ninguém precisa pensar em eficiência, e muito menos em lucro, pois afinal os “acionistas” dessas instituições somos nós, os contribuintes, e como todos sabem, brasileiro adora pagar impostos equivalentes aos da Noruega ou Suécia e receber serviços públicos equivalentes aos do Haiti (me desculpem os haitianos).
Isso tudo só merece uma palavra: VER-GO-NHA.