Transferência de Tecnologia Permite Construção de Painéis de Carbono de Alta Estabilidade Dimensional Todo Desenvolvido na Indústria Nacional

Olá leitor!

Pois é, segue uma nota postada hoje (17/07) no site da “Agência Espacial Brasileira (AEB)” destacando que segundo a Agencia, a transferência de tecnologia no âmbito do Projeto do SGDC permitiu a construção de Painéis de Carbono de Alta Estabilidade Dimensional todo desenvolvido na indústria nacional.

Duda Falcão

NOTÍCIAS 

Transferência de Tecnologia Permite Construção de Painéis de Carbono de Alta Estabilidade Dimensional Todo Desenvolvido na Indústria Nacional 

Coordenação de Comunicação Social
Publicado em: 17/07/2020 - 13h49
Última modificação: 17/07/2020 - 17h49


Painel de Alta Estabilidade Dimensional Fabricado no Brasil pela CENIC Engenharia Ind. e Com. Ltda. – Vista lateral. Detalhe do núcleo em estrutura tipo colmeia (honey comb) de alumínio e folhas de face (face sheets) em material compósito à base de fibra de carbono de ultra-alto módulo de elasticidade e resina éster-cianato.

Um satélite em órbita ao redor da Terra, quando iluminado pelo Sol, pode experimentar temperaturas superiores a 100ºC positivos. Uma vez que a radiação Solar deixa de incidir na estrutura satelital, o equipamento também pode enfrentar temperaturas de várias dezenas de graus abaixo de zero grau Celsius. Esse gradiente de temperatura pode induzir deformação estrutural do equipamento, resultando consequentemente, no deslocamento de cargas úteis e sensores de observação da Terra. Para que isso não aconteça, é necessário construir painéis hiperestáveis que conferem alta estabilidade dimensional para o posicionamento de cargas úteis embarcadas em satélites.

Com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e inovações (MCTI), a empresa brasileira CENIC Engenharia, de São José dos Campos, foi selecionada para participar do plano de absorção e transferência de tecnologia, no âmbito do contrato de aquisição e desenvolvimento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1), para se capacitar no desenvolvimento e fabricação de painéis sanduíche hiperestáveis, a base de fibra de carbono de alto módulo e resina de éster de cianeto, com aplicações de observação da Terra e de sensoriamento remoto.

Isso foi possível graças ao plano de absorção e transferência de tecnologia espacial para a indústria nacional, no âmbito do contrato de aquisição e desenvolvimento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1), lançado em 2017. A CENIC Engenharia foi uma das seis empresas brasileiras selecionadas por meio de edital de seleção pública do MCTI/AEB/Finep/FNDCT, e concluído a transferência em setembro de 2019.

O Acordo de Transferência de Tecnologia Espacial, firmado entre a AEB a empresa Thales Alenia Space (TAS), com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), iniciou-se em 2015 e, desde então, possibilitou o fortalecimento da competência técnica de empresas nacionais no desenvolvimento e fornecimento de soluções, produtos e serviços espaciais.


Painel de Alta Estabilidade Dimensional Fabricado no Brasil pela CENIC Engenharia Ind. e Com. Ltda. – Visto de cima. Detalhes dos insertos para fixação do painel à estrutura de um Satélite de Sensoriamento Remoto e Observação da Terra, bem como dos 03 insertos especiais (maiores), para fixação de uma câmera ótica (ou similar a ser definida) para observação da Terra. (Dimensões: 1.300 x 850 x 80mm).

A AEB é a instituição responsável pela coordenação, monitoramento e avaliação dos resultados do plano de absorção e transferência de tecnologia do SGDC-1. De acordo com o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB (DSAD/AEB), Paulo Barros, o processo de transferência de tecnologia permitiu às empresas selecionadas aplicar na prática o que aprenderam, citando  como exemplo, a participação na composição dos satélites da família CBERS construído em parceria com a China.

“O processo de transferência de tecnologia tem como objetivo capacitar as empresas e servir de apoio para que as mesmas possam, a partir daí, estarem aptas à oferecerem seus serviços no âmbito global; como já ocorre com outras empresas que também participaram deste processo de absorção de tecnologia”, declarou Barros.

De acordo com o sócio-diretor da CENIC, Francisco Dias, dez profissionais estiveram envolvidos na construção do painel de carbono de alta estabilidade., entre dezembro de 2015 e setembro de 2019, quando se concluíram as atividades dessa transferência de tecnologia. Eles estiveram na França para capacitação tanto prática como teórica, o que permitiu quando do retorno da equipe ao Brasil, a reprodução do que aprenderam. Durante o processo, foram realizados testes para confrontar os cálculos estruturais e verificar se o painel fabricado no Brasil estava de acordo com o calculado previamente e para compará-lo com o painel que foi fabricado na França por engenheiros da CENIC.

As seis empresas nacionais selecionadas para participar do plano de absorção e transferência das tecnologias do SGDC foram AEL Sistemas, CENIC Engenharia, Equatorial Sistemas, Fibraforte, Opto S&D e Orbital Engenharia. Os resultados e realizações dessas outras empresas no marco do Acordo de Transferência de Tecnologia Espacial firmado entre a AEB e a TAS também serão apresentados por meio de uma série de matérias a serem publicadas nos canais de comunicação da AEB. 

Sobre a CENIC Engenharia 

A CENIC Engenharia é uma empresa fundada em 1993, que desenvolve e fabrica componentes estruturais para satélites, lançadores, foguetes de sondagens e para a área militar. Antes do ToT, e da fabricação dos painéis de fibra de carbono, a empresa fabricava painéis estruturais em fibra de alumínio, dentre outras tecnologias usadas em foguetaria.

Localizada em São José dos Campos (SP), a empresa é 100% nacional, e é mantida, desde sua fundação por profissionais egressos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). 

Sobre o SGDC-1 

O SGDC-1 fornece cobertura de serviços de internet a 100% do território nacional de forma a promover a inclusão digital para todos os cidadãos, além de fornecer um meio seguro e soberano para as comunicações estratégicas do Governo Federal. O satélite opera nas bandas X e Ka, destinadas respectivamente ao uso de comunicações de defesa – que representa 30% da capacidade do equipamento – e ao uso cívico social, provendo banda larga às regiões mais remotas do Brasil – que corresponde a 70% da capacidade.

Hoje o satélite brasileiro provê conexão em banda larga para mais de 9 mil escolas, com mais de 12.500 pontos instalados, beneficiando cerca de 2,5 milhões de alunos da rede pública de ensino, áreas indígenas e Unidades Básicas de Saúde. 

Sobre a AEB 

A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.


Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB) - http://www.aeb.gov.br 

Comentário: Isto é MENTIRA e infelizmente leitor não há como se manifestar de outra forma. Apesar de ter sido assinado como eu já disse em meus comentários um acordo proforme para justificar legalmente o contrato deste trambolho espacial, não houve qualquer transferência tecnológica no processo, sequer de um simples parafuso. Veja abaixo o que disse o Eng. Nelson Salgado (na época presidente da VISIONA) em entrevista a própria revista editada pela AEB, ou seja a “Espaço Brasileiro” de Jul – Dez de 2012: “O projeto do SGDC prevê absorção e transferência de tecnologia? R: A absorção de tecnologia é algo que a Visiona vai fazer. Teremos a prerrogativa e o dever de acompanhar passo a passo todo o processo do projeto, a fabricação de componentes, a integração e os testes do satélite. Assim, a Visiona poderá absorver conhecimentos significativos. A empresa pretende ter uma equipe de engenharia forte e capacitada para absorver conhecimentos e usá-los, em curto prazo, na integração de futuros satélites. Transferência de tecnologia é algo mais complicado. Depende sobretudo do país em que o satélite é comprado. Tecnologia é algo difícil de se transferir. Em breve, o Governo entregará à Visiona um documento que define se há alguma tecnologia que deseja transferir para que a empresa busque viabilizar a transferência. No entanto, após 25 anos de trabalho na Embraer, posso dizer que é muito mais efetivo absorver tecnologia do que buscar transferência” (veja aqui a entrevista na íntegra). Pois então, a própria VISIONA através da palavras colocadas com extremo cuidado pelo seu presidente da época já tinha ciência de que transferência tecnológica só existe quando se desenvolve conjuntamente algo e mesmo a tal absorção tecnológica (kkkkk, conjunto de palavras que significa a mesma coisa) só é possível quando se participa conjuntamente do desenvolvimento de algo, e não foi o que aconteceu com os Engenheiros enviados a França. Eles só participaram da montagem e integração do satélite e de um curso de como operar o mesmo. Grande parte das peças do satélite eram de prateleira (já estavam desenvolvidas pela Thales) e aquelas que foram desenvolvidas para atender as peculiaridades do satélite os engenheiros brasileiros não tiveram acesso ao processo de desenvolvimento. Portanto pura falácia que, eu acredito, esteja sendo realizada agora com o intuito de plantar o caminho para um futuro Trambolho Espacial 2.  A Sociedade Brasileira não pode permitir que isso aconteça, existem alternativas muito mais baratas e as pessoas envolvidas já demonstraram que não estão sendo movidas por motivos realmente nobres. Quanto essa tecnologia da CENIC, muito provavelmente a mesma é fruta de algum dos vários projetos financiados pela FINEP ou pelo Programa PIPE da FAPESP, e olha que rolou muito dinheiro nessa história. Outra coisa leitor, é bom que fique bem claro que a empresa ‘AEL Sistemas’ que aparece como uma das empresas beneficiadas por esse acordo proforme de transferência tecnológica, na realidade não é uma empresa brasileira, o que por si só a sua participação já constitui um crime contra a nação brasileira, enquanto a 'CENIC Engenharia', 'Fibraforte', 'Orbital Engenharia', 'Equatorial Sistemas' e a 'Opto S&D' (estas duas ultimas integrantes do 'Grupo AKAER') são empresas genuinamente brasileiras, mas que são participantes ao lado da Avibrás do conhecido e ineficiente “Old Space Brasileiro”. Portanto leitor que fique bem claro para Sociedade Brasileira quanto a este anuncio da AEB e dos próximos que eles pretendem fazer como dito na nota acima, ou seja, qualquer tentativa dessa Agência de Brinquedo de ligar o desenvolvimento tecnológico espacial a esse acordo proforme de transferência tecnológica, não passará de pura e descarada MENTIRA.

Comentários

  1. Uns Brasileiros são de Direita , há outros de Esquerda , mas a Política Egoísta , só vai pela Conta Mão , Muda Brasil , Acorda Gigante Adormecido ! .

    ResponderExcluir
  2. É impressionante como é fácil jogar pedra e destruir o que outros fazem, criticar é sempre positivo, porém é necessário que no mínimo se tenha domínio do assunto. O que nas críticas aqui apresentadas está bem longe da realidade. Sugiro estudar melhor o assunto antes de escrever um monte de besteiras e incoerências. Primeiramente Absorção de Tecniologia e Transferência de Tecnologia são processos distintos. A Visiona nada tem a ver com a Transferência de Tecnologia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado ANÔNIMO (do comentário do dia 07/08/2020,
      Independente de quem analisou a matéria PUBLICADA PELA AEB, o blog BS é um ambiente democrático, da crítica e do debate. A crítica feita na matéria é fruto de análise e resgate histórico de notícias (vide: https://brazilianspace.blogspot.com/2012/12/ola-leitor-segueabaixo-uma-entrevista.html).
      A matéria que afirma que houve "Transferência de Tecnologia" foi publicada o site oficial da AEB.
      Ao BS coube alertar que o que a AEB publicou não está correto e, na sua crítica, o blog distingue o termo "Transferência" empregado na matéria do termo "Absorção Tecnológica".
      Se houve confusão ou falha no emprego dos termos corretos na notícia original da AEB, qualquer pessoa pode ligar, enviar um email e solicitar uma errata da notícia.

      Excluir

Postar um comentário