Vulcões de Vênus São Extraordinariamente Ativos, Dizem Astrônomos
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (20/07) no
site do “Olhar Digital” destacando que segundo equipe de astrônomos Vulcões
de Vênus são extraordinariamente ativos.
Duda Falcão
CIÊNCIA E ESPAÇO
Vulcões de Vênus São Extraordinariamente Ativos, Dizem Astrônomos
Pesquisa mostrou que parte da superfície do planeta,
moldada por atividade vulcânica, formou-se recentemente, provando que os
vulcões não estão extintos
Por Vinicius Szafran
Editado por Daniel Junqueira
Olhar Digital
Fonte: Science Alert
20/07/2020 - 19h41
Sob sua atmosfera extremamente espessa, o planeta Vênus é escaldante, com grande parte de sua superfície
moldada por atividade vulcânica. Pela primeira vez, geólogos conseguiram
evidências para afirmar se o planeta ainda é vulcanicamente ativo.
Vênus tem muitas características vulcânicas em sua
superfície, como planícies, coronas e cúpulas vulcânicas amplas e escudos
montanhosos de vulcões. Uma equipe liderada pela geofísica Anna Gülcher,
da ETH Zürich, na Suíça, usaram simulações para entender as formações e o
crescimento das coronas. Com isso, determinaram que as características
observadas em Vênus são jovens. Em outras palavras, o planeta está longe de ser
vulcanicamente extinto.
"É a primeira vez que podemos apontar para
estruturas específicas e dizer 'veja, este não é um vulcão antigo, mas ativo
hoje, dormente, mas não morto'", explicou
o geólogo Laurent Montési, da Universidade de Maryland. "Este estudo
muda significativamente a visão de Vênus de um planeta quase inativo para um
cujo interior ainda está agitado e pode alimentar muitos vulcões ativos".
A pesquisa foi publicada na revista Nature
Geoscience.
Imagem: NASA/JPL
Corona na superfície de Vênus.
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Há algum tempo, entende-se que a superfície do planeta é
relativamente jovem em comparação com outros planetas do Sistema Solar. A análise e o mapeamento geológico
aprofundados mostraram que a maior parte de Vênus sofreu ressurgimento ao longo
dos últimos bilhões de anos.
É claro que muita coisa pode acontecer em um bilhão de
anos. O interior de Vênus pode ter esfriado, e a crosta endurecido a tal ponto
que não permita a passagem do magma líquido para a superfície. No entanto, as
evidências dizem o contrário.
Nas décadas de 1970 e 80, por exemplo, a sonda Pioneer
Venus Orbiter encontrou características de dióxido de enxofre na atmosfera do
planeta. Um artigo de 2015 descobriu que pontos brilhantes transitórios
correlacionados com características geológicas muito jovens podem ser
consistentes com os fluxos de lava. No início de 2020, outro artigo simulou as taxas de intemperismo das olivinas
(um grupo mineral) de Vênus e descobriu que os fluxos de lava no planeta eram
provavelmente muito jovens.
A equipe de Gülcher buscou respostas em uma
característica vulcânica chamada corona. Elas parecem com crateras de impacto e
consistem em um anel elevado (como uma coroa) em torno de um centro afundado,
com fraturas concêntricas irradiando para fora. Eles podem ter centenas de
quilômetros de diâmetro.
Inicialmente, os cientistas acreditavam que essas
estruturas de fato eram crateras, mas uma análise mais detalhada revelou sua
natureza vulcânica. Elas são causadas por plumas de material derretido que
brotam do interior do planeta, empurrando a superfície para cima em uma cúpula
que colapsa quando a pluma esfria, vazando para os lados e formando o anel.
Na Terra, o movimento das placas tectônicas restringe a
formação desse tipo de estrutura, mas Vênus não tem placas tectônicas, então as
coroas crescem como espinhas planetárias.
Imagem: Gülcher et al., Nature Geoscience, 2020
Comparação das coronas reais (A) com as simulações (B).
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Para entender esse processo, os pesquisadores modelaram
numericamente a atividade termomecânica no interior de Vênus. Com isso, eles
geraram simulações de alta definição em 3D do processo de formação da corona,
variando parâmetros como tamanho e temperatura da pluma e espessura da
litosfera para obter uma vasta gama de resultados.
Ao simular sua evolução ao longo do tempo, a equipe conseguiu
identificar características vistas principalmente em coronas muito jovens e
ativas recentemente, além de determinar as alterações causadas pelo tempo.
Imagem: Anna Gülcher
As coronas ativas aparecem em vermelho e as inativas em
branco neste mapa global de Vênus.
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Essas simulações foram então comparadas com as coroas
reais na superfície do planeta. Além disso, a equipe conseguiu determinar que
variações de coronas na superfície venusiana representam diferentes estágios no
desenvolvimento geológico. Isso sugere fortemente que o interior do planeta
ainda está ativo e as coronas ainda estão evoluindo.
Segundo Montési, 37 coronas foram ativas recentemente.
Elas estão agrupadas em alguns locais, sugerindo que algumas regiões são mais
ativas que outras - e mostrando onde futuras missões orbitais ou até terrestres
devem focar sua atenção.
Fonte: Site Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
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