Corrida Espacial na Ásia Pode Ter Conseqüências Negativas

Olá leitor!

Segue abaixo mais uma matéria esta publicada dia (08/12) no site do jornal “Correio Braziliense” destacando que segundo um artigo publicado na revista científica Nature, a nova Corrida Espacial na Ásia pode ter conseqüências negativas para Ciência, mas ao mesmo tempo pode significar uma possibilidade de crescimento para a tecnologia espacial brasileira.

Duda Falcão

Ciência e Saúde

Nova Corrida Espacial na Ásia Pode Ter
Conseqüências Negativas para Ciência

Max Milliano Melo
Correio Braziliense
Publicação: 08/12/2011 - 11:30
Atualização: 08/12/2011 - 11:43

Entre 1957 e 1975, o mundo testemunhou uma das mais acirradas disputas da história. Durante quase 20 anos, Estados Unidos e União Soviética concorreram pela supremacia no cosmos, durante a chamada corrida espacial. Décadas depois, quando americanos e russos — que herdaram o programa espacial soviético após a desintegração do país comunista no fim dos anos 1980 — já se tornaram parceiros, é na Ásia que se desenvolve uma nova disputa. Índia, China, Japão e Coréia do Sul lideram o movimento, que, segundo um artigo publicado na edição de hoje da revista científica Nature, pode ter conseqüências negativas para a ciência.

O primeiro dos quatro países a adquirir experiência espacial respeitável foi o Japão, que, tradicionalmente, divide com a Europa o terceiro lugar na lista dos líderes espaciais. Em crescimento acelerado desde meados dos anos 1990, a China foi a primeira a desafiar a supremacia japonesa na Ásia.

Com orçamentos pomposos e metas ambiciosas, o país desenvolveu tecnologia capaz de levar seus taikonautas para fora da Terra. Por último chegou a Índia, que promete investir pesado no próximo ano para alcançar os vizinhos. Correndo por fora, com um programa menos suntuoso, mas mais objetivo, está a Coréia do Sul.

Em entrevista ao Correio, o pesquisador norte-americano James Clay Moltz, da Escola de Pós-Graduação Naval de Monterrey, nos Estados Unidos, explica que a nova corrida espacial tem duas faces. Por um lado, ela estimula o avanço científico e aumenta a presença humana no espaço. No entanto, ela também acirra as tensões já existentes na região. “Parte do problema da Ásia é que a conquista espacial está sendo influenciada pelo histórico geopolítico de rivalidades entre a China e o Japão, a Índia e a China, ou entre as Coréias”, analisa o especialista. “Mas mesmo entre os países menos desenvolvidos, como Cingapura, Vietnã e Malásia, estamos vendo a nova rivalidade no espaço”, conta.


Uma das conseqüências do uso de programas espaciais para demonstração de poder, assim como aconteceu com EUA e União Soviética, é o desperdício de recursos. Exemplo disso foi a retomada das missões lunares, iniciadas em 2007. “A considerável competição em ciência espacial leva à duplicação das missões. Por exemplo, houve três missões de mapeamento lunar, feitas por Japão, China e Índia. É um desperdício de recursos”, exemplifica Moltz.

Na visão do especialista norte-americano, duas nações atualmente lideram a briga asiática. “Do ponto de vista científico, o Japão é o líder atual no continente. O país possui a tecnologia mais sofisticada e se tornou pioneiro no mundo em coleta e retorno para a Terra de amostras de um asteróide”, analisa Moltz. “No entanto, do ponto de vista da tecnologia para o uso militar, quem lidera é a China, que possui muitos equipamentos, incluindo armas espaciais”, completa.

O crescimento militar espacial chinês é algo que vem tomando a atenção tanto dos competidores vizinhos quanto das nações do ocidente. “Armas espaciais da China representam uma ameaça potencial para todos os países”, conta. Além dos impactos diretos a equipamentos de outros países que orbitam ao redor do planeta. “A destruição de um dos seus próprios satélites em um teste militar chinês em janeiro de 2007 gerou mais de 3 mil peças de lixo espacial. Ser atingido por um desses pedaços é algo que precisará ser evitado por todas as naves espaciais nos próximos 50 anos”, alerta.

Brasil

Impulsionados pela disputa, os programas espaciais da Ásia representam uma possibilidade de crescimento para a tecnologia brasileira. Desde 1988, o principal parceiro do Brasil na região é a China. A cooperação sino-brasileira resultou em três satélites: os CBERS 1, 2 e 2B. “O último deixou de operar no ano passado. Eles foram muito importantes para o monitoramento da Amazônia”, conta José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB). “Está tudo acertado para que, em novembro do ano que vem, seja lançado mais um satélite, o CBERS 3. A previsão é que o CBERS 4 vá para a órbita em 2014”, completa.

Embora o país já tenha desenvolvido pequenos projetos com o Japão, a cooperação ainda não conseguiu engrenar. “Brasil e Japão têm estruturas e interesses muito diferentes. Ainda não conseguimos encontrar o denominador comum”, explica Monserrat. O mesmo acontece com a Coréia do Sul, que desenvolve um programa espacial parecido com o brasileiro, focado em lançadores e satélites. “Os coreanos seriam ótimos parceiros, mas também não conseguimos estabelecer uma conexão”, afirma. Além da parceria chinesa, projetos com a Índia prometem bons frutos. “No momento, a pretensão é projetar e lançar dois satélites. O primeiro para o estudo do clima espacial, o outro de observação da Terra”, antecipa Monserrat Filho.

Menos Desperdício

Em 1970 a Europa tomou a decisão de reunir seus recursos e tecnologia na Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês), que inclui atualmente 18 países. Esse quadro de cooperação tem favorecido os esforços conjuntos e reduzido a competição e o desperdício. A estratégia também tem impedido o surgimento de tensões militares espaciais na região, garantem os especialistas.

Pequenos Feitos

Apesar de não manterem o mesmo poderio de seus vizinhos, outras nações menores também colecionam feitos espaciais. Em parceria com a Rússia e os Estados Unidos, países como Vietnã, Mongólia e Malásia enviaram astronautas para o cosmos e mantêm programas para a construção de foguetes e satélites. Especula-se que a Coréia do Norte também desenvolva tecnologia militar espacial.


Fonte: Jornal Correio Braziliense - 08-12-2011

Comentários

  1. Que curioso que el artículo del Correio sólo mencione las posibilidades de colaboración de Brasil con China, Japón y Korea del Sur, y ni se mencione a Argentina.

    El plan espacial argentino menciona expresamente la posibilidad de colaborar con brasil en satélites y lanzadores, y parece que ni aún asi Brasil se da por aludido y no menciona esta posibilidad.

    Escriben un artículo criticando la falta de sinergia, pero al mismo tiempo se tiende a caer en ese error subestimando a su vecino menor, que tiene innegables antecedentes positivos de desarrollo tecnológico y un plan espacial incipiente.

    Argentina es el principal y más ferviente impulsor de la agencia espacial regional, objetivo que promueve desde la primer versión del plan espacial nacional hace más de 15 años.

    Es un error que pueden lamentar, tanto Brasil como Argentina, en un futuro no muy lejano.

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  2. Hola Diego!

    También hallé extraño el periódico Correo Braziliense no haber citado la Argentina, pero creo que haya sido por un poco de nacionalismo, y también por falta de un mejor conocimiento sobre las actividades espaciales argentinas.

    Aún en Brasil donde las informaciones sobre el PEB (Programa Espacial Brasileño) son más abiertas para el público en general el programa no es conocido como debería y creo que como en la Argentina las informaciones parecen ser más restrictas, eso hace con que el programa argentino sea menos conocido en Brasil por la mídia pseudo especializada.

    Concuerdo contigo que podría haber proyectos espaciales Brasileños - Argentinos, y de cierta forma existen, como el ACDH que la INVAP argentina está desarrollando para el satélite brasileño Amazônia-1 que prevé la transferencia de tecnología para el INPE, el proyecto del satélite conjunto Sabía-Mar y en el área de ciencias espaciales hubo la "Operación Angicos" en 2007. Sin embargo es aún muy poco si lleváramos en cuenta las posibilidades que pueden ser creadas.

    Felizmente parece ya existir un movimiento para la creación de una agencia espacial Sulamericana y deberá, salirse del papel, mejorar la situación. Sin embargo, en mi opinión, una agencia espacial latino-americana que incluyera los países de America Céntrico y principalmente México, sería muy más interesante.

    Saludos de Brasil amigo Diego

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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