Ucrânia Volta Investir na Construção do Cyclone-4
Olá leitor!
Segue abaixo mais uma notícia postada ontem (07/12) no site da “Agência Brasil” destacando que a passagem nesta quarta-feira (07/12) do ministro Aloizio Mercadante na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados para falar sobre o PEB.
Duda Falcão
Pesquisa e Inovação
Ucrânia Volta a Fazer Investimentos
para Construção do Foguete Cyclone-4
em Parceria com Brasil, diz Mercadante
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
07/12/2011 - 15h 58
Brasília – O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, anunciou hoje (7), em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, que o governo ucraniano retomou os investimentos na parceria com o Brasil para a fabricação e o lançamento do foguete Cyclone-4. A previsão é que, em novembro 2013, o foguete possa ser lançado da base de Alcântara, no Maranhão.
O andamento do projeto sofria com a falta de recursos ucranianos. Na conta do governo brasileiro, até outubro passado, o Brasil já havia desembolsado mais do que o dobro pago pelo país sócio no projeto. Segundo o diretor-geral da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), brigadeiro Reginaldo dos Santos, em novembro, a Ucrânia fez um aporte de US$ 53 milhões e “a paridade foi restabelecida”.
Mercadante disse aos deputados que a parceria com os ucranianos “é estratégica” e a perenidade de recursos para o projeto está garantida pela Ucrânia, que fez um empréstimo internacional de US$ 270 milhões para continuar investindo no projeto.
Dado apresentado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) na semana passada, no Senado, prevê que o acordo Brasil-Ucrânica terá desembolsado R$ 695,3 milhões em 2011 e 2012. Além desses recursos, o presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, espera que a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara aporte mais R$ 165 milhões do Orçamento de 2012 para as obras da base de Alcântara, que fará o lançamento de outros foguetes, além da operação com o Cyclone-4.
Desde outubro de 2003, quando o Brasil e a Ucrânia assinaram o Tratado de Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamento Cyclone-4, no Centro de Lançamento de Alcântara, cerca de R$ 500 milhões foram gastos com o desenvolvimento do foguete e com as obras civis na base de lançamento, que fica na cidade de Alcântara, próxima da capital maranhense, São Luís.
Ao Brasil, cabem os gastos com a construção do sítio de lançamento no Maranhão – o que inclui complexos de montagem, de armazenamento de combustível e a própria torre de lançamento; e à Ucrânia, o desenvolvimento do foguete, o sistema de lançamento e o fornecimento de combustível.
O lançamento do Cyclone-4 é um dos projetos estabelecidos no âmbito da nova política espacial brasileira a ser anunciada com a Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia. O Plano Plunianual (PPA) de 2012-2015 prevê crescimento constante do orçamento do setor espacial, que subirá da faixa de R$ 360 milhões, em 2011, para quase R$ 1 bilhão em 2014.
Até 2020, o país quer lançar seis foguetes e oito satélites para uso militar, comunicações, observação da Terra e meteorologia.
De acordo com Mercadante, a disponibilidade de recursos depende dos projetos. “Se eu tenho bom projeto, eu tenho financiamento”, disse. Para ele, “o Brasil precisa ter a conquista espacial como objetivo” porque a indústria que abastece o setor gera produtos de alto valor agregado – cinco vezes acima da indústria de aviação – e gera milhares de empregos. “É só olhar para os outros [países do] Brics [grupo formado pelo Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul] para ver o que significa em termos de emprego”, disse ao destacar que a Rússia, a China e a Índia estão mais adiantados que o Brasil.
A ampliação da base de Alcântara sofre resistência de quilombolas que moram na região. Ao falar na comissão, Mercadante defendeu o diálogo e o atendimento de reivindicações das populações tradicionais. “A comunidade tem que se beneficiar”, disse aos deputados.
OBS: A matéria foi alterada às 17h54 para correção de informação relativa ao período da evolução do orçamento do setor espacial, que vai de 2011 a 2014
Fonte: Site da Agência Brasil
Comentário: Juro ao leitor que tentei ter paciência com o ministro Mercadante no inicio de sua gestão, mais o apoio dele a esse acordo desastroso com a Ucrânia me fez perder qualquer tipo de esperança de reais mudanças nos rumos do PEB. Se não vejamos: Na matemática do ministro quando os ucranianos aportam US$ 53 milhões no capital da ACS (mesmo tomando supostamente US$ 270 milhões emprestados) enquanto o Brasil continua investindo recursos, isso é paridade de investimento, juro que não consigo entender essa matemática. Além disso, não sei em que planeta o ministro vive quando diz que a disponibilidade de recursos depende dos projetos, onde eu vivo ministro é o contrario, e tem sido assim nos 50 anos do PEB e em outras áreas do governo. O que o senhor quer dizer quando diz: “Se eu tenho bom projeto, eu tenho financiamento”? O senhor se refere ao mérito do projeto? Bom ministro, se for ao mérito, para sua informação diversos projetos foram apresentados pelo DCTA/IAE/IEAv/INPE nos 50 anos do PEB que não obtiveram financiamento ou apoio do governo. Posso citar um muito significativo do INPE apresentado na década de 90. Tratava-se do projeto “ECO-8 System” que era uma constelação de satélites de órbita baixa para assegurar serviços de telecomunicações de celular fixo, móvel, de voz e dados e também pagers, projeto que se tivesse sido desenvolvido, estaríamos hoje em outro patamar tecnológico na área de telecomunicações por satélites. Agora se o senhor se refere à parte burocrática, ou seja, a formulação do projeto, isso não deveria caber ao cientista, pesquisador, tecnólogo e sim a uma instituição do governo preparada para isso. O que se deve analisar ministro é o mérito do projeto, seus objetivos e seu retorno a sociedade. Diga-me uma coisa ministro, quando o senhor toma uma cerveja gelada ou outra bebida qualquer de seu gosto, o senhor se delicia com o líquido ou com o rótulo da garrafa? Pense no assunto.
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