O Que Se Sabe Até o Momento Sobre o 'Lado Oculto' da Lua

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Pois então, segue abaixo uma interessante matéria publicada hoje (21/08) no site “Canaltech”, muito interessante que ajuda esclarecer aos menos informados o que sabemos até agora sobre o ‘Lado Oculto da Lua’, graças em grande parte as recente atividades lunares da China nesta região do satélite natural da Terra. Vale a pena dá uma conferida. 
 
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O Que Sabemos Sobre o Lado "Oculto" da Lua?
 
Por Daniele Cavalcante 
Editado por Rafael Rigues 
21 de Agosto de 2022 às 09h00 
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
 
Fonte: Chinese Academy of Sciences

Quando olhamos para a Lua no céu noturno, vemos sempre o mesmo lado. Se estivermos com binóculos ou telescópio, veremos todas as noites as mesmas crateras, muitas delas facilmente reconhecíveis. Por isso, não sabemos muito sobre o lado oposto, também chamado de "distante", "oculto" ou "escuro" — foi apenas em 1959 que uma espaçonave nos enviou as primeiras imagens de lá. 
 
Por que a Lua tem um lado “oculto”? 
 
(Imagem: Reprodução/Chinese Academy of Sciences)
O lado afastado da Lua fotografado por uma sonda chinesa.
 
A dança orbital entre a Lua e a Terra faz com que a gravidade de cada um dos corpos influencie o movimento de rotação do outro. Como resultado, a rotação lunar em torno do próprio eixo é perfeitamente sincronizada com sua órbita ao redor da Terra.
 
Assim, nosso satélite natural completa uma volta em torno da Terra no mesmo intervalo de tempo em que realiza um giro em torno de seu próprio eixo, por isso a mesma face da Lua está sempre virada para nós e a outra está sempre “oculta”.
 
Isso não significa que o lado afastado seja escuro. Na verdade, em cada ciclo lunar de 27,3 dias, o lado oculto estará exposto aos raios solares durante parte de sua órbita em torno do nosso planeta. Quando estamos em fase de Lua Nova, o lado afastado estará totalmente iluminado pelo Sol, enquanto o lado visível estará completamente escuro. 
 
O que há no lado afastado da Lua? 
 
(Imagem: Reprodução/CNSA)
Imagem da superfície do lado afastado feita pela missão Chang'e-4.
 
Hoje, os astrônomos já tiveram a oportunidade de mapear completamente a superfície lunar por meio de naves orbitais, e já enviaram até mesmo uma sonda à superfície do lado afastado da Lua: a missão chinesa Chang'e 4, a primeira e única por lá até o momento.
 
Ainda não sabemos muito sobre o lado de lá, embora a composição básica seja provavelmente a mesma do lado visível (já bem explorado pelas missões Apollo). Entretanto, há alguns mistérios bem estranhos por lá.
 
Um deles é a baixa quantidade de “mares”, isto é, planícies criadas por atividade vulcânica causada por impactos de asteroides no lado oposto: apenas cerca de 1% do lado afastado da lua é coberto por mares, enquanto o lado visível tem 31% de sua superfície. Ainda não se sabe o motivo dessa desigualdade, apesar de haver algumas hipóteses em debate.
 
O lado afastado também tem crateras de impacto (de asteroides) mais visíveis. Isso também não tem uma explicação confirmada, e provavelmente não é graças à Terra — nosso planeta não é um escudo eficaz para proteger o lado visível dos asteroides. Ou seja, ambos os lados deveriam ter sofrido a mesma quantidade de impactos.
 
Uma hipótese relaciona a quantidade de crateras de impacto com a quantidade de mares. É que como a atividade vulcânica parece ser maior no lado próximo, as crateras de impacto (que são muitíssimo antigas) teriam sido cobertas por lava lunar. 
 
Exploração do lado oculto da Lua 
 
(Imagem: Reprodução/NASA) 
Cratera Von Karman, onde a Chang'e-4 estudou as origens do regolito do lado afastado.

Astrônomos têm um grande interesse em estudar o lado afastado por um bom motivo: a região é livre dos sinais de rádio artificiais da Terra. Assim, um telescópio por lá seria um salto na radioastronomia
 
Já existem projetos para construção de radiotelescópios no lado oculto da Lua, onde os pesquisadores poderiam medir sinais fracos do universo que, de outra forma, seriam abafados pelos sinais emitidos por nossos aparelhos que geram ondas de rádio.
 
Para isso, será preciso conhecer o lado de lá muito melhor do que se conhece hoje. Por isso sondas como a Chang'e-4 são tão importantes no estudo daquela superfície. Embora a China seja um pouco silenciosa sobre suas pesquisas, já foram reveladas muitas descobertas e imagens dessa missão. 
 

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