INPE Instala 'Supercâmeras' para Monitorar Raios no Vale

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (15/01) no site do jornal “O VALE” destacando que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) instalou ‘Supercâmeras’ para monitorar raios na região do Vale do Paraíba.

Duda Falcão

NOSSA REGIÃO

INPE Instala 'Supercâmeras'
para Monitorar Raios no Vale

Meta é avaliar condições e densidade das descargas para,
no futuro, sugerir sistemas que reduzam riscos e prejuízos

Chico Pereira
São José dos Campos
January 15, 2012 - 02:00

Cláudio Vieira

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, iniciou neste mês estudo inédito sobre raios no país.

O trabalho, coordenado pelo ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do INPE, monitora, com câmeras de vídeo de alta resolução, toda a região de São José.

São três câmeras posicionadas estrategicamente na cidade que cobrem toda a área urbana e zona rural. Os equipamentos operam 24 horas e são acionados automaticamente.

O novo sistema é denominado de RAMMER (Rede Automática Multicâmeras para Monitoramento e Estudos de Raios).

As câmeras registram a formação de tempestades, gravam a ocorrência das descargas atmosféricas, inclusive entre as nuvens.

“É um trabalho pioneiro que possibilitará compreender melhor o fenômeno e no futuro ajudará a prevenir acidentes e prejuízos ocasionados pelos raios”, afirmou Osmar Pinto Júnior, coordenador do ELAT e do trabalho em desenvolvimento.

Posicionamento - As câmeras foram instaladas na UNIVAP(Universidade do Vale do Paraíba), no bairro Urbanova, região oeste da cidade, em uma torre de uma emissora de televisão, na região leste, e no IEAv (Instituto de Estudos Avançados), do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), na zona sul.

A campanha de monitoramento das descargas atmosféricas será realizada até o final do verão, em março, período de maior ocorrência do fenômeno atmosférico.

“Após o término da campanha, começaremos analisar os dados e as imagens coletadas”, disse o especialista.

Região - O Vale do Paraíba é uma região propícia para o registro do fenômeno, segundo explicou Pinto Júnior.

Por estar posicionado entre duas cadeias de montanhas, Serra da Mantiqueira e Serra do Mar, o Vale do Paraíba é uma das regiões do país onde a freqüência do fenômeno é maior, segundo Pinto Júnior.

“Além disso, os sistemas frontais que sobem do Sul para o Sudeste também colaboram para a ocorrência de raios. Estes sistemas trazem ar frio que, ao se chocar com o ar quente sobre a região Sudeste, provoca tempestades”, disse.

Densidade - Balanço do ELAT sobre a densidade de ocorrência de raios entre 2009 e 2010 aponta que em São José dos Campos foram registrados 7,86 raios por quilômetro quadrado no período.

Na região, Jacareí é a cidade que possui maior densidade de ocorrência do fenômeno. No período pesquisado pelo ELAT, foram registrados 12,84 raios por km2/ano.

Vítimas - Anualmente, segundo dados do ELAT, de cada 50 pessoas que morrem no mundo vítimas de raios, uma é do Brasil. No período 2000 a 2009 foram registradas 1.321 vítimas fatais por raios, média de 130 pessoas por ano.

MONITORAMENTO

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São José dos Campos - O Brasil caminha para ser, junto com os Estados Unidos, um dos países que melhor monitora raios no mundo.

O projeto de monitoramento de descargas atmosféricas em fase de implantação no Brasil pelo ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do INPE, deve ser concluído até o final do primeiro deste semestre.

No momento, já foram implantados 23 sensores que cobrem toda a região Sudeste. Em dezembro de 2011, teve início a instalação de sensores no s no Sul, Centro-Oeste e Nordeste, regiões que devem estar integralmente cobertas até julho de 2012.

Essa rede terá 60 sensores quando estiver totalmente concluída, segundo informou o coordenador do ELAT, Osmar Pinto Júnior.

O especialista relatou que a rede terá condições de cobrir parte da região Norte.

Para a implantação do sistema, estão sendo investidos cerca de R$ 13 milhões. Recursos públicos e privados.

“Contamos com a colaboração de empresas do setor elétrico, um dos que registram maior prejuízos por causa dos raios”, disse Pinto Júnior.

Segundo ele, somente o setor elétrico registra anualmente prejuízos de cerca de R$ 600 milhões. As descargas atmosféricas provocam problemas na distribuição e na transmissão de energia elétrica.

“Com o monitoramento e estudos que serão realizados a partir dos dados coletados pela rede em implantação, poderemos desenvolver mecanismos para melhorar a prevenção ao fenômeno”, disse o especialista do ELAT.


Fonte: Site do jornal “O VALE” - 15/01/2012

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