Satélites Mortos Estão Sobrecarregando a Órbita Com Detritos e Potencialmente Impactando o Campo Magnético da Terra

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Foto: NicoElNino/Alamy
"Atualmente, existem quase 10.000 satélites ativos e as empresas estão trabalhando o mais rápido possível para colocar... um projeto de 1 milhão nos próximos três ou quatro décadas."
 
No dia 16/04, um artigo publicado no site oficial do jornal britânico THE GUARDIAN alertou para os potenciais impactos dos satélites inativos em órbita terrestre no campo magnético da Terra.
 
De acordo com o artigo, quando um satélite inativo do tamanho de um caminhão reentra na atmosfera, ele se inflama com plasma e se fragmenta em poeira e detritos. Durante a reentrada, essa situação é comum com os satélites de serviço de internet. Com a previsão de lançamento de uma mega-constelação de satélites na década de 2030, espera-se que esse tipo de reentrada ocorra frequentemente, já que a manutenção da internet via satélite exigirá a constante substituição de milhares de satélites. Isso levanta preocupações sobre o potencial impacto dessas reentradas frequentes na nossa atmosfera e até mesmo na nossa magnetosfera.
 
Empresários espaciais veem os satélites descartáveis como uma oportunidade lucrativa, com planos de lançar dezenas de milhares de novos satélites nas próximas décadas. Dr. Jonathan McDowell, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, acredita que poderíamos ter até 100.000 satélites em órbita nos próximos 10 a 15 anos. No entanto, essa expansão da indústria espacial levanta preocupações sobre a quantidade crescente de lixo espacial e seu potencial impacto no ambiente espacial, que é muito mais complexo e delicado do que muitos imaginam.
 
O artigo destaca que o espaço não é um vazio inerte, mas sim um ambiente dinâmico que desempenha um papel crucial na manutenção da vida na Terra. A magnetosfera do nosso planeta, que nos protege de partículas carregadas e radiação nociva do espaço, pode ser afetada pelo acúmulo de lixo espacial. O autor do artigo, um físico de plasma especializado na intersecção da aeroespacial e da física, argumenta que o lixo espacial gerado por satélites comerciais pode comprometer nossa ionosfera e magnetosfera.
 
O acúmulo de materiais condutivos, como alumínio, provenientes dos satélites descartáveis, pode interferir com a magnetosfera da Terra, possivelmente alterando ou desviando nosso campo magnético. Esses materiais, ao se acumularem em grandes quantidades, poderiam afetar a integridade e estabilidade da magnetosfera, que é vital para a vida na Terra.
 
O autor expressa preocupação com a falta de atenção dada a esta potencial crise e sugere que a indústria espacial deve interromper os lançamentos de satélites até que sejam realizados estudos abrangentes para avaliar os impactos potenciais da poluição espacial na estratosfera e magnetosfera. Ele destaca a importância de proteger nossa magnetosfera, que é essencial para nossa sobrevivência e bem-estar.
 
Em conclusão, o artigo do THE GUARDIAN serve como um alerta sobre os possíveis perigos do rápido crescimento da indústria espacial e o acúmulo de lixo espacial em órbita terrestre. Ele destaca a necessidade urgente de pesquisa e monitoramento para entender e mitigar os impactos potenciais dessa poluição espacial na Terra e seu ambiente espacial.
 
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