Entrevista com o Prof. Félix Santana - Pioneiro do PEB
Olá
leitor!
BRAZILIAN
SPACE: É sabido que o senhor tem sido um parceiro
do Prof. Marcos Luna do Núcleo Tecnológico do Agreste de Bezerros (PE). Como
essa parceria começou e por quê?
Prof. Félix Santana |
Com
essa nota inicio as atividades do blog no ano de 2012 trazendo para você uma
entrevista com um dos pioneiros do Programa Espacial Brasileiro.
Acredito
que essa entrevista deverá ser apreciada por muitos que o conhecem e que por
uma razão ou outra tenham perdido contato com o mesmo.
Refiro-me
ao Professor Félix Santana que atuou nas
áreas de Meteorologia e de Preparação de Foguetes no Centro de Lançamento da
Barreira do Inferno (CLBI) a partir de 1967.
Hoje o Professor Félix encontra-se aposentado e
vem realizando um excelente trabalho de divulgação da astronáutica junto a
jovens estudantes de Pernambuco e de outros estados através da utilização de foguetes educativos
que ele mesmo desenvolveu.
Gostaríamos de agradecer publicamente ao Professor Félix pela a atenção dispensada ao Blog “BRAZILIAN SPACE” e convidarmos
você leitor a acompanhar atentamente essa entrevista com esse pioneiro do nosso
programa espacial.
Duda Falcão
BRAZILIAN
SPACE: Prof. Félix Santana, nos fale sobre o senhor.
Sua idade, formação e atual função?
PROF. FÉLIX SANTANA: Graduado em Ciências
(habilitação em Matemática) pela Fundação de Ensino Superior de Pernambuco,
hoje UPE (Universidade de Pernambuco). Funcionário da Estação de Cana–de–Açúcar
do Carpina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pesquisador do Projeto Caracterização
Edafo-Climática do Brasil, elaborando parecer técnico, conduzindo rede de
estações meteorológicas, treinamento de pessoal interno e externo. Atualmente aposentado. Tenho 65 anos.
BRAZILIAN
SPACE: Como e quando aconteceu o seu envolvimento com o
Programa Espacial Brasileiro?
PROF. FÉLIX SANTANA: Através de um estagio técnico nas áreas de
meteorologia e Preparação de Foguetes, indicada pelo Capitão Helio da Costa Solha servidor do
IAE um dos gestores do Programa Educativo 1967. Naquela oportunidade conhecemos
alguns servidores pioneiros que estiveram em treinamento na NASA.
BRAZILIAN SPACE: Na época de sua passagem pelo Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), quais eram as expectativas e objetivos de todos que trabalhavam nesse centro?
Lançamento de foguete - 1968
(clique nas fotos para ampliá-las)
Telemetria - 1968
Professor Félix ao lado do "Lançador Universal"
Área de Preparação de Foguetes
BRAZILIAN SPACE: Na época de sua passagem pelo Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), quais eram as expectativas e objetivos de todos que trabalhavam nesse centro?
PROF. FÉLIX SANTANA: O Objetivo de todos era
capacitar o CLBI para desenvolver as atividades no inicio do Programa Espacial.
Atender os projetos desenvolvidos pelo CTA-IAE, como também do INPE. Atender
aos convênios com entidades nacionais e estrangeiras como a NASA.
BRAZILIAN SPACE: Havia entusiasmo?
BRAZILIAN SPACE: Havia entusiasmo?
PROF. FÉLIX SANTANA: Todos dedicaram parte de suas
vidas para realizar os objetivos do trabalho pioneiro.
BRAZILIAN
SPACE: Qual era a sua função no centro?
PROF. FÉLIX SANTANA: Nossa atividade ficou ligada
na área de preparação de foguetes juntamente com a equipe do CLBI no projeto
Examentnet, Retirada dos foguetes dos contêiner, integração, ajuste de empenas,
integração de carga útil, transporte do veiculo para o lançador, ajuste do
lançador, etc. Foguetes do tipo Loki Dart, Arcas foram utilizados ate 1977. A partir de 1970 teve
inicio a serie Sonda I Sonda II, Sonda III ate 1986.
Professor Félix com a Equipe da operação de
lançamento de um Sonda III no CLBI em 1995
Palestra do Professor Félix na AEB
PROF. FÉLIX SANTANA: Nosso contato com o NTA se deu
em Outubro de 2006 em um dia de campo onde realizamos alguns
lançamento de foguete. Daí nasceu á parceria NTA-CEFEC para orientação
dos projetos daquele grupo.
BRAZILIAN
SPACE: Quando estive em Bezerros esse ano pude
presenciar os lançamentos de foguetes educacionais desenvolvidos pelo senhor.
Fale-nos um pouco sobre essa sua iniciativa, como ela funciona e o que os
interessados podem fazer para participar?
PROF. FÉLIX SANTANA: Quando percebemos que o Brasil tinha um grande necessidade de
mão de obra especializada, resolvemos atuar neste setor, devido ao fato que na
época no Brasil existiam mais de vinte
grupos que pesquisava com foguetes, sem orientação e com risco de segurança.
A correspondência era com todo Brasil. No momento
esta atividade esta em banho Maria. Em
janeiro deste ano, recebemos em nossa cidade os grupos de Rio G. do Sul e da
Bahia, para orientação e coleta de dados em banco estático, e regulamentação.
Para participar entra em contato com o CEFEC (Centro
de Estudos de Foguetes Espaciais do Carpina) Caixa postal 91, Carpina, 55815-
100; ou pelo nosso e-mail felixcarpina@yahoo.com.br.
Fone: 81-3621-0306, 9201-3240. Este trabalho foi iniciado 1987.
Foguetes Educativos
Kit Educativo do Professor Félix
BRAZILIAN
SPACE: Prof. Félix é sabido que existe uma necessidade enorme de formar novos profissionais para o Programa Espacial Brasileiro. Atualmente existe o curso de Engenharia Aeroespacial no ITA, na UFMG, na UFABC
e a partir de 2012 na UnB, além da possibilidade de se instalar esse curso na
UFRN e na UFMA. Existe algum estudo por parte de alguma universidade pernambucana nesse sentido?
PROF. FÉLIX SANTANA: Esta é uma iniciativa
louvável que deve ter todo apoio. No entanto, a preparação desta mão de obra
deveria acontecer mais cedo. Nos países como USA, França, China, Rússia, Japão,
Canadá, Holanda, etc, foi criado um programa educativo para o ensino médio onde
os estudantes têm iniciação com os conceitos básicos desta tecnologia. Ao
entrarem nas universidades já estão prontos para um programa de pesquisa. A
criação de programas de orientação técnica, criação dos Spacecamps e a inclusão
no currículo escolar desta atividade ajudariam bastante. O Brasil tem uma
defasagem de 30 anos neste setor vital para descobrimento de novos talentos e para
a formação da mão de obra do PEB.
Não conheço nenhuma iniciativa para abertura de
curso em Pernambuco, no entanto tem varias atividades de pesquisa que serão integradas
ao PEB, assim com já tiveram algumas participações em lançamento do VSB -30.
BRAZILIAN
SPACE: Prof. Félix, atualmente o NTA do Prof. Marcos
Luna está envolvido com o Prêmio N-Prize e planeja lançar no final de junho do
ano que vêm o foguete LUNA 1. Qual é a sua participação nesse projeto e sua
expectativa?
PROF. FÉLIX SANTANA: No inicio do trabalho, o Marcos
solicitou informação para este tipo de evento. Listamos uma serie de trabalhos,
procedimento que envolve uma atividade com o N-Prize requer. Naquela ocasião
lembramos a necessidade de conhecimento, material especifico, pessoal com
informação para o trabalho, disponibilidade orçamentária. Tivemos alguns contatos, mas não tenho
conhecimento do desenvolvimento do trabalho no momento atual. Estas informações somente o NTA poderá
fornecer.
Professor Félix com estudantes em Bezerros (PE)
Professor Félix com o Professor Marcos Luna (NTA)
e a Drª Rosaly Lopes (NASA) em Bezerros
Professor Félix na Base de Lançamento de Foguetes
Drª Rosaly Lopes em Bezerros
BRAZILIAN
SPACE: Prof. Félix, qual a mensagem que o senhor deixaria
para os jovens que estão ou pretendem algum dia trabalharem com as atividades
espaciais no Brasil?
PROF. FÉLIX SANTANA: E um campo novo no Brasil,
embora esta atividade já tenha 50 anos. Prepara-se nas escolas e universidades;
parcipar de eventos e congresso, fazer estágios nas empresas direcionados para
o trabalho no espaço, manter contato e realizar trabalhos com as entidades de
pesquisa como INPE e IAE, fazer um estudo das teses e dissertação de mestrado e
doutorado do ITA.
BRAZILIAN
SPACE: Finalizando Prof. Félix, sendo o senhor um
profissional do setor, qual é a sua expectativa com relação ao desempenho do
governo DILMA no setor espacial?
PROF. FÉLIX SANTANA: No Brasil os investimentos em pesquisa e educação
não correspondem à necessidade para o desenvolvimento do setor. O apoio técnico
e financeiro as entidades envolvidas no setor, proporcionar evento para
despertar os jovens para o trabalho no setor, regulamentar as atividades no
setor amadorístico, promover encontros, cursos, incentivar financeiramente as
universidades, molhar os salários dos servidores da área, procura e incentivar
recursos humanos para o PEB. Cumprir as
promessas de investimento, não ficar só nas palavras.
É tão bom ver pessoas que tentam ainda convencer os jovens a participar do programa espacial Brasileiro, só que acho difícil, realmente precisão de uma impulsão, porém os jovens só querem saber de rede social, beber para se impressionarem entre si. Eu ja tomei minha decisão, estou estudando para isso! Trabalharei no Programa espacial Brasileiro.
ResponderExcluirJá projeto pequenos foguetes, mas nenhum saiu do papel pelo mesmo motivo citado pelo doutor, falta interesse o financeiro não ajuda, não existe apoio nenhum hoje nessa area, você fala aos outros que irá fazer um foguete riem da sua cara.
att Lucas Duarte
Olá Lucas!
ResponderExcluirQue bom amigo, o programa precisa de pessoas com esse entusiasmo para que o mesmo continue num rumo de desenvolvimento apesar da falta de atitude do governo. Desde já lhe parabenizo por esse espírito desejando-lhe sucesso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
É com grande prazer que faço esse singelo comentário sobre o profº José Félix (meu tio) parabenizando-o pelo seu pioneirismo, coragem e deidcação em levar aos jovens estudantes o fascínio das pesquisas espacias.
ResponderExcluirTio Félix, parabéns por seu trabalho, essa vitória é sua!! Abração! Erick
Olá Erick!
ResponderExcluirEndosso suas palavras, o seu tio é realmente uma pessoa como poucas.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)