Projeto Brasileiro Traçará Retrato 3D de Tempestades
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada ontem (28/12) no site “Folha.com” do “Jornal Folha de São
Paulo” destacando que um projeto brasileiro irá traçar retrato 3D de tempestades.
Duda Falcão
AMBIENTE
Projeto
Brasileiro Traçará
Retrato 3D de Tempestades
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
28/12/2011 - 09h57
Esmiuçar as
nuvens por dentro, medindo as gotas de chuva, o granizo e entendendo como os
raios se formam, é o trabalho diário de um grupo de pesquisa brasileiro.
Desdobramento a
médio e longo prazo desse esforço, que vai até 2014: tornar mais confiável a
previsão das tempestades que assolam o país.
Além de mapear
as chuvas mais violentas, os pesquisadores também investigam por que os raios
tendem a aparecer em maior quantidade em determinadas regiões.
Editoria de
arte/folhapress
TRIDIMENSIONAL
"Temos
equipamentos, como sensores e câmeras filmadoras, que estão acompanhando em
tempo real as descargas elétricas. Temos um retrato 3D dos raios", diz
Carlos Augusto Morales Rodrigues, do Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas da USP.
No futuro, diz o
pesquisador, que integra a equipe do Projeto Chuva (como é conhecido o grupo
que está "escaneando" as nuvens), será possível montar um eficiente
sistema de alerta contra descargas elétricas.
O mesmo
raciocínio vale para a questão das tempestades. O grupo já fez campanhas de
medições nas regiões de Alcântara (MA), Fortaleza (CE) e Belém (PA).
"O objetivo
é fazer uma espécie de banco de dados com as informações coletadas dentro das
nuvens desses locais", diz Rodrigues.
Essas
informações, depois, vão alimentar os modelos matemáticos usados pelos
meteorologistas para refinar a previsão do tempo no país.
"Estamos
terminando também as medições na região do Vale do Paraíba", diz Luiz
Augusto Toledo Machado, pesquisador do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) e coordenador do Projeto Chuva, o qual vai fazer mais três campanhas
para coleta de dados.
RUMO AO SUL
"Em 2012,
vamos para Santa Maria (RS) e, nos anos seguintes, para Brasília e
Manaus", diz Machado. O projeto termina em 2014. Ele vai custar cerca de
R$ 1,5 milhão, contando com verbas estaduais e federais.
No caso
específico da campanha de campo em andamento na região do Vale do Paraíba e
litoral norte de São Paulo, as medições que estão sendo feitas já ajudam, em
tempo real, a Defesa Civil de cidades como São José dos Campos (interior de
SP).
"É possível
saber onde está chovendo e onde, por exemplo, existe um acúmulo significativo
de chuva", diz Machado, para quem o sistema de alerta está se comportando
bem até agora.
É possível
saber, também, a partir da rede de sensores espalhados pela região, onde estão
caindo muitos raios e para onde os núcleos de tempestade vão se deslocar na
meia hora seguinte.
No entanto,
ainda que em cinco ou dez anos a previsão do tempo no Brasil possa ser mais
precisa, em parte por causa dos dados do Projeto Chuva, o avanço pode ser menor
do que o esperado se uma rede de radares não estiver olhando com mais freqüência
para o território nacional.
"Hoje,
temos apenas 24 radares que cobrem o país", afirma Rodrigues.
Fonte: Site
Folha.com - 28/12/2011
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