Contagem Regressiva
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na edição de (dezembro
e janeiro) do encarte “ABCD Inova” do jornal “ABCD Maior” de São Bernardo do
Campo (SP), destacando o suposto novo momento positivo vivido pelo Programa Espacial
Brasileiro principalmente na área de satélites.
Duda Falcão
ESPECIAL - POLÍTICA ESPACIAL
Contagem Regressiva
Demorou, mas finalmente o país vai entrar na corrida
espacial
Maurício Thuswohl
ABCD Inova
O Brasil se ressente da ausência de uma política espacial
e de investimentos que alavanquem o setor e capacitem a indústria nacional. O
início da produção de um satélite geoestacionário, que deverá ficar pronto até
2014 para operar na Copa do Mundo, e acordos internacionais acenam com a
reversão desse quadro.
Economia emergente, nação que reivindica um assento entre
as grandes do Conselho de Segurança da ONU e que sediará eventos internacionais
como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, o Brasil não possui em operação um satélite
orbital produzido no país ou controlado por seu governo. Desde que a Embratel
foi privatizada em 1998, durante a gestão do presidente Fernando Henrique
Cardoso, todas as comunicações governamentais, inclusive na área de defesa,
passaram a ser realizadas por satélites controlados por empresas privadas.
Empenhado em reverter essa realidade, o governo se
movimenta em várias frentes para tentar colocar satélites brasileiros em órbita.
Entre as novidades previstas estão o lançamento de um satélite geoestacionário
em 2014, a revitalização do acordo com a Ucrânia para a utilização da Base de
Lançamentos de Alcântara, no Maranhão – localizada a cerca de 20 quilômetros da
capital, São Luiz -, e a retomada de programas conjuntos entre a Agência
Espacial Brasileira e a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa.
A notícia mais aguardada pela presidente Dilma Rousseff,
entretanto, é mesmo a do início da produção pelo Brasil de um satélite do tipo
geoestacionário (permanece parada relativamente a um ponto fixo na Terra) que
deverá ser utilizado nas telecomunicações em geral e na defesa nacional,
inclusive no controle do espaço aéreo. Se ficar pronto até 2014, como pretende
a presidente, o satélite poderá operar durante a Copa do Mundo. Por esse
motivo, a tarefa é encarada como fundamental dentro do programa. Uma proposta de
viabilidade técnica e econômica do satélite geoestacionário brasileiro –
elaborada conjuntamente pelos Ministérios da Defesa, das Comunicações e da
Ciência, Tecnologia e Inovação – está com Dilma Rousseff desde o início de
outubro.
“O primeiro satélite geoestacionário brasileiro será
lançado em 2014, e o segundo até 2018. A construção do primeiro satélite já tem
recursos alocados de projeto de lei – cerca de R$ 55,7 milhões – e o total de
R$ 716 milhões está previsto no Plano Plurianual 2012-2015”, informa o ministro
das Comunicações, Paulo Bernardo. O governo quer que o primeiro satélite seja
utilizado em conjunto com a rede da Telebrás para a implantação da transmissão
de dados em banda larga e da tecnologia de 450 megahertz em todo o Brasil.
“O novo satélite
propiciará o
atendimento de 24,4
milhões de pessoas
na área rural, além de
atingir 1.283 sedes
de municípios fora da
abrangência da rede
terrestre da Telebrás.
As regiões que mais
se beneficiarão com
o satélite são as que
sofrem, hoje, a maior
carência de acesso
em banda larga, em
especial, o Oeste do
Amazonas, o Sul do
Pará, o interior do
Nordeste e algumas
zonas do Centro-Oeste.
Todo o Brasil será
coberto”
PAULO BERNARDO,
Ministro das Comunicações
Paulo Bernardo espera que a entrada em operação do
satélite tenha impacto positivo sobre as telecomunicações no país: “O novo
satélite propiciará o atendimento de 24,4 milhões de pessoas na área rural, além
de atingir 1.283 sedes de municípios fora da abrangência da rede terrestre da
Telebrás. As regiões que mais se beneficiarão com o satélite são as que sofrem,
hoje, a maior carência de acesso em banda larga, em especial, o Oeste do
Amazonas, o Sul do Pará, o interior do Nordeste e algumas zonas do Centro-Oeste.
Todo o Brasil será coberto”, diz o ministro.
A possibilidade de utilizar o satélite geoestacionário
como mais um instrumento para impulsionar o Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL) também é vista com entusiasmo pelo governo: “O satélite é parte do PNBL
e será operado pela própria Telebrás, com o qual complementará a sua infraestrutura
de fibras ópticas e rádios terrestres. Trata-se de um importante instrumento na
massificação da banda larga para regiões remotas e de baixa densidade populacional”,
acrescenta Paulo Bernardo.
TECNOLOGIA ESPACIAL
Através de sua assessoria, o ministro da Defesa, Celso
Amorim, confirma a intenção do governo federal em eliminar todo o controle de
empresas privadas sobre as comunicações do setor. “A idéia é manter as
comunicações da Defesa, por satélite, totalmente controladas pelo governo. Esta
mudança começará com o lançamento do primeiro satélite geoestacionário do
governo”, afirma o ministro.
Segundo ele, a entrada em operação do satélite
geoestacionário trará boas mudanças para segurança em geral e o controle do
espaço aéreo brasileiro: “O lançamento do satélite permitirá o seu total
controle por uma empresa estatal, o que é importante para defesa nacional, e
representará ainda um aumento de sua capacidade nas comunicações em Banda X, de
uso exclusivo militar. Em função da maior potência do novo satélite, serão possíveis
também comunicações em Banda X com estações equipadas com antenas de menor
porte. Juntamente com a Banda X, serão possíveis ainda comunicações em Banda
Ka, permitindo levar a banda larga na internet a localidades hoje não
assistidas com segmento terrestre”.
Para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a
construção de satélites pelo governo brasileiro será uma grande oportunidade de
promover transferência de tecnologia espacial para o país. Ao levar a proposta
de viabilidade do satélite geoestacionário à presidente Dilma, o ministro
Aloizio Mercadante destacou suas expectativas quanto às possibilidades de
geração de empregos e capacitação da indústria nacional trazidas pelo projeto.
A coordenação de produção dos satélites geoestacionários
nacionais caberá à Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão subordinado ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: “Serão dois satélites. No
primeiro, toda a organização será feita a partir de especificações funcionais
fornecidas por um comitê técnico formado por pessoal do governo. Esse comitê fará
toda a arquitetura industrial do satélite”, explica o presidente da AEB, Marco
Antônio Raupp.
NOVA EMPRESA ESTATAL
A estruturação do projeto do satélite geoestacionário foi
feita de maneira a entregar a uma empresa nacional toda a gestão do processo
produtivo: “O fato de o satélite ficar sob a gestão do governo e de uma empresa
nacional nos dá a garantia de que vai ser executada a política de trazer o
máximo possível de tecnologia para o Brasil, dentro de nossa capacidade e sem
comprometer a necessidade que o país tem de um satélite funcionando num prazo
adequado. Como não temos capacidade em certas áreas, o prazo pode ser muito
longo, se for contratado tudo aqui no Brasil, e isso não nos interessa. Essa é
uma solução que vai criar também oportunidades para as empresas nacionais
investirem, se capacitarem e cada vez irem aumentando mais sua participação de
um projeto para o outro”, diz Raupp.
A empresa gestora dos satélites brasileiros deverá nascer
de uma sociedade entre a Embraer e a Telebrás: “Terá capacidade de fazer
contratações junto a empresas nacionais e internacionais. Essa capacidade de
articular será fundamental, com uma empresa de porte que possa assumir a
responsabilidade do sistema integral. A Embraer faz assim para construir aviões.
A empresa tem um projeto, contrata as partes aqui e no exterior, faz a
integração aqui e está aí o avião. Esse é o procedimento industrial habitual,
por isso a Embraer foi trazida também para área de satélites. Já tem expertise em questões de integração de
sistemas complexos e experiência com empresas internacionais”, avalia o
presidente da AEB.
Raupp espera que a participação da indústria brasileira
no setor de satélites cresça rapidamente nos próximos anos: “Contratar as
partes fora ou dentro do Brasil é uma questão que será planejada em função da
nossa capacitação. Em um primeiro momento, de menor capacitação, vai ser
contratado menos aqui e mais no exterior. Mas, já no segundo satélite
geoestacionário, o que se prevê é que isto se inverta”, diz.
Exemplo do processo é o Programa China-Brazil Earth
Resources Satellite (CBERS), satélite de recursos terrestres, parceria com a
China e o primeiro projeto do país no setor. “O CBERS, responsabilidade de dois
países, começou com 30% da produção feita aqui no Brasil e 70% na China. Hoje
está na base de 50% para cada país. À medida que as empresas e a indústria
nacional forem se capacitando, aumentarão seu nível de participação”.
Além do satélite geoestacionário, o Plano Plurianual
2012-2015, que fixa diretrizes e metas para os investimentos do governo nesse
período, prevê o desenvolvimento de mais dois satélites em parceria com a
China: o CBERS 3, que deverá ficar pronto em 2012, e o CBERS 4, previsto para
2016. E, para os anos seguintes, são indicados projetos a serem desenvolvidos
com os Estados Unidos (satélite para precipitações, previsto para 2020) e com a
Alemanha (satélite radar, previsto para 2021) ou exclusivamente com tecnologia
brasileira (satélite Lattes para 2017 e satélite Sabia-Mar para 2021).
FALTAM INVESTIMENTOS
Apesar das metas anunciadas, há quem considere que o
Brasil continua muito aquém de onde poderia estar em termos de política
espacial. Segundo a Consultoria Legislativa da área de ciência e tecnologia da
Câmara dos Deputados, o gasto com o lançamento de satélites representa somente
cerca de 10% do que gastam outros países emergentes, como Índia e China: “Não
se faz nada sem dinheiro, e os recursos são mínimos, não correspondem ao
discurso do governo”, afirma Fernando Rocha, consultor da Câmara. Diz ele que,
pelo PPA 2012-2015, são previstos para política espacial brasileira R$ 2,2
bilhões. “No entanto, segundo o que já foi divulgado amplamente pela imprensa,
só em infraestrutura para Copa do Mundo serão gastos cerca de R$ 33 bilhões. A
comparação já é suficiente para verificarmos que o Programa Espacial Brasileiro
não é prioritário para o governo. Tanto é que os investimentos no setor aparecem
na 44º nas prioridades do PPA”.
BASE DE ALCÂNTARA
Em relação ao acordo com a Ucrânia para a utilização da
Base de Alcântara, o presidente da AEB, Marco Antonio Raupp, admite que o
governo brasileiro tinha dúvidas em como conduzir o processo: “Uma delas porque
havia muito pouca transferência de tecnologia, que não é permitida pelo acordo
de salvaguardas entre os dois países. Outra razão é que a participação do
Brasil e da Ucrânia na capitalização da empresa binacional estava desbalanceada”,
explica Raupp.
A solução, no entanto, parece ter sido encontrada: “Orientados
pelo ministro Mercadante, negociamos acordos de colaboração tecnológica entre a
AEB e a agência espacial ucraniana fora do âmbito do programa. Dentro do
programa, é proibido ter transferência de tecnologia. mas nó teremos cooperações
tecnológicas em outras áreas. Isso nos
satisfaz no que diz respeito a agregar tecnologia às organizações brasileiras
empresariais, industriais ou órgãos tecnológicos do governo. Que todos ganem em
tecnologia nesse processo de colaboração entre os dois países”, diz Raupp.
Com o compromisso assumido pela Ucrânia de complementar
sua participação financeira na criação da ACS, a produção do foguete e do
satélite em parceria com os ucranianos, segundo o Raupp, é uma questão de tempo:
“Superados esses dois problemas, o governo quer levar às ultimas conseqüenciais
esse projeto e fazer todos os investimentos que precisam ser feitos na Base de
Alcântara. Não só investimentos em obras civis ou de infraestrutura, mas também
em obras mais tecnológicas e em toda construção de equipamentos de solo para
termos condições de fazer esses lançamentos a partir de lá. Então, estamos em
pleno desenvolvimento, nós retornamos isso com força”, afirma o presidente da
AEB.
O primeiro passo, já executado, segundo a AEB, foi à
criação de um consórcio entre as empresas Odebrecht e a Camargo Correa para a
execução da infraestrutura civil da base.
Em relação ao acordo firmado com a Nasa, Raupp reforça o
desejo do governo de desenvolver juntamente com os Estados Unidos um satélite
para operar no sistema GPM: “Temos interesse em várias cooperações tecnológicas
com a Nasa na área de satélites científicos e satélites de aplicações, e um
deles é o GPM. Queríamos fazer junto com eles um satélite que se incorporasse ao
sistema GPM e que passasse sobre o território nacional para ter informações
mais específicas sobre a nossa região”, diz o presidente da AEB, antes de
reconhecer que “a Nasa não tomou ainda a decisão de que é possível fazermos uma
parceria”.
Existe, entretanto, a esperança de que o satélite brasileiro
em parceria com os Estados Unidos vire realidade nos próximos anos: “Quando começarem
a funcionar esses satélites japoneses e americanos, o que está previsto para o
início de 2012, os acordos já firmados com a Nasa relativos aos satélites de
aplicação servirão para que o Brasil utilize os dados que eles vão levantar.
Foi feita também uma declaração de princípios, segundo a qual vamos estudar a
possibilidade de produzir um satélite que se agregaria ao sistema GPM para
termos informações mais efetivas para o nosso uso”, diz Raupp. O cronograma
estabelecido para as negociações sobre o desenvolvimento do satélite com a Nasa
prevê, segundo o governo, a criação de uma comissão binacional para levantar os
custos totais do projeto e planejar a divisão do trabalho de produção e da
responsabilidade de cada país.
TECNOLOGIA DEFASADA
Uma das principais críticas ao acordo firmado para o uso
de Alcântara é que a tecnologia a ser transferida pela Ucrânia estaria
ultrapassada e utilizaria “sucatas” do período soviético. Consultor da área de
ciência e tecnologia da Câmara dos Deputados, Fernando rocha relativiza o
problema: “Em termos de desenvolvimento a tecnologia soviética, que foi herdada
pela Ucrânia, está indiscutivelmente em um patamar inferior à dos norte-americanos.
Mas, mesmo com essa defasagem, são os ucranianos que estão colocando gente,
equipamentos e materiais na estação espacial. A tecnologia é defasada, mas
funciona. E para quem não tem nada, como o Brasil, será vantagem receber essa
tecnologia, que pode não ser a mais nova, mas está à frente da nossa”, concluiu.
As tentativas de acordo com a Nasa, por sua vez, são
vistas com mais desconfiança pelo consultor: “Tenho medo dos acordos que o
Brasil celebra, porque ao longo dos anos temos feito alguns acordos de longo
prazo sempre limitando a nossa autonomia tecnológica, o nosso desenvolvimento
na seara espacial e até mesmo a nossa soberania”. Diz Rocha, no entanto,
defende a aproximação com os Estados Unidos: “Ainda que exista por parte do
governo dos Estados Unidos uma política de óbices ao nosso desenvolvimento
espacial, e isso é patente, não adianta batermos de frente com eles, porque, se
conseguirmos desenvolver alguma indústria nessa área, o mercado norte-americano
provavelmente será o nosso maior comprador”.
PARCERIAS COM EUA E UCRÂNIA
O estabelecimento de parcerias com países detentores de
acumulo tecnológico significativo na área espacial é o caminho escolhido pelo
Brasil para desenvolver novos projetos visando o lançamento de satélites
nacionais.
Uma dessas parcerias é o acordo firmado com a Ucrânia
para a utilização da Base de Lançamento de Alcântara. Os dois países se
comprometem a lançar até 2013 o foguete Cyclone-4 que está sendo desenvolvido
conjuntamente e servirá para colocar em órbita um satélite estratégico a ser
utilizado pelos governos brasileiro e ucraniano.
Uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS),
foi criada em 2006 para levar adiante a parceria, mas o projeto caminhava a
passos lentos, por conta das turbulências político-eleitorais vividas pela
Ucrânia nos últimos anos. Ate meados de 2011, o governo ucraniano havia honrado
somente R$ 98 milhões da contribuição esperada de R$ 259 milhões para a
construção do Cyclone-4, cujo o custo total é estimado em R$ 518 milhões (a
outra metade bancada pelo Brasil).
No entanto, na visita do presidente da Ucrânia, Viktor
Yanukovych, ao Brasil, em 2010, ele garantiu que seu país vai complementar “em
um curto espaço de tempo” o investimento que lhe cabe no projeto binacional.
Para lançar novos satélites produzidos no país, o Brasil
busca também parceria com os Estados Unidos. Nesse caso, o objetivo do governo
brasileiro é convencer a National Aeronautics and Space Administration (Nasa) a
desenvolver conjuntamente com a Agência Espacial Brasileira (AEB) um satélite
para integrar o Programa de Medição de Precipitação Global (GPM, na sigla em
inglês). Coordenado pelos Estados Unidos e pelo Japão, o GPM será composto por
uma rede de satélites de baixa órbita, que terão a função de analisar as mudanças
climáticas e meteorológicas em diversos pontos do planeta, com o objetivo de
aumentar o nível de acerto das previsões do tempo e tornar mais rápidos e
eficientes os alertas em casos de tempestades ou outros desastres ambientais.
Também no final de outubro passado, o Brasil recebeu a
visita do ex-astronauta e diretor da Nasa Charles Bolden. Após conhecer os
laboratórios do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José
dos Campos (SP), Bolden assinou dois termos de cooperação entre a Nasa e a AEB,
mas não ainda o esperado compromisso formal dos Estados Unidos para produzir
com o Brasil um satélite para integrar o sistema GPM. Na estimativa
extraoficial do governo brasileiro, o custo do satélite ficaria em torno de US$
170 milhões, mas nenhuma cifra chegou a ser tratada com a Nasa.
O documento assinado com os Estados Unidos apenas prevê “o
estudo da viabilidade do desenvolvimento conjunto de um satélite para
constelação GPM”. Os outros pontos previstos no acordo são: estudos conjuntos e
disseminação dos dados do GPM no Brasil, estabelecimento e coordenação de
projetos conjuntos de pesquisa, organização de reuniões de equipes científicas
e de intercâmbio técnico relativo ao GPM, e a preparação de cientistas e
engenheiros para o planejamento de missões científicas conjuntas.
Cronograma dos Satélites em Órbita
2012 - SATÉLITE CBERS 3
(China)
>> Sensoriamento remoto e observação de território
2014 - SATÉLITE GEOESTACIONÁRIO
(Em aberto)
>> Telecomunicações
2016 - SATÉLITE CBERS 4
(China)
>> Sensoriamento remoto e observação de território
2017 - SATÉLITE LATTES
(Tecnologia nacional)
>> Pesquisa científica
2018 - SATÉLITE AMAZÔNIA 1
(Tecnologia nacional)
>> Pesquisa científica
2020 - SATÉLITE PARA SISTEMA GPM
(Estados Unidos)
>> Medição de precipitações
2021 - SATÉLITE RADAR
(Alemanha)
>> Controle de espaço aéreo e marítimo
2021 - SATÉLITE SABIÁ MAR
(Tecnologia nacional)
>> Pesquisa científica
Fonte: Site do jornal
“ABCD Maior” de São Bernardo do Campo (SP)
Comentário: Deixando
de lado os erros cometidos pelo autor dessa matéria, já disse o que penso disso
tudo e se o tripé aqui citado representa a grande esperança do governo para o nosso
programa espacial, estamos ferrados. Caro Fernando Rocha, parabenizo você pela
coragem de dizer a verdade no que diz respeito à discrepância do que o governo
propaga e o que o governo realmente faz em relação ao PEB. Entretanto, não sei
de onde você tirou a idéia que são os ucranianos que dão suporte ao programa da
ISS. Na realidade quem dá suporte é a ROSCOSMOS russa (com espaçonaves tripuladas
e de cargas), a ESA européia (com espaçonaves de cargas), a JAXA japonesa (com
espaçonaves de cargas) e os americanos até a aposentadoria dos Ônibus Espaciais no ano passado. Em momento algum, em hora nenhuma, a Ucrânia fez parte das nações integrantes
do Programa da ISS. No entanto, você está certo, a tecnologia ucraniana é defasada,
mas você esqueceu de dizer também que além disso ela é altamente tóxica (os motores do foguete Cyclone-4), e na realidade a comparação
deveria ser feita não com os americanos e sim com os russos, e mesmos assim,
eles estariam décadas atrás. Chamo atenção do leitor para o fato curioso de que
em momento algum foi citado o programa de foguetes em desenvolvimento pelo
DCTA/IAE. Para um bom entendedor, meia palavra basta, né verdade?
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