Raupp Ministrou Palestra Sobre PEB na Opto Eletrônica
Segue abaixo uma nota postada dia (07/11) no site da
empresa “Opto Eletrônica S/A” dando destaque a palestra sobre o PEB ministrada em
novembro pelo presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, no anfiteatro da empresa em São
Carlos (SP).
Duda Falcão
Presidente da
Agência Espacial Brasileira
Ministra Palestra
na Opto
07/11/2010
O anfiteatro da
Opto Eletrônica, em São Carlos, recebeu na manhã desta segunda (07/11) o
presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) Marco Antônio Raupp, que
proferiu a palestra “Programa Espacial Brasileiro”. Participaram do evento o
presidente e os diretores da Opto, profissionais da área de Pesquisa e
Desenvolvimento da companhia, diretores da Mectron e estudantes de Engenharia
Aeronáutica da USP, entre outros convidados. Hoje, a Opto desenvolve e produz,
em solo brasileiro, câmeras para satélites nacionais, além de conjuntos ópticos
e eletrônica de proximidade. As câmeras irão equipar os satélites
sino-brasileiros de recursos terrestres CBERS-3 e 4, além do moderno satélite
brasileiro Amazônia 1 (Plataforma Multimissão, PMM).
A importância de
um programa espacial bem estruturado e que gere benefícios diretos para a
sociedade foram os principais pontos abordados por Raupp. “Não existe um grande
país que não possua um programa espacial. Não se trata de um programa de
exploração espacial, mas de um programa de interesse da sociedade e do País.” O
programa brasileiro é focado na capacidade de desenvolvimento e construção de
satélites, lançadores e bases de lançamento.
Área Estratégica
Por meio de
satélites, o Programa Espacial Brasileiro visa à criação de um sistema nacional
de prevenção e alerta de desastres, à estratégia nacional de defesa (vigilância
do território, áreas verdes e fronteiras), ao monitoramento ambiental, à
segurança alimentar e ao estabelecimento de uma rede de comunicação
estratégica. “Podemos citar o desastre no Rio de Janeiro no último verão [cuja
repetição pode ser prevista num futuro próximo], o combate ao contrabando e ao
tráfico de drogas, além da proteção às riquezas naturais, incluindo a Zona
Econômica Exclusiva, conhecida como Amazônia Azul.”
De acordo com o
presidente da AEB, os ganhos para o País ultrapassam essa rede de colhimento e
transmissão de informações. “Este é um programa ‘mobilizador’ para a
capacitação da indústria nacional, gerando riquezas e empregos com alto nível
de qualificação.” Como exemplo, Raupp citou o valor agregado de alguns produtos.
Na soja, são US$ 0,20/kg. Em aviões, este valor salta para US$ 10 mil/kg e, em
satélites, US$ 50 mil/kg.
A aplicação
destas inovações, segundo Raupp, depende participação de empresas privadas, que
hoje detêm apenas 20% do “bolo” do orçamento do Programa Espacial Brasileiro.
“Essa participação já foi muito menor, mas ainda deve aumentar bastante nos
próximos anos. Com isso, aumenta também a responsabilidade destas empresas.
Muitas superaram os gargalos do setor, como a Opto, mas nem todas conseguem.
Daí, também, a importância de se estabelecer uma política sólida para a área.”
Entre os
principais problemas enfrentados pelo setor, o profissional enumerou a
dificuldade em conseguir linhas de financiamento, principalmente exclusivas
para a área aeroespacial, e o embargo de diversos países envolvendo a
tecnologia empregada nesta área – o deve ser visto como um estímulo, ressaltou.
“O embargo é explicado pelo caráter dual da tecnologia [que tem uso pacífico ou
militar, a depender do governo de cada país]”. Raupp citou ainda os atuais
desafios da agência, como tornar o Programa Espacial Brasileiro um programa de
Estado, o atendimento às demandas, respeitando prazos e custos, e domínio de
tecnologias críticas – como a Opto tem alcançado.
Perfil
Atual presidente
da AEB, Marco Antônio Raupp é graduado em Física pela UFRGS, PhD em Matemática
pela Universidade de Chicago e livre-docente pela Universidade de São Paulo
(USP). Foi diretor geral do INPE, diretor geral do IPRJ/UERJ e diretor do
Laboratório Nacional de Computação Científica. Em reconhecimento aos serviços
prestados, foi agraciado com o título de Comendador pela Ordem do Rio Branco
(Ministério das Relações Exteriores) e pela Ordem Nacional do Mérito Cientifico
(Ministério da Ciência e Tecnologia). É membro titular da Academia
Internacional de Astronáutica (IAA), membro titular do Conselho Superior da
FAPERJ e membro suplente do Conselho Nacional da Ciência e Tecnologia (CCT).
Também foi diretor do Parque Tecnológico de São José dos Campos.
Fonte: Site da empresa Opto Eletrônica S/A
Comentário: Veja você leitor que o que o Raupp diz é o
que já se sabe há décadas e também é repetido pelo ministro Mercadante em seus
discursos bem elaborados. Essa prática de se colocar no cargo certo a pessoa
certa, como o Raupp, é uma forma adotada pelos políticos inteligentes e mais
competentes na sua arte. Essa prática permite que os mesmos tenham um pouco menos de
pressão durante um tempo e possam ir cozinhando as coisas em banho maria, até
que a pessoa escolhida perceba e peça para sair (veja o caso do Gilberto
Câmara). Quando isso acontece é só colocar outro tão bom quanto no lugar e
começar o mesmo processo. A verdade é que não existe vontade nenhuma de se
realizar coisa alguma e o máximo que se consegue é uma coisa ou outra liberada
para manter a pressão sobre controle. Infelizmente isso funciona em nosso país
devido à má formação de nosso povo e esses energúmenos tem se aproveitado disso
há mais de 100 anos. Lamentável!
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