A Misteriosa Estrela Que 'Sobreviveu' a Supernova e Foi Descoberta Por Cientistas Brasileiros
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado ontem (15/07) no
site de tecnologia ‘Tilt’ do Portal UOL, destacando que a estrela
que 'sobreviveu' a supernova foi descoberta por Cientistas Brasileiros.
Duda Falcão
CIÊNCIA
A Misteriosa Estrela Que 'Sobreviveu' a Supernova e Foi Descoberta
Por Cientistas Brasileiros
Estudo detalhou possível trajetória de anã branca, que
possivelmente era conectada a outra estrela antes de uma explosão nuclear.
Por BBC News
Paul Rincon - Editor de ciência da BBC News
15/07/2020 19h59
Imagem: Universidade de Warwick / Mark Garlick
Astrônomos acreditam que estrela passou por uma supernova
'parcial'.
|
Como se fossem biógrafos de um objeto cósmico, astrônomos
acabam de publicar um estudo sobre uma estrela com "história de vida"
intrigante e peculiar.
Trata-se de uma estrela que sobreviveu a uma supernova e,
depois de uma explosão nuclear, foi lançada à nossa galáxia com uma velocidade
de 900.000 km/h ? atipicamente rápida para uma estrela com baixa massa como
esta.
Uma supernova é uma poderosa explosão que ocorre quando
algumas estrelas chegam ao fim de suas vidas; mas, neste caso, a explosão não
foi suficiente para destruí-la.
Conhecido como SDSS J1240 + 6710, o objeto foi descoberto
em 2015 por dois pesquisadores brasileiros, Kepler Oliveira e Gustavo Ourique,
além de Detlev Koester, astrônomo na Alemanha.
Astrônomos acreditam que o objeto, do tipo anã branca,
estava originalmente orbitando outra estrela, que pode ter sido lançada na
direção oposta.
Quando duas estrelas orbitam assim entre elas, são
descritas como "binárias". Apenas uma das estrelas que comporia a
dupla foi detectada pelos astrônomos, no entanto.
Composição Atípica
Já se sabia anteriormente que a anã branca tem também uma
composição atmosférica incomum ? sem hidrogênio nem hélio, como é comum, mas
sim contendo uma mistura atípica de oxigênio, néon, magnésio e silício.
Agora, usando o telescópio espacial Hubble, uma equipe
internacional também identificou carbono, sódio e alumínio na atmosfera da
estrela, todos produzidos nas primeiras reações termonucleares de uma
supernova.
Mas há também uma clara ausência do que é conhecido como
o "grupo de ferro" de elementos ? ferro, níquel, cromo e manganês.
Esses elementos mais pesados ??são normalmente
"cozidos" a partir dos mais leves e compõem as características definidoras
das supernovas termonucleares.
A falta de elementos do grupo de ferro na SDSSJ1240 +
6710 sugere que a estrela passou por uma supernova parcial antes que a queima
nuclear acabasse.
Autor principal do estudo, publicado em um periódico da Sociedade Real de Astronomia, no Reino Unido, o professor Boris Gänsicke
afirmou: "Esta estrela é única porque possui todas as características
essenciais de uma anã branca, mas tem velocidade muito alta e elementos
abundantes incomuns que não fazem sentido com sua baixa massa".
"Sua composição química tem a 'impressão digital' da
queima nuclear, uma massa baixa e uma velocidade muito alta; todas essas
características implicam que ela deve ter vindo de algum tipo de sistema
binário e deve passado por uma ignição termonuclear. Foi um tipo de supernova,
mas de um tipo que nunca vimos antes", disse Gänsicke, professor do
departamento de física da Universidade de Warwick.
Kepler, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
também faz parte da equipe que assina o artigo.
A alta velocidade observada pode ser explicada pela
possibilidade de que as duas estrelas tenham sido lançadas em direções opostas,
como uma espécie de efeito de estilingue após a explosão.
Os cientistas também conseguiram medir a massa da
estrela, que é particularmente baixa para uma anã branca, apenas 40% da massa
do nosso Sol. Isso vai ao encontro de uma supernova parcial que não destruiu
completamente a estrela.
* Com raro apoio da NASA, cientistas planejam criar guiapara caçar sinais de civilizações alienígenas
A natureza da queima nuclear que ocorre em uma supernova
é diferente das reações que liberam energia em usinas nucleares ou na maioria
das armas nucleares. A maioria dos usos da energia nuclear na Terra depende da
fissão? que decompõe elementos mais pesados ??em elementos mais leves. Isto é
diferente da fusão que ocorre em uma estrela.
"O processo durante uma supernova termonuclear é
muito semelhante ao que tentamos alcançar na Terra para usinas do futuro: fusão
nuclear de elementos mais leves em outros mais pesados, o que libera grandes
quantidades de energia", explicou Gänsicke à BBC News.
"Em um reator de fusão, usamos o elemento mais leve,
o hidrogênio. Em uma supernova termonuclear, a densidade e a temperatura na
estrela se tornam tão altas que a fusão de elementos mais pesados ??inflama ?
começando com o carbono e oxigênio como 'combustíveis' e passando para a fusão
de elementos cada vez mais pesados"
As supernovas termonucleares melhor estudadas são
classificadas como Tipo Ia. Estas ajudaram na descoberta da energia escura e
agora são rotineiramente usadas ??para mapear a estrutura do Universo. Mas há
evidências crescentes de que supernovas termonucleares podem ocorrer sob
condições muito diferentes.
A SDSSJ1240 + 6710 pode ser o sobrevivente de um tipo de
supernova que ainda não foi observada enquanto está acontecendo.
Sem o níquel radioativo que alimenta o brilho duradouro
das supernovas Tipo Ia, a explosão que enviou a anã branca para sua veloz
jornada por nossa galáxia teria sido um breve flash de luz difícil de ser
descoberto.
Fonte: Site Tilt do UOL - https://www.uol.com.br/tilt
Comentário: Sensacional, espetacular, mais um gol da
Astronomia Brasileira. Parabéns aos astrônomos brasileiros Kepler Oliveira e
Gustavo Ourique, bem como também ao astrônomo alemão de Detlev Koester. Aproveitamos para agradecer ao Dr. Waldemar Castro Leite Filho pelo envio dessa notícia.
Comentários
Postar um comentário