'Fusão de Estrelas de Nêutrons' Foi Observada Pela Primeira Vez em Luz Milimétrica
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (08/08) no
site “Canaltech”, destacando que uma
equipe de astrônomos liderada pela ‘Northwestern
University’ e pela ‘Radboud
University’, na Holanda,
observou pela primeira vez uma ‘Fusão de Estrelas de Nêutrons’ em luz milimétrica.
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Fusão de Estrelas de Nêutrons é Observada Primeira Vez
em Luz Milimétrica
Por Daniele
Cavalcante
Editado por Rafael
Rigues
08 de Agosto de
2022 às 18h30
Fonte: Northwestern University
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: ALMA/ESO/NAOJ/NRAO/M. Weiss/NRAO/AUI/NSF
Uma equipe de astrônomos liderada pela Northwestern
University e pela Radboud University, na Holanda, registrou pela primeira vez a
luz residual em comprimento de ondas milimétrico emitida pela fusão de uma estrela
de nêutrons com outra estrela. Esse tipo de evento é o mais energético do
universo, mas extremamente difícil de detectar.
Eventos como colisões em sistemas binários envolvendo
pelo menos uma estrela de nêutrons estão entre os mais cataclísmicos do cosmos.
Esses impactos geram explosões rápidas de raios gama (GRBs, da sigla em
inglês), o tipo de radiação mais energético conhecido — em poucos segundos, as
GRBs emitem mais energia do que o nosso Sol emitirá durante toda a sua vida.
Responsáveis por criar os elementos mais pesados do
universo, como platina e ouro, essas colisões com estrelas de nêutrons não são
fáceis de se observar. No novo estudo, os astrofísicos examinaram o objeto GRB
211106A, um impacto ocorrido em uma galáxia distante, a pelo menos 6 bilhões de
anos-luz de distância.
Para isso, eles usaram o Atacama Large
Millimeter/submillimeter Array (ALMA), no deserto de Atacama, Chile. Outras
emissões de GRBs já foram observadas antes em outros tipos de eventos, como em hipernovas, mas este evento em particular emitiu uma subclasse diferente
de explosão: as rajadas de raios gama de curta duração.
(Imagem: Reprodução/ALMA/ESO/NAOJ/NRAO/M. Weiss/NRAO/AUI/NSF)
A astrofísica Wen-fai Fong, uma das autoras do novo
estudo, afirma que “essas fusões são excelentes fontes de ondas gravitacionais,
tornando-as as principais fontes cósmicas multi-mensageiras que podem ser
observadas com ondas gravitacionais e luz”. Embora neste caso as ondas
gravitacionais estivessem fora do poder de detecção dos instrumentos atuais, a
GRB nos comprimentos de onda milimétricos, rádio e raios-X foi detectado.
Brilho Residual em Ondas Milimétricas
Essas ondas milimétricas são um tipo de luz residual que
brilha logo após o evento de GRB de curta duração. A explosão de raios gama
dura apenas décimos de segundos e, logo em seguida, uma emissão de luz causada
pela interação dos jatos com o gás circundante é formada.
Apesar de extremamente energético, o evento é raro.
Apenas meia dúzia de GRBs de curta duração foram detectadas em comprimentos de
onda de rádio e, até agora, nenhuma havia sido detectado em comprimentos de
onda milimétricos. Portanto, essa foi a primeira vez que os pesquisadores
conseguiram detectar o fenômeno. “Essa descoberta surpreendente abre uma nova
área de estudo”, disse Fong.
Outro fator que torna esse resultado importante é que
essa luz em onda milimétrica pode dizer muito aos astrônomos sobre a densidade
do ambiente ao redor do local da colisão e revelar a verdadeira energia da
explosão. Como a emissão em comprimentos de onda milimétricos pode ser
detectada por mais tempo do que em raios-X, ela também pode ser usada para
determinar a largura do jato da GRB, disseram os cientistas.
A luz residual de ondas milimétricas e de rádio também
forneceu as informações necessárias para medir o ângulo de abertura do jato. A
equipe pode agora tentar inferir as taxas reais de GRBs curtas em nosso
universo e compará-las com as taxas de fusões de estrelas de nêutrons binárias
ou estrelas de nêutrons e buracos negros, de acordo com Rouco Escorial, coautor
do estudo.
O artigo foi aceito para publicação no Astrophysical
Journal Letters.
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