Governo Exonera a Responsável Pelo Monitoramento da Amazônia no INPE
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (13/07) no site “G1”
do globo.com, destacando que o Governo exonerou a responsável pelo Monitoramento
da Amazônia no INPE.
Duda Falcão
JORNAL NACIONAL
Governo Exonera a Responsável Pelo Monitoramento da
Amazônia no INPE
A exoneração aconteceu três dias depois de o Inpe
divulgar que o desmatamento da Amazônia foi o maior para o mês de junho em
cinco anos.
Por G1
13/07/2020 21h35
Atualizado há um dia
O governo exonerou a responsável pelo departamento que
monitora a devastação florestal no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o
INPE. A exoneração se deu três dias depois de o INPE divulgar que a Amazônia
sofreu o maior desmatamento para um mês de junho em cinco anos.
Lubia Vinhas estava desde março de 2018 à frente da
coordenação-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, que dimensiona a devastação da Amazônia. A mudança do governo atinge
um departamento estratégico, que monitora o desmatamento por meio de
indicadores como o Deter, Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real.
Só em junho, a área de alerta foi de 1.034 km², o maior
número de alertas de desmatamento para o mês desde 2015. Esses dados ajudam a
fiscalização a identificar onde pode estar havendo crime ambiental. Os números
não representam a taxa oficial de desmatamento, medida por outro sistema,
divulgado uma vez ao ano.
Entidades que denunciam crimes ambientais criticaram a
exoneração. O Greenpeace afirmou que a demissão "não surpreende" e
"dá novamente a entender que o governo é inimigo da verdade":
"Não será escondendo, passando uma maquiagem nos dados ou investindo em
propaganda que o governo irá mudar a realidade. Isso acontece por uma razão bem
simples: Bolsonaro não quer mudar os rumos da sua política, afinal, a
destruição é o seu projeto do governo".
O Jornal Nacional apurou que Lubia Vinhas foi pega de
surpresa, não sabia que a exoneração sairia nesta segunda (13) no Diário
Oficial. Ela segue como pesquisadora do Inpe. O Inpe disse que a exoneração foi
motivada pela fusão de três áreas em uma só e que o departamento que Lubia
coordenava entraria nessa fusão.
Já servidores afirmam que essa reestruturação era tratada
abertamente no instituto, mas ninguém deixava claro o motivo.
Fontes afirmam que o diretor Darcton Policarpo Damião
comanda a reestruturação no INPE. Darcton é militar e foi escolhido para
chefiar o instituto no ano passado, depois que o presidente Bolsonaro acusou o
Inpe de divulgar dados mentirosos e estar a serviço de uma ONG. O então diretor
do Inpe, Ricardo Galvão, respondeu a Bolsonaro e defendeu o sistema, que é
reconhecido internacionalmente. Duas semanas depois, os ataques de Bolsonaro a
dados sobre o desmatamento no Brasil culminaram na exoneração de Ricardo
Galvão, por quebra de confiança. A demissão foi alvo de críticas de
ambientalistas e repercutiu no exterior.
Nesta segunda-feira, durante reunião da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, o ministro da Economia, Paulo
Guedes, afirmou que o Brasil vai corrigir excessos na gestão ambiental e que o
país precisa de ajuda: "Sabemos que temos que preservar, temos que
proteger. Sabemos disso e queremos apoio para fazer isso melhor.
Queremos apoio e compreensão para fazer isso melhor.
Porque o Brasil sabe da importância da preservação do meio ambiente, sabe da
importância do crescimento sustentável. O Brasil é um país que alimenta o
mundo, preservando o seu meio ambiente. Se há excessos e há erros,
corrigiremos".
No fim do mês passado, um grupo de 29 investidores
globais, que administram o equivalente a R$ 20 trilhões, divulgou uma carta com
um recado para o governo brasileiro. Vão retirar investimentos do país se a
política ambiental e o tratamento aos povos indígenas não mudarem.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que
preside o Conselho da Amazônia, tem conversado com empresários brasileiros e
estrangeiros para apresentar as ações do governo. Nesta segunda, Mourão admitiu
que, em 2020, os números do desmatamento serão piores do que os de 2019.
"Em termos de desmatamento, não será melhor que ano
passado. Isso aí eu posso dizer tranquilamente, porque nós devíamos ter
começado o combate ao desmatamento em dezembro do ano passado ou, no mais
tardar, em janeiro desse ano. Fomos começar agora em maio. Agora, em termos de
queimada, sim. Dados já de hoje, do Inpe, colocam que nós tivemos uma redução
de 20% em relação ao primeiro semestre do ano passado", argumentou Mourão.
Na noite desta segunda, o vice-presidente falou sobre a
demissão no INPE: "Não sei porque foi exonerada. Isso é um problema
interno do Ministério de Ciência e Tecnologia."
O INPE declarou que a realocação de Lubia Vinhas para
outro cargo estava prevista e que as atividades de monitoramento do
desmatamento da Amazônia, bem como as demais atividades operacionais do
instituto, continuarão sendo realizadadas, tendo como premissas os critérios
técnicos e científicos de praxe.
O Ministério de Ciência e Tecnologia declarou que Lubia
Vinhas vai chefiar um novo departamento, a ser criado na reestruturação do INPE,
e que as mudanças não tem qualquer relação com a produção e a divulgação dos
dados de desmatamento.
Fonte: Site G1 do Globo.com - http://g1.globo.com
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