Cientistas Exploram Conexões Entre Astronomia e Biologia
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (04/01) no site da
“Agência FAPESP” destacando que cientistas exploraram de 11 a 20 de dezembro conexões
entre a Astronomia e a Biologia durante a realização do “São Paulo Advanced School of Astrobiology – Making Connections
(SPASA 2011)”.
Duda Falcão
Especiais
Cientistas Exploram Conexões
Entre Astronomia e Biologia
Por Fábio de Castro
04/01/2012
Escola São Paulo de Ciência
Avançada reuniu 160
cientistas e
estudantes do
Brasil e do exterior para debater
os mais recentes avanços do
conhecimento no campo
emergente da Astrobiologia
|
Agência FAPESP – Os mais
de 160 pesquisadores, docentes e estudantes que participaram da São Paulo
Advanced School of Astrobiology – Making Connections (SPASA 2011), entre os
dias 11 e 20 de dezembro de 2011, puderam debater os avanços mais recentes da
astrobiologia, uma nova área que busca respostas para algumas das mais
complexas questões científicas da atualidade.
Interface
entre a astronomia e a biologia, a astrobiologia é uma área essencialmente
multidisciplinar que aborda questões como a formação e detecção de moléculas
pré-bióticas em planetas e no meio interestelar, a influência de eventos
astrofísicos no surgimento e na manutenção da vida na Terra e a análise das
condições de viabilidade da vida em outros planetas ou satélites – em especial
a vida microbiana.
O evento,
realizado na capital paulista no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada
(ESPCA) – modalidade de apoio da FAPESP –, foi organizado pelo Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São
Paulo (USP), sob a coordenação do professor Jorge Horvath.
O comitê
local responsável pelo evento foi coordenado pelos pesquisadores em astrobiologia
Douglas Galante, Roberto Costa (IAG-USP) e Ramachrisna Teixeira (IAG-USP),
do IAG-USP, Fabio Rodrigues, do Instituto de Química da USP, Rubens Duarte, do
Instituto Oceanográfico da USP, Laura Paulucci, da Universidade Federal do
ABC (UFABC) e Ivan Glaucio Paulino-Lima, da NASA Ames.
De acordo
com Galante, o evento contou com 33 palestrantes do Brasil, Estados Unidos,
Reino Unido, Chile, Colômbia, México, Alemanha e Rússia. Entre os estudantes,
participaram 130 astrônomos, biólogos, geólogos, químicos, físicos e
engenheiros de 26 países diferentes, sendo 80 deles com financiamento completo
da ESPCA, 20 com financiamento parcial e 30 como ouvintes.
“Foi um
evento muito intenso e proveitoso, que entusiasmou tanto os alunos como os
palestrantes. O objetivo central da escola era fornecer uma visão geral da
astrobiologia e enfatizar a necessidade de estabelecer interconexões – entre as
diversas áreas do conhecimento, mas também entre pessoas de diversas formações
– para que se possa tratar de questões tão complexas como a origem da vida”,
disse Galante à Agência FAPESP.
As palestras
de abertura do evento foram apresentadas pelo brasileiro Marcelo Gleiser, do
Dartmouth College (Estados Unidos), e por Steven Dick, professor aposentado de
astrofísica do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian
(Estados Unidos), que atuou como historiador-chefe da NASA, a agência espacial
norte-americana.
“Gleiser
falou sobre a ligação entre a astrobiologia e a cosmologia, ciência que estuda
a origem e a evolução do Universo. Dick apresentou um panorama da perspectiva
norte-americana do desenvolvimento da astrobiologia”, disse Galante.Nos outros
dias do evento, durante as manhãs, os diferentes conteúdos foram desenvolvidos
em minicursos com perspectivas amplas sobre astronomia, geologia, química e
biologia.
“Procuramos
fazer com que os palestrantes mostrassem as interconexões entre essas áreas.
Por exemplo, a formação dos planetas foi explicada a partir do ponto de vista
da astronomia, depois foi mostrado como os planetas se desenvolveram na
perspectiva da geologia e em seguida foi mostrado como se produziam as
condições químicas para a origem da vida”, contou.
A idéia era
que os estudantes percebessem que todos os temas tinham uma unidade e que a
complexidade dos temas envolvidos com a origem da vida só pode ser abordada a
partir das conexões entre diferentes disciplinas e entre pessoas das várias
áreas.
“Durante as
tardes, tivemos palestras sobre tópicos mais específicos – cada professor falou
sobre aspectos mais pontuais de seus estudos. Assim, os alunos puderam aplicar,
à tarde, em tópicos específicos, o conhecimento discutido a partir do panorama
mais geral apresentado pela manhã”, explicou Galante.
Grupos Focais de Pesquisa
Além dos
minicursos e palestras, os alunos participaram de outra atividade: os grupos
focais de pesquisa. Os estudantes foram divididos em grupos interdisciplinares
de oito ou nove pessoas, que deveriam apresentar, no fim da semana, um projeto
de pesquisa completo. O resultado deveria ser apresentado em 10 minutos e os
próprios alunos foram encarregados de eleger os melhores trabalhos.
“Cada grupo
deveria desenvolver todo o projeto, desde a escolha do tema até a redação e a
apresentação, incluindo a proposta de um cronograma de trabalho e uma previsão
de custos”, disse Galante.
“A idéia é
que os alunos de diversas áreas fizessem um exercício de integração
multidisciplinar e ao mesmo tempo tivessem um treinamento em redação,
apresentação e julgamento de um projeto de pesquisa – que é algo que eles
deverão fazer durante toda a sua vida profissional”, disse.
Os três
primeiros colocados no concurso terão seus projetos transformados em artigos
científicos que serão publicados na revista Astrobiology. Os
palestrantes, por sua vez, deverão transformar suas apresentações em artigos
científicos que irão compor uma edição especial do International Journal of
Astrobiology.
“Durante a
escola também tivemos apresentações de pôsteres. Os alunos tiveram a
oportunidade de ver seus trabalhos comentados e avaliados por alguns dos
principais pesquisadores da área”, relatou Galante.
O evento
contou também com uma visita ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS),
em Campinas (SP). Segundo Galante, os palestrantes se impressionaram com as
instalações do acelerador de partículas e vários participantes se interessaram
por fazer ali seus pós-doutorados.
A
programação contou ainda com uma palestra sobre o futuro do programa espacial
brasileiro, apresentada por Thyrso Villela, pesquisador da Divisão de
Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e diretor de
Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Os
participantes fizeram também uma visita ao Parque Estadual Turístico do Alto
Ribeira (PETAR), no sul do Estado de São Paulo, onde foram apresentadas
palestras sobre a vida e a geologia das cavernas do local, segundo Galante. “A
previsão é que façamos uma nova escola dentre de dois anos”, disse.
Mais
informações: www.astro.iag.usp.br
Fonte: Site da Agência FAPESP
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