Deu Ruim Com o Instrumento de Perfuração da Sonda InSight em Marte
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (09/07) no
site ‘Gizmodo Brasil’ destacando que deu ruim com o instrumento
de perfuração da Sonda InSight em Marte.
Duda Falcão
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Deu Ruim Com o Instrumento de Perfuração da Sonda
InSight em Marte
Por George Dvorsky
Gizmodo Brasil
9 de julho de 2020 - 12:58
Depois de algum progresso moderado, o instrumento de
perfuração da sonda de fluxo de calor da InSight em Marte não está mais
conseguindo cavar o Planeta Vermelho. A NASA decidiu dar uma pausa nesta parte
da missão por enquanto, liberando o braço robótico da InSight para outros
trabalhos importantes.
A saga da sonda de calor começou no final de fevereiro de 2019, cerca de 13 semanas
após a chegada do módulo de aterrissagem da InSight em Marte.
O instrumento não conseguia cavar através do rígido
regolito marciano, então os engenheiros conceberam um plano no qual uma pá,
localizada na ponta do braço robótico do InSight, prenderia a sonda de fluxo de
calor para permitir que voltasse a cavar sem escapar lateralmente. Isso funcionou por um tempo, mas a NASA relatou
que a o mecanismo parou de cavar novamente.
Construído pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR), o
Pacote de Fluxo de Calor e Propriedades Físicas foi construído para medir a
temperatura precisa de Marte a profundidades que atingem 3 metros, mas o
instrumento não chegou perto disso. A sonda de calor de 40 cm mal ultrapassou a
superfície, apesar de meses de trabalho e centenas de marteladas.
Para escavar em Marte, o instrumento precisa ser
envolvido por regolitos soltos, mas o material de superfície nesta área parece
ser mais rígida, com algo chamado de duricrust, uma mistura de materiais
similares com o cimento na qual os grânulos ficam grudados.
Imagens capturadas durante uma sessão de marteladas em 20
de junho mostraram pedaços de solo marciano saltando na pá – um possível sinal
de que o instrumento não estava mais cavando e passou a bater no solo e atingir
a pá da InSight. Em um post recente, o líder de instrumentos da DLR, Tilman
Spohn, descreveu a situação:
[Quando] olhamos as imagens que haviam sido
enviadas para a Terra após a sessão de marteladas […] tivemos que concluir que
ter o instrumento de dois a três centímetros abaixo da superfície não estava
proporcionando o atrito necessário, mesmo com a ajuda do regolito. O
instrumento se movia para frente e para trás e depois para a esquerda,
revertendo grande parte de seu progresso.
No meio do filme, é possível ver que as partículas
de poeira recomeçaram a se mover. Duas partículas parecem até estar saltando
alguns centímetros. Mas, em uma inspeção mais atenta, é possível vê-las
avançando a partir do interior do furo em vários deslizamentos. As partículas
de poeira em movimento implicam que o instrumento tinha recuado novamente e
estava batendo no lado plano do furo.
O resultado do nosso “teste livre do instrumento”
não foi, é claro, exatamente o que esperávamos, mas não podemos dizer que foi
completamente surpreendente. Afinal, continuamos lutando contra o atrito
perdido no casco do instrumento. O teste apoia nossa conclusão anterior de que
o duricrust coesivo e duro é anormalmente espesso – pelo menos com base no que
sabíamos anteriormente sobre o Marte – e que deve ser bastante rígido.
Não ajuda muito o fato de os engenheiros não conseguirem
ver o instrumento ou o interior da cavidade, já que estão escondidos pela pá.
A NASA agora irá pausar esta parte da missão,
disponibilizando a pá para outras tarefas. Enquanto isso acontece, Spohn e seus
colegas vão refletir sobre os próximos passos possíveis, “embora reconheçamos
que não é provável que a tarefa se torne mais fácil”, escreveu ele.
Com o braço do InSight retraído, a equipe fará imagens
estereoscópicas da cavidade com o instrumento lá dentro, medindo a profundidade
do equipamento e visualizando como a forma da cavidade pode ter mudado por
causa das últimas sessões de marteladas. Isso determinará se a atividade da
sonda de fluxo de calor alterou a distribuição e composição da areia no buraco.
Um próximo passo possível poderia ser usar a pá da
InSight para colocar o material solto de volta ao buraco, o que poderia
proporcionar o atrito necessário. A pá voltaria então fazer com que o
instrumento não saísse do buraco.
Spohn disse que preencher a cavidade não será uma tarefa
fácil, e provavelmente levará algum tempo. Ele estima que 300 centímetros
cúbicos de areia serão necessários. Descobriremos mais em agosto, quando a
equipe se reunir novamente.
Agora liberada de sua missão de escavação, a InSight será
comandada a tirar uma fotografia de si mesma usando uma câmera presa a seu
braço. Em particular, a NASA gostaria de ter uma foto dos painéis solares da
máquina para ver quanta poeira se acumulou em cima deles. Isto dará à NASA uma
noção de quanta energia diária permanece disponível para a sonda estacionária.
A InSight também usará o braço para realizar alguma
astronomia. Ao inclinar a câmera para cima, a sonda capturará imagens de
meteoros que se espalham pelo céu noturno marciano, permitindo aos cientistas
determinar a velocidade com que os meteoritos atingem a superfície nesta região
de Marte. Estas observações serão então cruzadas com dados coletados pelo
sismômetro do InSight, que tem o dever principal de detectar terremotos.
É preciso dizer que a situação com a sonda de fluxo de
calor não parece boa. Obviamente, a equipe deve continuar tentando até que
nenhuma outra opção esteja disponível. Em algum momento, entretanto, eles podem
ter que desistir e dedicar mais tempo a outros aspectos da missão, o que, para
ser justo, tem sido um sucesso em geral. Por exemplo, o primeiro ano de dados
revelou que, assim como a Terra, Marte está constantemente tendo tremores. Outro achado interessante: pulsos
estranhos no campo magnético marciano.
Fonte: Site Gizmodo Brasil - https://gizmodo.uol.com.br
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