Astrofísico Brasileiro Ajudou a Descobrir o Primeiro Buraco Negro Adormecido Fora da Via Láctea
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (04/08) no
site ‘Olhar Digital’, tendo como
destaque o astrofísico brasileiro ‘Leonardo
Andrade de Almeida’ que ajudou a
descobrir o primeiro buraco negro adormecido fora da Via Láctea.
Pois é amigos
leitores, mais um gol da pequena, ativa, eficiente e reconhecida
internacionalmente ‘Comunidade Astronômica Brasileira’, como alias
viemos destacando essas duas últimas semanas em nossa coluna de toda quintas-feiras
‘Espaço Semanal’.
É curioso até,
principalmente para os menos esclarecidos no assunto, entender com é que a Comunidade
Astronômica Brasileira consegue resultados consecutivos tendo o respeito de
toda Comunidade Internacional da área, e a Comunidade Espacial Brasileira
não, virando até ‘peça de chacota’ em sua própria sociedade, bem como em todo
mundo, né verdade?
Poderia aqui com
muita facilidade explicar o que ocorre em nosso ‘Patinho Feio’, bem como
num todo nesse Território de Piratas em que vivemos, pois esse fenômeno não
é de agora, e remota, creio eu, desde o inicio da República, quando então
a Sociedade da época falhou estrondosamente na formação dos alicerces para
a construção de uma nação de verdade baseada na formação cidadã, e quando não
se forma cidadãos se forma piratas.
Diante deste
universo tremendamente adverso amigos leitores, é muito curioso e gratificante observar
esse fenômeno que vem ocorrendo há pelo menos duas décadas nessa ‘bolha de desenvolvimento
científico e tecnológico’ que se tornou a pequena ‘Comunidade Astronômica
Brasileira’, onde parece que os seus profissionais são mesmos comprometidos em mostrar
resultados a sua ignorante sociedade.
E fiquem atentos
amigos leitores, pois em breve uma das novas áreas da Astronomia e da
Astrofísica será tema de uma ‘live especial’ que estamos preparando, talvez
para próxima semana.
PARABÉNS AO DR. LEONARDO ANDRADE DE ALMEIDA E A TODA
COMUNIDADE ASTRONÔMICA BRASILEIRA
Brazilian Space
CIÊNCIA E ESPAÇO
Conheça o Brasileiro Que Ajudou a Descobrir o Primeiro
Buraco Negro Adormecido Fora da Via Láctea
Por Flavia Correia
04/08/2022 - 15h48
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Buracos negros são regiões do
espaço com uma força gravitacional tão grande que nem a luz é capaz de escapar.
E se nem a luz, que é o movimento mais rápido que existe no universo, consegue se
livrar da fome incontrolável desses monstros cósmicos, daí podemos ter uma ideia de seu poder
de atração.
Recentemente, o mundo foi
presenteado com a primeira imagem real do buraco negro supermassivo central da
Via Láctea, chamado de Sagitário A*. Os buracos negros estão constantemente se
agitando à medida que as órbitas de gás fluem ao seu redor, no chamado
horizonte de eventos. No entanto, nunca foram registradas imagens em movimento
capazes de mostrar toda essa turbulência – algo que, um dia, a partir dessa
descoberta, os cientistas acreditam ser possível.
Não é à toa que o estudo dos
buracos negros fascina tanto os pesquisadores do cosmos. Todo o mistério em
torno desses fenômenos torna irresistível o desejo por descobrir cada vez mais
e poder desvendar cada um dos segredos que eles escondem.
Imagem: Arquivo pessoal
Leonardo Andrade de Almeida é o cientista brasileiro que ajudou na descoberta do primeiro buraco negro adormecido fora da Via Láctea. |
O professor da Universidade
Federal do Rio Grande (UFRN) e docente dos Programas de Pós-Graduação em Física
da UFRN e da Universidade do Estado do Rio Grande (UERN), Leonardo Andrade de
Almeida, mestre e doutor em Astrofísica pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), é um dos milhares de cientistas espalhados pelo mundo que
anseiam por isso.
E ele já tem mais um motivo
para se orgulhar, além do admirável currículo, que conta com passagens por
importantes instituições de ensino e pesquisa do Brasil e do exterior, como a
Universidade Johns Hopkins e o Space Telescope at Science Institute, nos EUA, e
o Observatório Real de Edimburgo, no Reino Unido.
Almeida é o primeiro autor de
um estudo, publicado em 2017 na revista científica Astronomy & Astrophysics, que foi o artigo
inicial do projeto “The Tarantula Massive Binary Monitoring” liderado
pelo Ph.D. em Astrofísica Hugues Sana, e que tem como objetivo estudar em
detalhes 100 sistemas binários compostos pelas estrelas mais massivas da região
da Nebulosa da Tarântula, na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia vizinha à Via
Láctea.
Descoberta de Buraco Negro Adormecido Reuniu Quase 20 Anos de Observações
Essas investigações levaram à
descoberta do sistema VFTS 243, que contém o primeiro buraco negro de massa
estelar “adormecido” a ser detectado fora da nossa galáxia. Em entrevista ao Olhar
Digital, Almeida contou como foi a sua contribuição para esse incrível
achado.
“Nosso artigo reportou 51
sistemas binários espectroscópicos de linha única – sistemas de duas
componentes, mas com assinatura em linhas espectrais, ou ‘sinais
eletromagnéticos’, de apenas uma delas – encontrados na amostra de 100
binárias”, explicou o pesquisador.
Animação mostra o sistema
binário VFTS 243, que é composto por uma estrela 25 vezes mais pesada que a
nossa e um buraco negro que tem pelo menos nove vezes a massa do Sol.
Segundo ele, foi a partir
desses resultados que o pós-doutor em Astrofísica Tomer Shenar e seus
colaboradores aplicaram o método do desembaraçamento espectroscópico, que é
usado para separar as contribuições das duas componentes de um sistema binário.
“O objetivo era, então, caracterizar a componente invisível dos 51 sistemas, e
o VFTS 243 foi o único a não apresentar nenhuma assinatura proveniente da
componente escondida”.
Na pesquisa, foram usados dados
de espectroscopia captados pelo Very Large Telescope (VLT), do Observatório
Europeu do Sul (ESO), obtidos entre outubro de 2008 e março de 2014, além de
dados fotométricos do projeto Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE),
coletados ao longo de 19 anos (entre 2001 e 2020).
Imagem: John A Davis –
Shutterstock
A Grande Nuvem de Magalhães,
uma das galáxias mais próximas da Via Láctea, onde foi descoberto o sistema
VFTS 243. |
“O diferencial desse estudo
está na análise realizada com esses dados”, diz Almeida. “Com o uso da técnica
de desembaraçamento espectroscópico foi possível, usando os dados do VLT,
chegar à conclusão de que a segunda componente da binária de fato não contribui
com nenhum brilho para o sistema”.
Com a análise conjunta dos
dados fotométricos e espectroscópicos foi possível determinar que a massa
mínima do corpo invisível era de aproximadamente nove vezes a massa do Sol. “De
acordo com a teoria da evolução estrelar, objetos com essa massa e sem emissão
eletromagnética devem ser buracos negros”, explica o pesquisador, revelando que
o sistema VFTS 243, que fica a 158,2 mil anos-luz da Terra, conta com uma
estrela principal 25 vezes mais pesada do que a nossa.
Quando os buracos negros não
estão recebendo matéria de uma estrela companheira ou do espaço ao seu redor,
eles não emitem radiação eletromagnética – o que foi notado em VFTS 243. Por
isso, eles são chamados de “adormecidos”.
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