O Programa Uniespaço Está de Volta!

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Pois então, já informamos aqui que o CNPq em parcerias com outros órgãos do Governo lançaram recentemente uma série de Chamadas Publicas, e uma delas foi à do ‘Programa UNIESPAÇO’. Pois então, no dia 04/08 a AEB divulgou a nota abaixo explicando melhor essa  iniciativa.
 
Brazilian Space
 
ASSUNTOS – NOTÍCIAS
 
O Programa Uniespaço Está de Volta!
 
O projeto que promove a união de Universidades e Institutos de pesquisa com a Agência Espacial Brasileira (AEB) tem as inscrições abertas até o dia 1 de Setembro
 
Por Coordenação de Comunicação Social - CCS 
Publicado em 04/08/2022 - 16h20
Atualizado em 04/08/2022 - 16h26
 

Foi publicada a Chamada Pública CNPq/AEB/MCTI/FNDCT Nº 20/2022 - Programa UNIESPAÇO, com aportes que totalizam R$ 15 milhões, para apoiar projetos de pesquisa que visam contribuir significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação do País, na área espacial, assim como incentivar a criação de ambiente favorável à inovação e ao empreendedorismo, atendendo as prioridades do Programa Espacial Brasileiro (PEB).
 
O Programa Uniespaço está em fase de uma nova reestruturação com a parceria da AEB e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Pela proposta, o UNIESPAÇO vai ampliar sua capacidade de estimular, orientar e promover a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a formação de recursos humanos qualificados na área espacial, assim como incentivar a criação de ambiência favorável à inovação e ao empreendedorismo no âmbito das ações prioritárias do Programa Espacial Brasileiro - PEB.
 
O escopo dos projetos submetidos deve ser aderente a uma das seguintes linhas de pesquisa:
 
Linha 1 - Propulsão: Sistemas de propulsão híbrida, Sistemas de propulsão aspirada, Sistemas de propulsão líquida, Sistemas eletromagnéticos, Sistemas de propulsão por vela solar 
 
Linha 2 - Controle do sistema espacial 
 
Linha 3 - Materiais e processos para tecnologias espaciais
 
Linha 4 - Detritos espaciais
 
Linha 5 - Sistema de energia para satélites
 
Linha 6 - Sistemas de estações e redes de solo
 
Linha 7 - Sistemas de dados de bordo
 
Linha 8 - Ciências físicas e da vida aplicados a missões espaciais: instrumentação de apoio às ciências  da  vida  aplicados  a  missões  espaciais, tecnologia  de  ciências  da  vida  aplicadas  a missões espaciais e tecnologias de ciências físicas aplicadas a missões espaciais. 
 
O Programa UNIESPAÇO 
 
O Programa Uniespaço é uma parceria, firmada desde 1997, entre a Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e instituições de ensino, a fim de estimular, aprimorar e tornar possível promover o desenvolvimento tecnológico e contribuir para as ciências e as tecnologias espaciais.
 
O UNIESPAÇO apoiou diversos projetos nas principais universidades federais e institutos do Brasil. Entre os projetos estudados estão computadores de bordo para aplicação espacial; materiais para uso no espaço, como nanotubos de carbono e proteções térmicas para altas temperaturas; sensores e atuadores para sistemas de controle de atitude de satélites, como giroscópios, ou GPS para navegação espacial; e veículos espaciais, com o estudo de aerotermodinâmica de veículos de reentrada.
 
O programa tem formado novos profissionais e aprimorando os conhecimentos necessários para ações do setor.
 
O projeto desenvolvido por Francisco Carvalho Neto, em 2012, estava relacionado ao controle e determinação de atitude (orientação angular) do nanosatélite ITASAT.  “O Uniespaço me capacitou e encorajou a competir em processos seletivos no setor aeroespacial. Fui então admitido no mestrado profissional em engenharia aeronáutica no ITA chamado PEE, – Programa de Especialização em Engenharia, promovido pela Embraer, sendo posteriormente contratado como Engenheiro de Desenvolvimento de Produto”, ressaltou Francisco.
 
O doutor Danilo Sakay, que também participou do programa de 2004 a 2006, afirma que o Uniespaço é uma porta de entrada para democratizar o conhecimento aeroespacial: “O programa é muito importante na formação de recursos humanos e capacitação de alunos interessados em participar do Programa Espacial Brasileiro. No nosso projeto, tivemos a entrada de novos alunos, aos quais transmitíamos o conhecimento. No início eu atuava sozinho, mas após 3 anos, já éramos 10 alunos”.
 
Professor da Universidade Federal do Paraná, Felix Sharipov, realça que o programa foi um fator importante para a finalização de carreiras acadêmicas e engajamento internacional.
 
“Vários dos meus alunos de Pós-graduação participaram do programa. Alguns deles concluíram a tese integralmente direcionada aos objetivos do UNIESPAÇO. Outros alunos incluíram as questões do UNIESPAÇO como uma parte das suas teses de doutorado. O projeto também incentivou a cooperação internacional com grupos nos Estados Unidos e na Europa”, disse.
 
Em 2004, o doutor Francisco das Chagas Mota, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) gerenciou um projeto que visava um receptor GPS para uso em veículos de alta dinâmica como foguetes e satélites. O receptor chegou a ser utilizado em vários foguetes lançados do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e do Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA).
 
“O UNIESPAÇO foi muito importante em minha carreira acadêmica, pois proporcionou uma oportunidade de coordenar um projeto que considero relevante para a indústria espacial brasileira. Além disso, proporcionou uma ótima interação entre minha instituição (UFRN) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) em São José dos Campos”, declara o doutor Francisco. 
 
Importância Fundamental 
 
O Departamento de Física da UFRN desenvolveu um equipamento com sensibilidade suficiente para detectar variações no campo magnético terrestre provocados por tempestades magnéticas solares, ou seja, um magnetômetro de fluxo gate, coordenado pelos professores Gilvan Borba e José Humberto Araújo.
 
Para Gilvan Borba, o programa UNIESPAÇO é um divisor de águas quando se fala na capacidade de articulação com a comunidade acadêmica nacional. “Antes dele, poucas universidades sabiam alguma coisa sobre as atividades espaciais desenvolvidas no Brasil. Com ele, mais de uma dezena de universidades incorporaram atividades espaciais tanto em termo de ciência e tecnologia quanto em cultura ao seu cotidiano”, elogiou o professor.
 
Graças ao apoio do programa UNIESPAÇO, a Universidade de Brasília (UnB), desde 2004, pode realizar pesquisas científicas para desenvolver, por meio de recursos humanos e infraestrutura nacional, propulsores elétricos, a plasma do tipo Hall, para aplicação no controle de atitude e órbita de satélites, isto é, de posicionamento e direcionamento. Coordenado pelo Laboratório de Física dos Plasmas (LFP) do Instituto de Física (IF) da UnB. O projeto recebeu o nome de Projeto PHALL.
 
Para o Coordenador do projeto, o professor José Leonardo, o programa foi fundamental para o estabelecimento da área de ciência e tecnologia espacial na UnB. “Além da oportunidade de participar do Programa Espacial Brasileiro, através do UNIESPAÇO, o projeto permite a formação de pessoal para uma área estratégica do Brasil. Estudantes de graduação, mestrado, doutorado e até pós-doutorado continuam a realizar trabalhos nesta área”, elogiou o professor.
 
O pesquisador Lui Habl participou do projeto PHALL quando era estudante da UnB. Atualmente, participa de equipe de uma empresa internacional que publicou artigo na revista Nature e teve experimentos realizados no espaço.  Sua equipe criou o projeto de propulsores para satélites de pequeno porte que utilizam iodo sólido como propelente —a primeira vez que o iodo foi testado em ambiente espacial.  Lui participou de diversas etapas na parte de física experimental para caracterização do sistema e de estudo dos fenômenos de física de plasma.
 
“O setor espacial vem crescendo no mundo inteiro com o advento da miniaturização dos satélites e de startups e projetos espaciais no âmbito do "New Space". Porém, acredito que, como todas as áreas da ciência e engenharia no Brasil, esse futuro depende de um financiamento de qualidade e constante por parte do estado para que a área possa se desenvolver e treinar novos alunos para propor e desenvolver projetos inovadores e assim liderar o programa espacial brasileiro nos próximos anos.  O financiamento público por parte da AEB, do CNPq e da FAP-DF, assim como uma estrutura universitária de qualidade, foram fundamentais para que eu pudesse ser treinado para os projetos de pesquisa que participo atualmente”, finalizou Lui.
 
Veja o link para a Chamada: 
 
Sobre a AEB 
 
A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.
 
Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

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